Processos da Criação: Jorge Silveira – Do traço marcante à materialização de um carnaval

por Beatriz Freire e Leonardo Antan

A contagem regressiva para a folia vai nos deixando mais ansiosos e, então, é tempo de desvendar barracões, descobrir os segredos e saber um pouco do que as escolas preparam. Por isso, mas também por pura curiosidade nossa (confessamos), preparamos uma série de entrevistas com carnavalescos focada em seus processos de criação. Queremos saber de tudo, desde os primeiros riscos até a materialização do projeto. 
Começamos com um jovem talento que fará sua estreia como carnavalesco no Grupo Especial carioca. Jorge Silveira tem uma longa carreira nos bastidores, tendo trabalhado para diversos profissionais dos carnavais carioca e paulista. Não poupamos perguntas para descobrir ao máximo como funciona um barracão e o trabalho do carnavalesco. Uma verdadeira aula pra quem sonha em seguir carreira na folia. Então, vem ver! 


QUANDO TUDO COMEÇOU

CARNAVALIZE: Para começar, falemos sobre seu pai, que era carnavalesco em Niterói. Sem dúvidas, ele foi uma figura muito importante para você. Como foi crescer em meio ao carnaval e como isso formou seu imaginário da festa e suas referências? Como é tê-lo como um espelho depois de se tornar carnavalesco?

JORGE: “Foi uma experiência maravilhosa. Poderia ter sido traumatizante, mas foi maravilhosa; poderia ter sido traumatizante porque na geração que meu pai foi carnavalesco não existia o reconhecimento, o profissionalismo que existe hoje. A grande vantagem é que entendi a ótica do carnaval pelo “fazer”, pela ótica do operário, de que para que tudo funcione você precisa de muitas pessoas. Ele me passou a lógica de que ninguém faz nada sozinho e de que o barracão é o verdadeiro espelho disso tudo. Ele foi a principal referencia para que eu tivesse essa percepção do quanto é importante o fator humano na construção de um carnaval.”

CARNAVALIZE: Sobre a questão de estar no barracão, vimos que você tem muitas tarefas e o tempo todo precisa se deslocar dentro do espaço para resolver qualquer situação que venha a surgir. Como é essa rotina e como ela influi no seu processo de criação?

JORGE: “O barracão é uma extensão do processo de criação porque eu vivencio cada pedaço de cada etapa do processo inteiro, então preciso estar muito próximo das pessoas para dizer a elas qual é melhor forma. Não é que falte confiança nos profissionais, muito pelo contrário, mas, sim, para tirar o melhor deles para que o resultado final fique o mais próximo do projeto.

Jorge desenhando no barracão da São Clemente.

Normalmente, eu crio tudo com a maior antecedência possível; todo o meu processo de criação é pautado na antecipação de problemas (risos), eu tento pensar como equacionar os problemas ao máximo para que eles não se tornem abacaxis quando chegarem nas mãos dos profissionais. Detalho o projeto todo e, ainda assim, permaneço ao lado deles todo o tempo, na função de um tradutor do que foi planejado para que eles entendam exatamente qual é o objetivo.”

CARNAVALIZE: Falando sobre a clareza de entendimento da realização do projeto, observa-se nos desenhos e muita gente diz que suas fantasias são muito “executáveis”. Seus desenhos não são apenas abstrações que ficam lindas no papel mas que são impossíveis de executar; como foi esse processo de aprendizagem para compreender que nem tudo que é colocado no papel pode ser feito?

JORGE: “Como eu trabalhei com muitos profissionais, muitas vezes eu fui o responsável por traduzir as abstrações dos desenhos deles e resolvê-los, precisava traduzir aquilo. Quando parto para meu processo criativo, já não passo mais pela elucubração, pelo devaneio, opto imediatamente pela solução prática. A lógica é muito próxima do que é realizável, tanto em questão de alegoria quanto de fantasia; tento me aproximar muito do que é concreto, tento fazer o desenho o mais descritivo possível para que os profissionais entendam. E se eles não entendem, tento auxiliar na compreensão, faço maquetes. Acho que isso vem da minha experiência dando aula, porque fui professor por mais de dez anos antes de trabalhar com carnaval; assim, sempre precisei utilizar recursos didáticos para que a minha ideia se faça o mais clara possível.”

