por Bernardo Pilotto
Em 10 de novembro de 1969, foi fundada a Acadêmicos do Sossego, escola do Largo da Batalha, em Niterói, que completa hoje seu 51º ano de existência. Muita gente passou a conhecer ela nos últimos a partir de sua chegada à Sapucaí em 2017. Mas, muito antes disso, a escola já se destacava no carnaval niteroiense.
Como tantas outras agremiações, a Sossego nasceu como um bloco e fazia seus desfiles nos concursos da sua cidade de origem. Foi assim até o início dos anos 1980 quando, já se reconhecendo como escola de samba, ela passou a frequentar grupo de elite do carnaval de Niterói.
Em 1985, a escola começou a se destacar ao ficar na frente das duas grandes escolas do carnaval niteroiense (Acadêmicos do Cubando e Unidos do Viradouro) e conquistar o 2º lugar, após uma polêmica apuração. Nos anos seguintes, aproveitando-se do espaço aberto a partir da ida das duas maiores agremiações para o carnaval carioca, a Sossego se sagrou tricampeã. Em 1990, a escola sagrou-se novamente campeã.
Após uma sequência de vice-campeonatos, a escola decidiu se aventurar do outro lado da baía, estreando no carnaval carioca em 1996. Em poucos anos, a escola chegou ao Grupo B, que nessa época se apresentava na Sapucaí. Foi assim, portanto, que a escola teve, em 2002 e 2003, sua primeira passagem pelo principal palco do carnaval.
Depois de ser rebaixada e também após mudanças na organização dos grupos de acesso na cidade, a Sossego voltou a ficar “na beirada” da Sapucaí em 2013, quando chegou novamente ao Grupo B. Em 2016, com um enredo dos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad (atualmente na Grande Rio) sobre o poeta Manoel de Barros e que contou com um destacado samba-enredo, sem rimas (tal qual as poesias do homenageado), a escola foi a grande campeã do Grupo B e conquistou o direito a voltar para a Sapucaí.
De lá pra cá, a escola vem se firmando no Grupo de Acesso, trazendo enredos culturais e algumas inovações em seus sambas-enredo. Depois do samba-enredo sem rima, a escola apostou num samba com diálogos de teatro para homenagear Zezé Motta em 2017 e em um samba sem verbos em 2018 para o enredo “Ritualis). Para o próximo carnaval, a escola aposta no enredo “Visões Xamânicas”, com uma promissora participação na Série A.