#Carnaval2019 – Fábulas não convencem e Beija-Flor faz desfile sem moral da história

Por Redação Carnavalize
Atual campeã do carnaval, a Beija-Flor de Nilópolis resolveu falar da própria história em homenagem aos 70 anos de sua fundação, com o enredo “Quem não viu, vai ver – As fábulas do Beija-Flor”, desenvolvido pela comissão de carnaval da escola. O grupo não contou mais com Laíla, que se despediu depois do título, mas seguiu com profissionais como Cid Carvalho e Marcelo Misailidis. A ideia da escola foi contar sua trajetória de desfiles a partir de fábulas. 
Exercendo dupla função pelo segundo ano consecutivo, Marcelo Misailidis foi o responsável pela apresentação da comissão de frente nilopolitana. O grupo representou “O Bloco dos Animais” e fizeram referência ao símbolo da escola e ao carnaval de 1976, “Sonhar com Rei dá Leão”, que contou a história do jogo do bicho e fez a escola beliscar o seu primeiro título. Tanto o conceito quanto a execução da comissão foi de grande simplicidade e não cumpriu bem o papel de apresentar o enredo. 
Talentos incontestáveis, Claudinho e Selminha Sorriso, primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola, atingiram há tempos um patamar que transcende os quarenta pontos máximos a serem obtidos. Entrosados e imponentes, a dança majestosa dos dois craques do quesito encantou o público, com o reforço da linda fantasia em tom de roxo que vestia o casal. No final das contas, a metalinguagem da homenagem recaiu também sobre estes que são personagens fundamentais da escola. 
O abre-alas da escola nilopolitana.
Nas alegorias, a escola seguiu o modelo que ela mesma lançou ano passado de carros cênicos, com coreografias, movimentações, estruturas que mudavam cenários e serviam de palco para encenações. Apesar dos carros bem acabados, o conjunto pecou em leitura, já que a relação entre a história da escola e as fábulas não se justificou em qualquer momento, configurando um enredo frágil e desamarrado. As fantasias eram boas mas também sofreram as consequências do problema de concepção da narrativa do desfile. 
A terceira alegoria da Beija-Flor se referia à galinha dos ovos de ouro.
O samba não empolgou e foi cantado pela harmonia da escola apenas de maneira regular, deixando brecha para questionar por onde anda a comunidade que rasgava o chão todos os anos. A bateria dos mestres Plínio e Rodney fez uma apresentação burocrática. 
Inchada, a escola se viu prejudicada pela vagarosidade e falta de fluidez da apresentação e enfrentou problemas no último módulo de jurados, tendo que encerrar a apresentação às pressas. A depender dos critérios do júri, a Beija-Flor pode até cogitar boas posições, mas deve se manter na parte intermediária da tabela. 

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