CARNAVALIZE: Você foi aluno da Escola de Belas Artes da UFRJ. O seu ingresso neste curso de graduação já foi planejado com a finalidade de trabalhar com o carnaval ou foi uma chance de buscar embasamento e bagagem para dar vida aos seus talentos artísticos? A possibilidade de trabalhar com a festa foi uma meta traçada ou uma algo que surgiu ao longo de sua trajetória?

JORGE: “Bom, eu sempre sonhei em trabalhar com o carnaval. Não sabia que eu chegaria efetivamente a função de carnavalesco, eu sempre queria produzir para o espetáculo porque via meu pai fazendo. Quando eu entrei na Escola, sabia que ela me impulsionaria em conhecimento para isso. Mas, num primeiro momento, eu queria aproveitar o máximo possível da EBA e depois me tornar professor de Artes, que foi o que eu acabei me formando. Eu trabalhei dando aula por mais de dez anos, alguns outros anos depois conciliei este trabalho com o carnaval e hoje me dedico só a este. O ato inicial que me moveu à EBA não foi necessariamente pensar focado para o carnaval, mas para me qualificar como artista, qualquer que fosse o caminho que a vida me levasse.”

Gravação no barracão da Viradouro, onde Jorge estreou como carnavalesco solo. 


ENSINANDO E APRENDENDO



CARNAVALIZE: Você falou um pouco sobre sua trajetória com outros profissionais, passou muito tempo trabalhando nos bastidores e fez até carnavais inteiros sozinho. Como foi esse processo e a experiência de negociação com outras pessoas, além de muitas vezes terem assumido a autoria de trabalhos que foram seus? Como isso te ensinou e reflete no seu modo de trabalhar atualmente? 


JORGE: “No meu caso, em particular, tive a oportunidade de experimentar muitos formatos diferentes de lógica de trabalho para cada um dos profissionais que eu trabalhei. Algumas experiências foram enriquecedoras ao extremo e me fizeram absorver esses aspectos positivos; os aspectos negativos também me fizeram aprender. É claro que não é legal quando a gente vê que muitas vezes alguém se apropria de determinado detalhe, mas é fundamental que haja uma relação clara de respeito entre o carnavalesco e sua equipe. Então, quando um carnavalesco estabelece o vínculo de que todos os integrantes da equipe trabalham pelo bem comum de uma ideia e assina essa ideia, ele dirige o conceito; qualquer ideia que alguém tenha naquele bojo criativo pertence ao norte que o carnavalesco determinou – o grande papel dele é fazer a direção. 
Eu tenho essa opção do processo criativo solo pelas experiências anteriores que tive. Eu sempre fui quem resolvia os problemas para os outros, então, na minha experiência, eu quero exercer a tentativa de me propor o desafio de eu mesmo resolvê-los. Acho que tudo que vivenciei nessas escolas com participações presenciais, não-presenciais, desenhando alegorias e fantasias, tudo isso isso contribuiu para o entendimento que tenho hoje.”

Jorge Silveira integrou a comissão de carnaval da Dragões da Real entre 2015 e 2017.

CARNAVALIZE: Você disse que seu processo criativo não é solo, mas que não trabalha sozinho, que tudo depende de um trabalho conjunto e sabemos que conta com a ajuda do Ricardo, seu assistente. Como você vê o trabalho do carnavalesco hoje e a “descentralização” desse poder, apesar da palavra final ser a do carnavalesco? Ainda acha que são muito solitários em seus processos de desenvolvimento dos desfiles? 
JORGE: “Cada artista tem seu processo criativo e sua forma de conceber. O Ricardo é fundamental nesse processo todo porque ele me auxilia numa dinâmica da criação. Ele colhe as referências que eu o peço para colher, me alimenta com novas postagens, referências e imagens para que eu possa alimentar a máquina da criação. Ele é uma extensão importante disso e é a primeira vez que ele está participando desse processo em si comigo, e é a primeira vez, também, que eu tenho alguém junto; eu era o “alguém de alguém”. Mas mesmo tendo alguém, sou muito coeso e muito direto no que eu quero, porque como trabalho muito fundamentado na ideia de um projeto calçado e detalhado, com cada passo que vai acontecer na Avenida. Por mais que eu tente transpassar para o Ricardo ou para qualquer outra pessoa da escola, a coesão das ideias, no momento, só está funcionando “full time” aqui dentro. Em muitas oportunidades, a gente bate de frente, porque ele bate o pé firme por algumas coisas e eu preciso dar a martelada final e ele precisa entender. “Pera aí. Calma. Eu sei o que estou fazendo” (risos). Eu estou enxergando lá na frente.”

