#SÉRIEDÉCADA: As 10 maiores personalidades da década no carnaval paulistano


Texto por Juliana Yamamoto, com colaboração de Leonardo Antan
Revisão, artes e visual: Vitor Melo
Com a nossa #SérieDécada se encaminhando para o final, fazemos nossa última parada no Anhembi após listar os melhores sambas e desfiles que a folia paulistana apresentou nos últimos dez anos. E, por fim, reverenciaremos personalidades que foram fundamentais em suas funções para desenhar os rumos das agremiações ao passar dos anos. 
Nesta seleção estão presentes figuras de diferentes ocupações, como carnavalescos campeões; uma porta-bandeira que se superou; uma rainha de bateria que encantou todos com seu carisma e samba no pé; intérpretes que se destacaram por seu talento; um mestre de bateria que se tornou referência para muitos e dirigentes que são extremamente essenciais para o sucesso de suas respectivas escolas. 
Confira a lista abaixo com grandes profissionais que marcaram a década de 2011-2020. Lembrando que nenhuma de nossas listas é constituída em ordem hierárquica. Vamos conferir?!
Solange Cruz Bichara (Presidente da Mocidade Alegre)

Para uma escola de samba se tornar competitiva, ela precisa de uma gestão organizada e uma diretoria disciplinada, sempre dispostas a fazer o melhor pelo seu pavilhão e pelos seus componentes. Um exemplo de presidência é a da Mocidade Alegre, detentora de três títulos nesta última década. A verde, vermelho e branco possui, na figura de sua presidente, uma mulher de pulso firme e que não mede esforços para colocar a agremiação nas primeiras posições. Tornando-se famosa no país inteiro, Solange Bichara é uma grande personalidade do carnaval de São Paulo e também um exemplo de como uma boa gestão é primordial para o bom rumo de uma escola de samba. 
Solange no desfile da Morada do Samba no carnaval 2020. (Foto: Felipe Araujo)

Desde que assumiu o cargo para o carnaval de 2004, Solange mostrou que estava disposta a colocar a Mocidade novamente na briga por boas posições. Após os campeonatos de 2004 (carnaval em que encerrou um jejum de 23 anos), 2007 e 2009, a presidente continuou com o seu trabalho organizado e novamente deixou sua marca nesta última década, sempre mantendo uma gestão transparente e ouvindo sua comunidade. Solange costuma apostar em pratas da casa, fornecendo todo suporte e estrutura para que essas realizem seus trabalhos. Ao mesmo que tempo que sabe delegar, também se mantem ativa e participando dos bastidores do pré-carnaval, pois é perceptível que há um pouco da sua personalidade em cada departamento. De 2011 a 2020, em sua gestão, a Mocidade conquistou três títulos (2012, 2013 e 2014), dois vice-campeonatos (2015 e 2018) e dois terceiros lugares (2016 e 2020). Como provam os dados, a gestão de Bichara conseguiu manter uma regularidade nas duas últimas décadas, através de apresentações técnicas, um lindo visual e a força da comunidade. Esses três fatores são personificados no grito de guerra dela, “A vitória vem da luta, a luta vem da força e a força, da união”, que se tornou muito famoso e marca registrada da presidente. Vale ainda ressaltar a importância do sucesso de uma gestão feminina, que se transformou numa fonte inspiradora para outras mulheres que a veem como um espelho de administradora. Portanto, tudo isso só evidencia o quanto a Solange é uma personalidade marcante não só no carnaval de São Paulo, mas também fora dele. 
Sidnei França (carnavalesco)

Foi justamente na gestão de Solange Bichara que se revelou nossa segunda personalidade da lista. O jovem carnavalesco Sidnei França integrou a comissão de carnaval da Morada do Samba em 2009 e seguiu na tricolor por mais sete carnavais, dos quais saiu vitorioso em três deles. O famoso tricampeonato da Mocidade Alegre, nos anos de 2012, 2013 e 2014, tem como peça fundamental o trabalho artístico de Sidnei e seu parceiro Márcio Gonçalves. Destaque para o ano de 2012, considerado um dos maiores desfiles da década em São Paulo e que esteve presente na nossa lista que pode ser conferida aqui. Tomando Ojuobá como exemplo, destacou-se o talento do carnavalesco por seus enredos inteligentes e criativos, além de um conjunto alegórico e fantasias primorosos. 
Sidnei França em desfile pelo Águia de Ouro em 2020. (Foto: Felipe Araújo – LIGASP)

