#Carnaval2022: Imperatriz – Impecável na plástica, escola eleva o sarrafo na abertura dos desfiles

 

Por Redação Carnavalize
Tem-se adotado a máxima de que as escolas mais antigas do carnaval que descem para a Série Ouro fazem uma passagem de reestruturação pela segunda divisão. Verdade ou não, com a Imperatriz o resultado parece ser exatamente esse. Após ter frequentado o grupo de acesso por um ano – e de lá ter saído vitoriosa -, a escola retornou ao Grupo Especial com muitas cartas na manga para buscar uma permanência tranquila. Dentre elas, a principal foi promover a contratação de Rosa Magalhães, carnavalesca que fez história na agremiação durante quase duas décadas, para homenagear o carnavalesco e amigo Arlindo Rodrigues, no enredo “Meninos, eu vi…  Onde canta o sabiá, onde cantam Dalva e Lamartine”.
Apesar de renomado bailarino clássico, Thiago Soares fez a sua estreia no cargo de coreógrafo da comissão de frente, trazendo “O trem das lembranças”. A abertura da agremiação foi inspirada nas memórias carnavalescas de Arlindo. Um elemento alegórico bastante longo, em formato de trem, chamou a atenção, mas, pelas proporções, acabou prejudicando a visualização do público nos setores opostos aos módulos de julgamento. O corpo de dança era composto por mulheres, fazendo referência ao pioneirismo do carnavalesco na introdução das mulheres nas comissões. Também se observaram alusões a enredos gloriosos da Imperatriz de outrora. As fantasias estavam belas, sendo que apareceram diferentes tipos de saias. As metalizadas, em tons prateados, mereceram especial elogio. No geral, a dança se mostrou competente, assim como a atuação dos integrantes. Um dos pontos altos foi um drone sabiá, que sobrevoou a pista. A comissão, de fato, cumpriu seu papel. Por sua vez, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Thiaguinho Mendonça e Rafaela Theodoro, ostentou um figurino caprichado, nas cores da escola de Ramos. A exibição da dupla foi correta, segura, com destaque para a graciosidade da porta-bandeira. O casal representou a Imperatriz como a manequim perfeita do carnavalesco homenageado, a escola que nasceu para vestir suas fantasias.
Detalhes da performance da Comissão de Frente (Foto: Thomas Reis)

O enredo, desenvolvido primorosamente pela professora Rosa Magalhães, se baseou na carreira de Arlindo enquanto um grande carnavalesco. Percebeu-se a assinatura barroca de Rosa, que fez uma releitura do seu próprio estilo e do de Arlindo. A Imperatriz passou grandiosa, com alegorias que chamaram a atenção não apenas pelo tamanho, mas também pelo acabamento. Os figurinos representaram um trabalho requintado de utilização de materiais e de cores.
Alegorias da Imperatriz se destacaram pela beleza e bom acabamento (Foto: Thomas Reis)

A Swing da Leopoldina, sob a regência do Mestre Lolo, não economizou nas bossas e empolgou a escola, que passou animada, sobretudo nos momentos de explosão do refrão principal. O samba-enredo foi cantado pelos componentes e garantiu um desfile com um chão, no geral, bastante satisfatório. 
Sem sustos na evolução, a Imperatriz não deve perder pontos facilmente na apuração, com quesitos bem defendidos. A permanência no Grupo Especial parece garantida pela agremiação de Ramos. 

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