por Leonardo Antan
1 – Rosa é filha de nomes importantes da nossa cultura, cresceu em Copacabana com artistas e intelectuais frequentando a sua casa.
2 – Seu pai, Raimundo Magalhães Júnior, foi jurado do primeiro concurso de escolas de samba em 1932. E foi membro da Academia Brasileira de Letras.
3 – Sua mãe, Lúcia Benedetti, foi pioneira no teatro infantil no Brasil.
4 – Fez mais de três cursos de graduação. Formada em Pintura, pela Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro e em Cenografia, pela Escola de Teatro da Uni-Rio, foi também professora de Cenografia e Indumentária na Escola de Belas Artes da UFRJ e da Faculdade de Arquitetura Benett.
5 – Quando chegou ao carnaval trazida por Fernando Pamplona, não sabia nem o que era uma porta-bandeira. “É que nem uma dama antiga?”, foi o que ela perguntou.
6 – O ano era 1971 e o grupo que era formado por nomes como Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta, Lícia Lacerda e Maria Augusta trabalhavam num quintal em Botafogo pra construir todas as alegorias do Salgueiro para aquele ano.
7 – Rosa ficou responsável por decorar bolinhas de isopor, para facilitar o trabalho, decidiu entrar e usar o fogão da casa e levou uns porros quando o dono deu de cara com ela na cozinha. Confira esse depoimento hilário a partir de 40:52m:
9 – No primeiro carnaval que assinou sozinha em dupla com Lícia Lacerda no Império Serrano em 1982, garantiram o título com “Bumbum Praticumbum Prugurundum”.
10 – O enredo era do Pamplona e falava da história das escolas de samba até então, mas ela não gostava do nome dado pelo mestre: “Praça Onze, Candelária, Sapeca aí”. Então decidiu trocar por uma onomatopeia de Ismael Silva que expressava o ritmo do samba.
11 – A parceira com Lícia Lacerda, amiga de faculdade e do quintal em Botafogo, durou até 1987, quando a amiga trocou a folia pelo casamento. Rosa só assinou seu primeiro carnaval sozinha em 1988.
12 – Depois de dois ótimos carnavais no Salgueiro, a carnavalesca foi demitida pelo presidente alegando que usava rosa e lilás demais nas suas fantasias.
13 – Toda vez que começa a pesquisa de um enredo a artista liga para uma livraria e manda eles entregarem todos os livros que tiverem sobre o tema. Assim que começa a extensa pesquisa de seus enredos sempre detalhados.
14 – Sua passagem pela Imperatriz durou 18 anos, o maior casamento da história carnavalesca. Foram cinco títulos. Um ano a menos que a Joãosinho e sua passagem pela Beija-Flor, que também foram campeões cinco vezes juntos.
17 – Rosa é famosa pelas voltas que dá em enredos patrocinados. Em 2002, a encomenda era sobre um enredo sobre a cidade de Campos dos Goytacazes. A saída foi pirar no nome da cidade que era em homenagem a uma tribo canibal. A prefeitura da cidade chegou a processar a escola por não cumprir o contrato.
18 – Em 2004, a genialidade foi outra. O patrocínio vinha da cidade litorânea de Cabo Frio, que havia recebido as tropas portuguesas atrás do pau-brasil. O enredo contou então a história cultural por trás do vermelho da madeira cobiçada pelos exploradores, o “Breazail.”
19 – As obras de Rosa pro carnaval já passearam por diversas galerias e museus de arte pelo mundo. Participando até da renomada Bienal de Veneza, um dos eventos de arte mais importantes do mundo. Atualmente, os desenhos do carnaval de 1996 sobre Maria Leopoldina então em exposição no MAR, do RJ.
20 – É tanta genialidade, carisma, barroco e brasilidade numa pessoa só. Que nós do Carnavalize não podemos negar, ela é nossa Deusa. O maior nome vivo do nosso Carnaval ainda em atividade e uma das maiores artistas plásticas brasileiras.
3 respostas
ELA É A DEUSA DO CARNAVAL CARIOCA…….NÃO TEMOS PALAVRAS PARA DESCREVE-LA
Sem dúvida uma das mais criativas.
A melhor !