Na segunda metade da década, após uma longa história na Morada, Sidnei foi em busca de novos desafios. Em 2017, apresentou um grande desfile na Unidos de Vila Maria com uma homenagem aos trezentos anos da aparição de Nossa Senhora Aparecida. Já em 2018 e 2019, foi o carnavalesco dos Gaviões da Fiel. No segundo ano desse casamento, conduziu uma reedição do carnaval de 1994, quando apresentou novamente um dos desfiles mais marcantes da década. No último carnaval, fez sua estreia no Águia de Ouro, onde conquistou mais um título, seu primeiro na carreira solo e também em uma outra agremiação que não fosse a Mocidade Alegre. Ao mesmo tempo jovem e já consolidado com várias vitórias, não é à toa que Sidnei França pode ser apontado como um dos maiores artistas dessa década e uma das grandes revelações do carnaval paulistano, sempre trazendo grandes enredos e proporcionando momentos inesquecíveis e marcantes aos foliões. 

Karina Zamparolli (porta-bandeira)

Ainda pelo bairro do Limão, é também de lá que surge mais uma representante da Mocidade Alegre, desta vez, escolhida por sua atuação como porta-bandeira. Esta verdadeira pequena notável é Karina Zamparolli, que defende desde o ano de 2013 o pavilhão de uma das escolas mais tradicionais de São Paulo, colecionando notas máximas. Um relação de sucesso, mas que começou de forma inusitada, pois Karina estava sem desfilar desde 2011, quando passou pela X9 Paulistana. 
Karina em desfile oficial no ano de 2017. (Foto: Armando Bruck)
Após o carnaval de 2012, Adriana Gomes, antiga porta-bandeira da vermelho, verde e branco, sofreu um acidente de elevador, ocasionando uma lesão que a impossibilitou de dançar. Em razão disso, a agremiação teve que procurar uma nova parceira para bailar ao lado de Emerson Ramires, o mestre-sala à época. Por meio de um concurso interno, Karina foi a selecionada para ser a primeira porta-bandeira no carnaval de 2013. Infelizmente, a dançarina sofreu com críticas durante o pré-desfile, principalmente por conta da sua estatura. Entretanto, a sua estreia não poderia ter sido de forma melhor! Após tanta dedicação, o casal alcançou a nota máxima – 50 pontos na época – e foram os responsáveis direto pelo bicampeonato da tricolor paulistana. Karina mostrou através de muito ensaios que tinha o talento para ser a primeira porta-bandeira de uma das maiores escolas da cidade. Com o resultado positivo, Zamparolli seguiu na agremiação colecionando notas máximas ano após ano e caindo no gosto da comunidade. A porta-bandeira, antes contestada, hoje, é querida e amada por toda comunidade, tornando-se uma das referências no quesito, além de sempre se destacar apresentando uma regularidade e ganhando vários prêmios. 

Mestre Moleza (Mestre de Bateria)

Porque a Cadência é da Vila! Rodrigo Neves, mais conhecido como Mestre Moleza, é o responsável pela bateria da Unidos de Vila Maria desde o carnaval de 2013. Na escola, o diretor conseguiu inserir seu estilo característico de bateria ao longo dos anos e transformá-la numa das melhores do carnaval de São Paulo. Dessa maneira, tornando-se referência no quesito e também inspiração para novos mestres que vêm surgindo. Por tantos feitos, ele se tornou o representante da lista escolhido para o cargo que ocupa. 
Mestre Moleza em desfile oficial pela Unidos de Vila Maria em 2020. (Foto: Felipe Araújo – LIGASP)
Antes de iniciar sua trajetória na escola do Jardim Japão, Rodrigo Neves se destacou dividindo o posto de mestre de bateria ao lado de Caju, na Mancha Verde, em 2011 e 2012. Após o quarto lugar da alviverde, o diretor decidiu alçar novos voos e desafios. Foi então que começou a marcar sua história na Vila Mais Famosa através de sua liderança junto aos ritmistas da agremiação. Apesar do descenso no mesmo ano, o diretor continuou com o seu trabalho e investindo na escolinha de ritmistas junto à comunidade, que, a cada ano, aumentava inscritos e criava novos e talentosos instrumentistas. Após esse trabalho de base, a bateria alcançou sua maior notoriedade no ano de 2016, no qual ousou em bossas e paradinhas, alcançando assim a nota máxima e, de quebra, levou vários troféus. O trabalho do Mestre junto aos demais diretores continuou, resultando em outras grandiosas apresentações como 2017 e 2018, sempre colecionando notas 10 e ajudando na harmonia e na evolução da tricolor. Através de sua disciplina e talento, Rodrigo Neves conseguiu impor seu estilo característico mais cadenciado, em que se pode ouvir com clareza todos os naipes e a qualidade das suas bossas. Com isso, a Cadência da Vila se tornou referência e o mestre, um exemplo para os novos artistas surgindo nesse meio. Além disso, já é um dos mestres mais longínquos da história da Vila Maria, indo para o seu nono ano. 