CARNAVALIZE: Você falou que o Ricardo busca suas referências e você usa muito da cultura pop, elementos da cultura de massa, dos quadrinhos e etc. Nesse ano, também observamos a pegada da arte dita “erudita”, mais institucionalizada. Como você vê o carnaval enquanto o espaço de mistura desses lugares? Fala muito sobre o enredo de 2018, mas também fala sobre o que você fez na Viradouro no carnaval passado, certo? 

JORGE: “Eu acho que cada proposta de enredo tem um discurso implícito, tem algo que precisa ser dito. Naquele ano da Viradouro, especificamente, por mais que eu tenha muito desse universo pop na minha formação, a ideia de fazer um enredo infantil não foi minha. O presidente pediu, ele queria que fosse um enredo de temática infantil e eu só dei a cara, criei o conceito do Menino Rei acreditando que deveria ser uma criança contemporânea; eu busquei isso porque achei que traria fácil identificação.

Jorge com o assistente e parceiro Ricardo Hessez, com quem divide o processo criativo.

Para o carnaval de 2018, já é algo diferente. Eu adentrei, entre muitas aspas, o Grupo Especial – as pessoas agora me veem nele, apesar de já ter trabalhado em diversas escolas –, então preciso dar ao público do carnaval e a mim mesmo uma cara de maior maturidade. Esse enredo vem para poder mostrar que o Jorge não faz só coisa de criança. No mesmo ano em que fiz um enredo sobre elementos infantis, fiz um carnaval sobre os 70 anos da música Asa Branca, de Luiz Gonzaga, em São Paulo, que não tem absolutamente nada de infantil. É um enredo sério, com pegada emocional, tinha uma outra roupagem, uma outra textura. 
Para reafirmar essa seriedade no Grupo Especial do Rio de Janeiro, vou fazer um enredo com uma característica um pouco mais séria porque acredito que vai ser importante, não só para minha carreira individual, mas para a São Clemente. Eu acredito que o enredo precisa falar ao sentimento da escola em consonância com o sentimento que o carnaval pede no momento, buscando sempre falar de coisas relevantes. Assim como falei de criança porque achava que era importante pro espírito da Viradouro se renovar – e se renovou, o toque erudito que se mescla com o popular desse ano tem como objetivo caminhar do legado que a Professora Rosa deixou para a São Clemente, construindo uma ponte, para chegar ao resgate da escola à sua vertente mais popular. Assim, no ano seguinte, já darei uma outra cara.”

“TALENTO É REPERTÓRIO”

CARNAVALIZE: Seu estilo de desenho é muito próprio e cheio de personalidade. Como você chegou a ele?

JORGE: “É engraçado porque essa pergunta sobre estilo foi a pergunta que eu mais ouvi em quinze anos dando aula para a molecada. Os alunos sempre me perguntam: “Jorge, como eu crio um estilo?”, muitos me procuravam para desenhar quadrinhos, mangá, qualquer coisa relativa ao assunto; eu sempre disse a eles: “estilo tem a ver com bagagem e personalidade”. Você precisa liquidificar todas as referências que você teve ao longo da sua vida e aquilo vai derivar no que você chama de estilo. 
Eu sou nada mais que o somatório de todas as coisas que eu vi, talvez o meu desenho, que muita gente diz que tem característica de história em quadrinhos, seja apenas a cristalização de tudo que eu li na vida. Eu li muita literatura, mas muita coisa eu via de quadrinho e consumi muito fortemente esse universo pop. Isso tá impresso na minha visualidade, então eu sempre me expresso, em desenho, como um reflexo dessas referências que eu tive; eu sempre curti quadrinho americano, francês, italiano, japonês, cinema… eu sempre gostei das linguagens visuais e da fácil leitura de imagem e isso se reflete no desenho.”



