Por Redação Carnavalize
Encerrando a temporada de desfiles do carnaval 2020 (lamentos de tristeza pelo momento), a Beija-Flor de Nilópolis contou a história dos caminhos, passagens e ruas na Avenida. Depois de um resultado vergonhoso e que deixou os nilopolitanos pra lá de insatisfeitos no carnaval passado, a escola buscou se realinhar ao molde tradicional de seus desfiles.
A comissão de frente foi coreografada por Marcelo Misailidis e teve como amparo cenográfico vários automóveis. O efeito de motos compostas em seu corpo por duas pessoas – e com mais dois integrantes nelas montadas, se mostrou gratuito, mesmo porque logo em seguida os bailarinos adentram o tripé, quando então, no próximo momento, começa a dança do grupo. Coreograficamente, a comissão teve um ótimo resultado, com impactos de corpo muito fortes, fazendo uma releitura sobre entidades como Exu. Os craques Claudinho e Selminha fizeram uma boa apresentação, mas os giros de Selminha no início da dança pareciam carregados de tensão. Apesar disso, a coreografia foi bem desenrolada pelos dois.
Imagem da alegoria da escola que trazia os caminhos retratados por Debret. (Foto: Felipe de Souza) |
A dupla formada por Alexandre Louzada e Cid Carvalho devolveu à escola toda sua opulência, característica da Beija-Flor, em falta nos últimos carnavais. Narrativamente, o enredo se mostra indefinido, passeando por ruas e caminhos, num desenvolvimento genérico e sem um bom norteador definido. A abordagem já passou diversas vezes em outros enredos da própria escola: passeios pelas antigas civilizações, pelo Brasil, fé, lugares imaginários, etc. As alegorias da escola poderiam ser perfeitamente encaixadas em inúmeros outros temas. O conjunto alegórico, apesar de bonito e interessante dentro da proposta da escola, tinha pequenos problemas de acabamento, partes mal adereçadas. O trabalho de fantasias optou pelo clássico, apostando em costeiros opulentos, a escola passou bem vestida mas não trouxe nada de novo. O resultado do carnaval da Beija-Flor pode agradar aos jurados, mas não disse a que veio.
Alegoria que retratou Copacabana, a “princesinha”. (Foto: Vitor Melo) |
A harmonia da escola se mostrou competente como sempre. Com um grande contingente, a escola teve uma evolução mais lenta e com alguns buracos, além de correr para encerrar sua apresentação, mas terminou seu desfile dentro do tempo regulamentar. A bateria fez uma apresentação excelente e Neguinho voltou a brilhar, com destaque para sua gargalhada quando o refrão principal do samba saudava Exu.
Num carnaval equilibrado e regular, a Beija-Flor é mais uma das escolas com erros e acertos que deve brigar pelo título.
4 respostas
Estava esperando contar a história de EXU! Me surpreendeu falar das ruas da vida!
Já é campeã 2020 amo minha escola beija-flor de Nilópolis em homenagem à minha mãe quê faleceu à 6 meses e amava a beija-flor de Nilópolis parabéns ��������
Mas esse é o enredo, ruas. Exú é o dono e abre os caminhos, por isso apareceu na comissão de frente
Amei tudo! Lindíssima! Animação, samba no pé, enredo. Maravilhosa!!!!