Por Felipe Tinoco
Quer entender as mudanças no julgamento do carnaval de 2020 do Grupo Especial carioca? Quantas notas, quantos julgadores, onde eles estarão?
De 2012 a 2019, o júri das escolas de samba contou com 4 julgadores com notas lidas por quesito, sendo a menor descartada e 3 notas válidas. Assim, desde 2015, com a extinção do quesito conjunto, a maior nota possível é de 270 pontos, feito conseguido apenas pela campeã de 2019.
Horas antes do início dos desfiles de Domingo, o júri se reúne em um prédio comercial próximo ao Sambódromo e é realizado um sorteio para definir as cabines nas quais ficarão. Até 2019, eles se dividiam em 4 módulos ao longo da avenida nestes setores: 3, 6, 8 e 10.
Em 2019, uma mudança foi feita para dar mais legitimidade e segurança ao julgamento: ao invés de apenas 4 julgadores por quesito (36 ao todo), o júri contou com 6 julgadores por quesito (54 ao todo), sendo dois módulos com duas cabines, no setor 3 e no setor 10.
Assim, outro sorteio foi realizado na quarta-feira de cinzas, escolhendo um julgador do primeiro e do último módulo que foram os responsáveis pelas notas lidas por quesito. Os outros 18 julgadores (9 de cada cabine do setor 3 e do setor 10) tiveram suas notas desconsideradas.
Em 2020, isso não mais acontecerá. O júri contará com 5 notas lidas, aumentando o tempo da apuração, e serão descartadas a menor e a maior nota, como ocorreu em 2010 e em 2011. Dessa forma, o máximo de pontos válidos possíveis continuará sendo 30 por quesito, e 270 no total.
Não haverá julgadores reservas, como em 2019. E, diferentemente dos outros anos, os 5 julgadores se concentrarão em três módulos: duas cabines no setor 3, uma cabine no setor 6 e duas cabines no setor 10.
Esse modelo é semelhante ao adotado em 2017, com o famoso “módulo duplo”, que se localizava no setor 6, diminuindo uma parada obrigatória das escolas para apresentar seus quesitos. Em 2020, também teremos apenas 3 paradas obrigatórias, podendo dar + dinamismo™️ às apresentações.
No entanto, além de menos pessoas assistindo às apresentações oficiais de segmentos como comissão de frente e casais de mestre-sala e porta-bandeira, esse modelo subvaloriza o meio da avenida, que terá apenas uma cabine das 5 válidas. Buracos que ocorram em frente a um dos módulos duplos, por exemplo, acarretarão em dois descontos, enquanto equívocos que ocorram em frente ao setor 6, apenas um. Já deslizes em frente ao setor 8 não serão canetados, pois não estarão dentro do campo de visão de nenhum módulo.
Em 2017, durante a fantástica apresentação da UPM na Série A, cantando Ossain, o incidente com a porta-bandeira Jéssica ocorreu à frente das duas cabines, gerando 2 avaliações negativas sobre sua apresentação. Logo após o carnaval, as ligas resolveram acabar com o módulo duplo.
Antes dos desfiles, há um encontro do júri com representantes da Liga. Para 2020, durante as duas próximas semanas, os carnavalescos poderão participar nos dias de curso aos quesitos que possuam associação com seus trabalhos! Será que dará polêmica?