CARNAVANÁLISE #23: Querendo a redenção, Tijuca canta Falabella abrindo a segunda-feira

Por Beatriz Freire
O carnaval de São Paulo, inegavelmente, é um dos que mais cresce e ganha espaço no Brasil. Apesar disso, é impossível ignorar a relevância que a festa momesca tem em terras cariocas. Para ilustrar tamanho crescimento da folia e a união entre os carnavais, Felipe de Souza, Beatriz Freire e Jéssica Barbosa se reuniram para detalhar samba e enredo das 27 escolas que passarão pelo Anhembi e pela Marquês de Sapucaí em 2018. Os textos estarão disponíveis às segundas, quartas e sextas, seguindo o resultado do último carnaval.

“Um coração urbano: Miguel, o Arcanjo das Artes, saúda o povo e pede passagem”
Unidos da Tijuca
“O povo do samba chamou
e fez de você um poema de amor.
Na minha bandeira azul e amarela,
mais uma estrela, Miguel Falabella”
Depois de um triste carnaval em 2017, a Unidos da Tijuca tenta dar seus passos para seguir em frente, rumo a uma nova página para o desfile de 2018. Em um ano que parece ser o momento da escola se reencontrar, o pavão amarelo e azul  homenageará Miguel Falabella na Sapucaí. A trajetória do artista parte da sua infância, passa pelo teatro, pelos seis grandes papeis e criações e se relaciona até mesmo com o carnaval, já que foi carnavalesco do Império da Tijuca por dois anos da década de 90. A dança das cadeiras promoveu duas alterações: Mauro Quintaes se despediu da Comissão de Carnaval, que agora conta com Annik Salmon, Hélcio Paim e Marcus Paulo. A segunda mudança foi a saída de Julinho e Rute, casal que defendeu a agremiação por quatro carnavais, e a chegada de Alex Marcelino, vindo da Portela, e Jack Pessanha, que era segunda porta-bandeira do Salgueiro e também já foi a segunda porta-bandeira da Unidos da Tijuca. A expectativa fica pelo que a escola vai propor na Avenida, depois de um carnaval de tristezas, e por ser a agremiação que abrirá a segunda noite de desfiles do Grupo Especial carioca. 

O samba:


Há alguns bons anos, com exceção de 2016, a Unidos da Tijuca apresenta os chamados sambas funcionais. Sempre muito ligados às sinopses e buscando descrever de forma básica o enredo, a Unidos da Tijuca chegou a conquistar notas dez no quesito com obras que não eram suas melhores, mas que rendem muito na Avenida, principalmente pela força do canto da comunidade. Em 2018, a disputa foi vencida pela parceria de Totonho, Mart’nália e seus amigos. Mais uma vez, é um samba cheio de referências aos feitos do homenageado e não consegue uma posição entre os melhores e mais elogiados da safra do próximo carnaval. De toda forma, a comunidade parece dar conta do recado em seus ensaios de rua, e algumas passagens, como o refrão do meio, ganham destaque no conjunto do samba. 
A Unidos da Tijuca, como dito anteriormente, será a primeira escola a desfilar na segunda-feira de Carnaval.

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