Jorge Freitas (carnavalesco)

Saindo da área musical, voltamos a falar de um artista que esteve por trás de grandes campeonatos e desfiles marcantes dos últimos tempos. Ao contrário de Sidnei, falamos agora de um profissional mais maduro e renomado da folia paulistana, que já conta com quase vinte anos de atuação nas batutas artísticas de apresentações marcantes: Jorge Freitas. Foi em um feliz casamento com a Rosas de Ouro que o artista começou esta década, na qual conquistou inúmeros bons resultados. Já que esta parceria conquistou um título memorável, em 2010, e seguiu pelos anos seguintes com inesquecíveis apresentações, como 2012, 2013 e 2014, conquistando um tri-vice campeonato. 
O carnavalesco Jorge Freitas na concentração para o desfile da Mancha Verde em 2020. (Foto: Felipe Araújo – LIGASP)
Após uma trajetória forte na azul e rosa, Jorge foi em busca de novos desafios no Império de Casa Verde, onde já no seu primeiro ano foi campeão com o enredo “Império dos Mistérios”. O estilo luxuoso combinou com uma escola que procurava se reencontrar com seus tempos áureos. Após o sucesso, o carnavalesco permaneceu por mais dois anos na Caçula do Samba e, apesar do pouco tempo, também nos presenteou com uma grandiosa apresentação em 2018. Buscando conquistar novamente a primeira posição, ele apostou suas fichas numa nova parceira, desta vez com a Mancha Verde. No ano de sua estreia, o carnavalesco uniu seu luxo característico com a força de um enredo sobre a história de uma princesa africana para contribuir com a primeira estrela da alviverde. Foi o primeiro enredo afro do artista.  O “mago”, como é considerado por muitos, mantém-se como um dos maiores carnavalescos da terra da garoa, proporcionando grandes espetáculos e conquistando brilhante vitórias. 

Grazzi Brasil (intérprete)

Abre os caminhos pro Vai-Vai passar! Os caminhos da Escola do Povo foram abertos para surgir uma estrela nessa década no carnaval de São Paulo: Grazzi Brasil. A intérprete teve uma ascensão meteórica e se destacou tanto por sua voz e por seu talento, mas também como uma das raras figuras femininas a ocupar o posto de intérprete principal de uma agremiação – posto conquistado com muito esforço, como comprova sua trajetória. 
Grazzi no desfile oficial do Vai-Vai em 2019. (Foto: Felipe Araújo – LIGASP).
Grazzi Brasil já participava do time de canto dos sambas concorrentes da parceria do Zeca do Cavaco e Zé Carlinhos no Vai-Vai nos anos de 2015 (Elis Regina) e 2016 (França). Porém, a cantora ganhou seu estrelato nas eliminatórias de 2017, com o enredo em homenagem a Mãe Menininha. O samba 8, encabeçado pela parceria de Edegar Cirillo e Marcelo Casa Nossa, tornou-se um sucesso nas redes sociais, recebendo apoio da comunidade da Saracura. Parte do sucesso é explicado pelo ótimo desempenho de Grazzi ao defender a composição junto ao intérprete Igor Sorriso e também durante a disputa. A sua gravação solo da obra, numa versão mais lenta, viralizou, ganhando os holofotes do mundo samba. O sucesso foi tão grande que levou a cantora a ser convidada para integrar o carro de som da preto e branco para o desfile, participando da faixa do CD ao lado de Wander Pires e sendo responsável por uma largada extremamente emocionante. 
Após esse ano, Grazzi começou a trilhar sua história no carnaval, participando de gravações de sambas concorrentes em outras agremiações e, em 2018, assumindo o posto de intérprete oficial do Vai-Vai, permanecendo até o carnaval de 2019. Nessa mesma época, desembarcou na cidade maravilhosa onde dividiu o carro de som por dois anos no Paraíso do Tuiuti. Em 2020, a intérprete esteve na São Clemente, junto de Leozinho Nunes e Bruno Ribas. Grazzi deixa seu legado na década e no carnaval nacional, tornando-se a primeira mulher intérprete na Saracura e sendo uma das poucas a assumir um microfone oficial na história como um todo, ao lado de nomes como Bernadete, Vânia Cordeiro, Márcia Inaiá e Eliana de Lima; quebrando preconceitos e barreiras, uma referência feminina no carnaval e, sem dúvidas, uma das personalidades dessa década. 