Projeto de alegoria para o desfile da Vila Isabel de 2015.

CARNAVALIZE: Seu traço é “acusado” de ser muito cartoonesco e há essa ideia de que o traço precisa ser erudito e outra que está ainda muito em voga que é a de que ser carnavalesco é sinônimo da aptidão para o desenho, quando, na verdade, o carnavalesco é milhões de outras coisas ao mesmo tempo. Para você, que outras qualidades um bom carnavalesco precisa ter? 
JORGE: “O fator fundamental que um carnavalesco tem que ter é saber lidar com pessoas. Não tem nada mais importante no barracão do que você saber lidar com elas. Se você não souber dialogar com os profissionais, você não vai ter êxito, porque a maneira como você se relaciona com as pessoas coloca os setenta funcionários que tenho a meu favor ou contra mim, me ajudando ou sabotando o meu trabalho. 
Então, lidar com as pessoas é a maior qualidade que um carnavalesco pode ter a meu ver, isso não é uma opinião geral da classe. Acho que isso é o mais importante porque consegue extrair o melhor de um trabalho em conjunto, eles passam a confiar em você. Eu cheguei a São Clemente há nove meses, numa escola que há mais de cinquenta anos era comandada por um mesmo profissional e no meio desse processo o diretor, que era o Sr. Ricardo, faleceu e eu tive que tomar a dianteira dos processos junto ao barracão. Se eu não soubesse me relacionar com os profissionais, eu não teria conseguido erguer o carnaval porque elas não teriam se aberto para fazer o carnaval.”

CARNAVALIZE: As alegorias são um processo muito marcante do seu carnaval e da sua construção de identidade como carnavalesco. É uma coisa que dá para perceber que você gosta de fazer e talvez até afirmar que seja sua parte favorita. Como elas traçam a linha do seu processo criativo?

JORGE: “É a minha parte favorita, a que eu mais me divirto fazendo. Todo carnaval que eu começo, a primeira coisa que eu faço é esboçar as alegorias, antes de escrever ideias, antes de catar referências, antes de qualquer coisa, a primeira coisa que brota na minha cabeça é o palco, o cenário onde acontece a brincadeira. Eu começo esboçando a alegoria livremente, tentando extrair um volume que me pareça interessante e que tenha fácil leitura, que é algo que eu me preocupo muito, para mim isso é muito importante. Eu não gosto de usar volumes geométricos que preenchem espaços de forma abstrata e que nada dizem no contexto; eu gosto muitas vezes até de usar o vazio e preencher com um elemento que narre ao invés de fazer um monte de bolos ou volumes que nada acrescentam. Nem sempre o tamanho é o que narra uma boa alegoria, mas, sim, na maior parte das vezes, um bom conceito o faz. Eu gosto muito de alegorias que sejam dinâmicas, que tenham interatividade, adoro o luxo que todo mundo adora, adoro o carnaval, adoro um bom acabamento, adoro bons materiais, mas eu gosto muito mais de ver que a alegoria causou uma reação diferente no público. Eu gosto de me propor o desafio de buscar coisas novas, com soluções novas para as ideias.

Projeto de alegoria sobre o arquiteto espanhol Gaudí.


OUTROS CARNAVAIS

CARNAVALIZE: Como foi a sua experiência no carnaval virtual, como ela enriqueceu a sua elaboração do processo criativo e como você chegou até lá? Recomendaria para jovens iniciantes?

JORGE: “Um amigo me convidou para conhecer esse universo do qual eu nunca tinha ouvido falar, fiz um desfile e ganhei. Me apaixonei pela ideia e passei a usar isso como um portfólio, um espaço de experimentação. É uma plataforma que eu recomendo para a garotada que quer se experimentar fazendo carnaval, quer testar os seus conhecimentos, quer colocar à prova porque já é uma avaliação que você se propõe a fazer; você tem que raciocinar o desenvolvimento de uma escola de forma muito semelhante ao desenvolvimento de uma escola real, com a diferença de que você não concretiza o projeto. Recomendo, é um exercício muito bacana.”

