Por Vitor Melo
O carnaval de São Paulo, inegavelmente, é um dos que mais cresce e ganha espaço no Brasil. Apesar disso, é impossível ignorar a relevância que a festa momesca tem em terras cariocas. Para ilustrar tamanho crescimento da folia e a união entre os carnavais, Felipe de Souza, Beatriz Freire e Jéssica Barbosa se reuniram para detalhar samba e enredo das 27 escolas que passarão pelo Anhembi e pela Marquês de Sapucaí em 2018. Os textos estarão disponíveis às segundas, quartas e sextas, seguindo o resultado do último carnaval.
“Uma noite real no Museu Nacional”
Imperatriz Leopoldinense
“Gira coroa da Majestade,
samba de verdade, identidade cultural.
Imperatriz é o relicário
no Bicentenário do Museu Nacional”
“Gira coroa da Majestade,
samba de verdade, identidade cultural.
Imperatriz é o relicário
no Bicentenário do Museu Nacional”
Se algumas escolas vieram com um gostinho amargo da apuração do carnaval 2017, sem dúvidas, a Imperatriz está nesse grupo. Com um carnaval bastante subestimado pelas notas lidas na última quarta-feira de cinzas, a Rainha de Ramos viu seu desfile – muito elogiado pela crítica e público – não beliscar sequer um lugar no desfile das campeãs. Buscando esquecer o revés de outrora, a verde e branco da zona norte foi uma das escolas, que não sofreu com a frenética dança das cadeiras do pré-carnaval desse ano, mudando apenas o cargo da rainha de bateria com a saída da maravilhosa Cris Vianna.
Assinando seu quinto carnaval na agremiação – o quarto sozinho – Cahê Rodrigues aposta no enredo “Uma noite real no Museu Nacional”. A abordagem temática consiste num passeio pela mais antiga instituição científica do Brasil e maior museu de história natural da América Latina, o Museu Nacional. Se existem boatos que a imperatriz Leopoldina, que morou na Quinta da Boa Vista com a família real, dá uma de “assombração” por lá desde sua morte, a Imperatriz vem, em 2018, querendo afastar o fantasma de 2017 e não ficar de fora, pelo menos, do sábado das campeãs, o que não acontecia desde 2010.
O samba:
Assinado pelo, agora, tetracampeão Jorge Arthur (2005, 2008, 2009 e 2018) com os parceiros Maninho do Ponto, Julinho Maestro, Marcio Pessi e Piu das Casinhas, o samba leopoldinense é aclamado, cada dia que passa, mais e mais pela crítica especializada e por nós, amantes da folia momesca. Com um enredo não tão fácil de ser colocado em samba, a composição conta com rimas inspiradíssimas e uma melodia para se deliciar, rodar e tirar todo ar possível dos pulmões pra cantar com os braços abertos.
Com uma das melhores gravações do ano, o samba continua na parte de cima dos rankings, que pipocam por aí nesse período pré-carnaval. O intérprete Arthur Franco, que estreou em 2017, defende a obra com maestria, dando mais força ainda pra faixa.
A Imperatriz Leopoldinense será a quinta escola a desfilar na segunda-feira de carnaval.