Camila Silva (Rainha de Bateria)

Além de uma voz marcante, não faltou samba no pé ao Bixiga na última década. Pois é da preto e branco que vem também a representante escolhida no posto de rainha de bateria. Sempre motivos de muita discussão e dos cliques dos fotógrafos, é verdade que essas passistas possuem o seu papel numa escola de samba e roubam a atenção durante os desfiles. Além disso, muitas utilizam sua posição para transmitir uma mensagem e também ser inspiração para mais mulheres. Camila Silva é um exemplo de uma rainha que deu nome e sobrenome nessa década do carnaval paulistano. A antiga rainha do Vai-Vai reinou de 2009 a 2019 e foi abraçada não só pela sua comunidade, mas também por grande parte dos sambistas. 

Camila Silva em seu último desfile pelo Vai-Vai. (Foto: Felipe Araujo)

A sambista iniciou o reinado no carnaval de 2009, já mostrando que iria marcar seu nome na história da Saracura. A simpatia e samba no pé fizeram com que a rainha se destacasse e se tornasse um patrimônio da alvinegra. À frente da Pegada de Macaco, Camila foi campeã em dois anos: 2011 e 2015. A artista também sempre declarou seu grande amor pela Escola do Povo, tornando-se uma figura frequente e carimbada em ensaios e eventos da escola no bairro da Bela Vista. Camisa se transformou em um ícone da dança e o combo de “samba+beleza+carisma+disciplina” a tornou um espelho para meninas mais novas que a veem como referência. Seu sucesso foi tão grande que a artista também pegou a ponte aérea e iniciou sua trajetória como rainha de bateria na Mocidade Independente de Padre Miguel em 2013. Ela não prosseguiu na verde e branco, mas o destino quis colocá-la de novo em Padre Miguel, onde retornou em 2017, permanecendo até o carnaval de 2019. Hoje, Camila é a atual rainha do carnaval carioca e mostra a cada dia a grande personalidade que se consolidou. Extravasando os bairrismos e se consolidando nacionalmente para além do bairro que a projetou. 

Celsinho Mody (intérprete)
Pegada de africano, hein?! Muitos intérpretes se destacaram nessa década em São Paulo, porém um dos nomes mais marcantes da folia paulistana e responsável por embalar dois desfiles campeões do Grupo Especial foi Celsinho Mody. O artista, assim como Grazzi Brasil, conseguiu alavancar tanto sua carreira nacionalmente nestes anos que ganhou espaço em terras cariocas, tornando-se intérprete do Paraíso do Tuiuti. 
Celsinho Mody em desfile oficial do Acadêmicos do Tatuapé no ano de 2020. (Foto: Felipe Araújo – LIGASP)

Celsinho Mody iniciou sua trajetória como intérprete oficial em 2005 com apenas 17 anos pelo Camisa Verde e Branco. O cantor já se destacava pela voz forte, por apresentações regulares e por manter sempre um bom desempenho na pista, mas foi a partir dessa década que ele desabrochou e conseguiu afirmação. Em 2012 e 2013,  assumiu o microfone principal da Nenê de Vila Matilde e foi muito importante para a retomada da escola ao grupo especial. Já no ano seguinte, foi responsável por conduzir o cortejo do Pérola Negra. Apesar do descenso da agremiação, Celsinho mostrou novamente um ótimo desempenho e elevou as qualidades do samba-enredo já elogiado na apresentação. Depois desses caminhos, o ponto de virada do artista foi quando ele retornou ao Acadêmicos do Tatuapé após 10 anos, no carnaval de 2016. Com um excelente desempenho naquele ano, o cantor seguiu na azul e branco e foi extremamente importante para os dois títulos da agremiação nos anos seguintes. Com seu destaque nestas apresentações, recebeu o convite para ser intérprete oficial do Paraíso do Tuiuti, onde permanece até hoje. O cantor, atualmente, é considerado um dos maiores do carnaval paulistano, sua voz sempre está presente em sambas concorrentes de várias agremiações e o seu grito de guerra com o famoso “pegada de africano” já é uma das suas marcas registradas.