CARNAVALIZE: Apesar de você ser do niteroiense, do Rio de Janeiro, sua consolidação aconteceu em São Paulo. Foi lá que você se viu pela primeira vez como um carnavalesco de verdade?

JORGE: “Foi, São Paulo foi o lugar que me deu esse reconhecimento através da Dragões da Real, que foi a primeira escola que me permitiu assinar um carnaval e reconheceu que eu tinha potencial para isso. Eu aprendi muito lá, o carnaval de São Paulo é um carnaval que é muito aberto a inovação e experimentação, então, para qualquer cabeça que esteja querendo se testar, São Paulo é um cenário pronto. Para mim, foi uma grande experiência porque pude me experimentar em várias possibilidades, me testar a fazer coisas maiores que as que eu já tinha feito, com projetos de maior envergadura, maior orçamento, com logística mais ampliada, que me moldou muito para eu chegar ao profissional que tento ser hoje. Tem semelhanças, tem diferenças, mas o amor ao samba é igual, não muda nada; as pessoas são tão apaixonadas pelo carnaval quanto são em Uruguaiana, em Vitória ou qualquer lugar do Brasil.

Jorge e os colegas que participaram da Comissão de Carnaval da Dragões

CARNAVALIZE: O trabalho com uma Comissão de Carnaval, a exemplo da sua experiência na Dragões da Real, é muito diferente de comandar um carnaval sozinho?

JORGE: “É bastante diferente, dá mais dor de cabeça (risos), isso porque você precisa discutir mais até chegar numa ideia. Lá funcionava melhor porque no formato que a gente tinha as funções eram claramente definidas: eu era o artista de criação, um era o que executava alegorias, outro cuidava de outra parte… obviamente, tudo surgia de um ponto inicial que era uma conversa coletiva, mas na hora do papel era eu e o papel, então ali eu resolvia e já encaminhava tudo pronto com as soluções para que as coisas fossem construídas. Dá mais dor de cabeça, mas tem a vantagem de você conseguir dividir o processo de criação, diferente do que eu faço hoje.”

CARNAVALIZE: Agora pediremos para você traçar uma linha do tempo que levará até última pergunta. Você disse que ao ingressar na EBA sabia que seria uma experiência que enriqueceria seu conhecimento, independentemente do que caminho que vida te fizesse seguir, mas que também sabia que um dia gostaria de produzir para a festa, como bem falou, mesmo pelo exemplo que tinha do seu pai. Há um momento claro na sua mente em que você tenha sentido os olhos brilharem e marejarem, na época de assistente, de repente, e pensando que era aquilo que você realmente gostaria de fazer?

JORGE: “Eu lembro do dia em que isso aconteceu de fato. A ficha caiu definitivamente na minha cabeça no dia em que eu vi pela primeira vez, pessoalmente, na pista da Sapucaí, um carro alegórico que eu havia desenhado fazendo a curva e entrando. Quando eu observei, pela primeira vez, o colosso com luz, gente, a arquibancada dançando, eu pensei que todas aquelas reações haviam sido impulsionadas pelo meu ato inicial, eu falei: “nasci para isso”. Foi o desfile de 2012 da Cubango, eu fiz os desenho para o Jaime Cezário e o enredo era o Barão de Mauá. Foi um ano marcante para mim, porque como o Acesso desfila primeiro, quando vi o abre-alas entrando foi emocionante, foi a concretude da ideia.

CARNAVALIZE: Vamos congelar o tempo. O que o Jorge Silveira, carnavalesco da São Clemente, a menos de dois meses da estreia pelo Grupo Especial do Rio de Janeiro, diria para o Jorge, de 2012, emocionado ao ver sua ideia concretizada pela primeira vez na Sapucaí, pela Cubango?

JORGE: “Nossa… foi a pergunta mais difícil que já me fizeram. Eu vou dizer para ele que ele seja forte porque essa opção vai testá-lo ao máximo em todos os aspectos da vida; ele vai ser cobrado, contestado e experimentado como nunca antes, mas que não desista porque ele vai realizar o maior sonho da vida dele se não desistir.”

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