Por Redação Carnavalize
Vítima de ataques de diversos grupos religiosos no pré-carnaval, a Mangueira foi a terceira escola a cruzar a Sapucaí com o enredo “E a verdade vos fará livre”, uma história que percorreu as diversas faces de Jesus Cristo. Neste domingo verde-e-rosa, Leandro Vieira retratou um Messias nascido nos dias de hoje, dialogando a todo tempo com as identidades das minorias sociais dos tempos atuais, como negros, homossexuais, indígenas e mulheres.
A comissão de frente, comandada pelo gabaritadíssimo casal Priscila Mota e Rodrigo Negri, iniciou sua apresentação sem utilizar qualquer elemento cenográfico em formato de tripé, mas pequenos cubículos alinhados que, em determinado momento, formavam até uma cruz. O grupo mostrou a competência de seus coreógrafos e também de seus bailarinos, em uma dança muito sincronizada e bem executada. Grandes imagens surgiram ao longo da apresentação, como uma revista policial em Jesus e a famosa imagem da Santa Ceia recriada. Vale pontuar a adequação das roupas dos componentes, todas em tecido jeans, representando uma moda contemporânea e urbana. O término da apresentação conduzia ao morro da Mangueira, um novo local da ressureição de Jesus dentro desta releitura. O premiado casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus Olivério e Squel Jorgea, trouxe uma bela fantasia, muito diferente do que se vê entre os casais, e fez uma excelente apresentação. Cabe lembrar que Squel não perde qualquer décimo desde 2015, “tradição” que deve se manter por mais um ano.
O enredo apresentou menos questões atuais do que o esperado, mas não fugiu à releitura da história de Jesus a que se propunha, apostando em pequenas rupturas, sendo raramente apresentado em sua imagem clássica. A escolha cromática do desfile merece elogios, e os pontos altos foram a ala e a alegoria que representava o domingo de ramos, com adereços de mão que proporcionaram efeitos interessantes. O apuro estético, já conhecido do trabalho de Leandro, se manteve por mais um ano. As fantasias tiveram boas soluções de materiais, mas deixaram levemente a desejar na paleta de cores, que oscilou em determinados setores. Foi o melhor trabalho de fantasias de Leandro, mas com alguns problemas de acabamento – cabeças caindo e os componentes segurando pra poder evoluir e, no último setor, ala com alguns integrantes tirando a cabeça pra recolocar porque caíram em frente ao juri.
O abre-alas trouxe o nascimento de Jesus. Alcione e Nelson Sargento eram seus pais. (Foto: Felipe de Souza) |
A bateria de mestre Wesley fez uma correta apresentação, com destaque para a bossa funk, muito bem executada. A escola deixou a desejar na empolgação, com um bom rendimento do samba e uma boa evolução, mas sem grandes momentos de explosão.
A crucificação do jovem negro. (Foto: Felipe de Souza) |
Com uma apresentação de muitos pontos altos e pequenos deslizes, a Mangueira deve figurar na parte de cima da tabela.
3 respostas
Falta de respeito!
É apelação demais para lacração.
Como exigir respeito ao Axé, se desrespeitam o Amém?!
Só um detalhe, no comentário é citado a mulher como minoria, como assim? Só se for na China né?!
O Brasil tem 2,4 mulheres para cada homem…
Quanta ignorância! Aff! Em Ciências Sociais 'minorias'não fazem alusão ao quantitativo,mas,ao espaço político q ocupam, ao pertencimento e aos direitos sociais. Salvador, tem a segunda maior população negra do mundo e nesta city, os negros – em sua maioria excluídos – são minorias.
Vá estuda, poha!
Sem episteme, é foda!
Ou vc acha q possui cultura política?
Aff!!!
Tentativa de lacração é uma pessoa querer "lacrar" usando esse termo sem nem saber o que significa o termo "minoria". Vai procurar uns livros pra se informar e não falar tanta bobagem.