Wagner Santos (carnavalesco)

Ainda pelo Tatuapé, mas chegando ao último carnavalesco dessa lista, louvamos mais um profissional que pode não ter começado sua atuação nos últimos anos, porém se destacou fortemente com seu trabalho durante toda a década. Wagner Santos dá expediente atualmente na azul e branco da Zona Leste, mas começou se destacando dentro de nosso recorte temporal com um feliz casamento com Acadêmicos do Tucuruvi, que se estendeu por oito anos. Logo no seu segundo ano, em 2011, o carnavalesco ajudou a escola a conseguir sua melhor posição da história, um vice-campeonato. O artista colocou o Zaca, a cada ano que passava, como uma das favoritas para brigar pelas primeiras posições com desfiles muito marcantes, como o caso de 2013 em uma homenagem ao Mazzaropi. Os carnavais assinados em 2012, 2014 e 2015 também evidenciaram o alto nível do artista. O fim do casamento entre o Tucuruvi e o Wagner aconteceu após o carnaval de 2017, onde o carnavalesco assumiu o cargo na campeã daquela época. 
Wagner Santos na concentração para o desfile oficial do Acadêmicos do Tatuapé em 2020. (Foto; Felipe Araújo – LIGASP)
Novamente, Wagner mostrou o quanto é talentoso e sempre procurando se reinventar. Num grandioso desfile sobre o Maranhão no ano seguinte, conquistou seu primeiro título na carreira – que já deveria ter vindo antes – e ajudou a consagrar o bicampeonato da azul e branco. Apesar de apenas um campeonato em sua carreira, Wagner Santos mostrou nessa década que é um dos grandes carnavalescos de São Paulo e que sempre está disposto a fazer desfiles marcantes nas agremiações por onde passa. É conhecido pelo seu bom gosto e pela sua capacidade de reaproveitamentos de materiais com muita sabedoria. Um grande artista e, com certeza, uma das personalidades desse recorte!

Eduardo Santos (Presidente do Acadêmicos do Tatuapé)
Bate no peito e diz quem é Tatuapé! Mais um presidente a aparecer na nossa lista, sendo outro exemplo de gestão e boa administração, que após anos conseguiu colher bons frutos e colocar a sua escola de samba em um outro patamar. O Acadêmicos do Tatuapé se tornou uma potência nessa década, colocando-a no rol de grandes agremiações paulistanas, muito por uma gestão pautada na organização e transparência. O presidente Eduardo Santos é um dos principais pilares da escola da Zona Leste e muito importante para a sua ascensão.

O presidente da escola durante a largada do desfile no carnaval 2020. (Foto: Felipe Araujo)
Eduardo sempre acompanhou a agremiação ao lado do seu pai, mesmo muito pequeno, quando a quadra era em outro endereço. Ficou 20 anos como vice-presidente, de 1990 a 2006 e depois de 2009 a 2012, quando assumiu a liderança em 2013. Ele prosseguiu com o trabalho e a reestruturação da escola. A azul e branco que tinha retornado ao principal grupo em 2013, conseguiu sua permanência e no ano de 2016, alcançou a sua melhor posição até aquela época, com um vice-campeonato, homenageando a Beija-Flor de Nilópolis. A partir deste ano, Eduardo mostrou o quanto uma boa gestão e um trabalho com a comunidade fazem a diferença. Nos anos de 2017 e 2018, o Tatuapé foi campeão com desfiles fortes e técnicos, colocando a escola da Zona Leste como uma nova estrela do carnaval paulistano e também exponenciando sua força. Nos anos seguintes, a taça não veio, mas novamente mostrou que já é de conhecimento da agremiação a “fórmula” do sucesso e que sempre entrarão na passarela do samba em busca de mais um título. Eduardo Santos juntos dos demais diretores conseguiu transformar o Acadêmicos do Tatuapé na década, tornando-o assim uma personalidade muito marcante e indispensável dessa lista.
Menções honrosas:
É fato que muitas personalidades marcaram o carnaval de São Paulo e foi bastante difícil listar apenas dez nomes para nossa lista oficial. Por conta disso, fizemos uma lista de menções honrosas com artistas que também tiveram sua importância na folia paulistana e que de alguma forma marcaram os anos de 2011 a 2020. 

Relembramos que ambas as listas não possuem ordem hierárquica.

Jorge Silveira (carnavalesco)

Lais Moreira (porta-bandeira)

Adriana Gomes (porta-bandeira)

Aline Oliveira (rainha de bateria)

Carlos Jr (intérprete)

Igor Sorriso (intérprete)

Ernesto Teixeira (intérprete)

Mestre Juca (mestre de bateria)

Mestre Zoinho (mestre de bateria)

Renato Remondini (presidente)

E aí, o que achou da lista? Mudaria alguma coisa? Conta pra gente qual seria a sua lista com as personalidades marcantes.

Esperamos que tenham curtido nossa #SérieDecada e relembrado momentos inesquecíveis das escolas de samba!

Carnavalize conosco!

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