Que enredo é esse? – Série A Parte 1

Por Leonardo Antan e Vitor Melo. 


Olá amigos da rede Carnavalize de notícias, estamos de volta com todo nosso veneno e irreverência para seguir com as análises dos enredos para o ano que vem. Nesta semana, continuaremos na Sapucaí pra saber o que as escolas de sexta apresentarão para o público. Vem com a gente que o que não vai faltar ano que vem vai ser homenagem e para contabilizar tanta biografia na avenida, a campeã desse ano vai passar cada vez que uma pintar.

1 – Acadêmicos do Sossego – Zezé Motta, a deusa do ébano



Resumão:
Haja Niterói na série A em 2017. Serão três escolas da cidade ano que vem, será que vai ter contingente pra todas? Sem falar, que ainda tem a Porto da Pedra de São Gonçalo, que tá lá do ladinho. A estreante no grupo vem apostando na contratação de Márcio Puluker – desbancando a dupla de novos talentos da folia que deu o título pra agremiação: Gabriel Haddad e Leonardo Bora. Puluker bateu ponto na Inocentes nos últimos carnavais e chegou à Sossego, apostando em uma homenagem à multi-artista Zezé Motta.

O que esperamos:
A receita é básica, aquele feijãozinho com arroz. Percorre a vida e as obras da atriz. O desfile promete mais uma Xica da Silva pra carreira do carnavalesco. E no que depender do samba, a última campeã da Série B tem a obra, senão mais aclamada dessa atmosfera de disputas, uma das mais. Uma composição inovadora e lindíssima em forma de diálogo da parceria de Felipe Filósofo, o mesmo compositor que assinou a obra – também belíssima – do último carnaval da escola. Como é impossível odiar um enredo sobre um ícone como Zezé, esperamos que a Sossego cumpra seu papel e fuja a regra de “subiu-caiu

De 1 a 3 selos o que esperamos da Sossego:

                                                     


2 – Alegria da Zona Sul – Vou Festejar… Com Beth Carvalho, a Madrinha do Samba

Resumão:
Quem me chamou…? Segundo desfile do grupo, segundo enredo biográfico. Depois do belo desfile sobre Ogum esse ano, a Alegria vem pra provar que “daqui não saí, daqui ninguém a tira”. Depois de muito balançar e não cair, vem para garantir a simpatia do público e escolheu como homenageada ninguém menos que a grande Madrinha do Samba. (já queremos alusivo da Alcione na intro).


O que esperamos:
A apresentação promete festejar, com muita Mangueira, muito Cacique e “Fora Temer“, pois Beth é assumidamente de esquerda e pediu que sua luta política fosse citada – e há de ser. A safra de sambas não decepcionou e trouxe canções que prometem fazer jus a Beth. Como já sabemos o que veremos no enredo do início ao fim e ele não promete nenhum novidade, a gente só espera festejar com a Alegria e a madrinha. 

De 1 a 3 Quinhos o que achamos desse enredo:

  


3 – Viradouro – E todo menino é um rei…

Hoje a Ilha vem brincar amor, vem comigo cirandar
Foi mal, mas quá, despertamos…

Resumão:
Depois de dois enredos afros seguidos, a outra escola de Nitéroi resolveu dar um giro de 360 graus, lançando o segundo assistente do experiente Max Lopes em menos de quatro anos. A outra escola do outro lado da baía a pisar na Sapucaí aposta na estreia do carnavalesco Jorge Silveira, carioca mas que estreou no carnaval paulista alguns anos, na Dragões da Real.

O que esperamos:
O enredo infantil já apareceu nos últimos anos aqui no Rio, com a icônica Ilha em 2014, e em SP, inclusive nas últimas apresentações da Dragões. Mas o artista vem prometendo uma nova roupagem ao tema, trouxe uma linha narrativa diferente ao criar o “Menino Rei” que será o fio condutor do desfile. Mesmo com a posição ingrata, esperamos por uma brincadeira que conquiste os corações dos sambistas.

De 1 a 3 Rosa Magalhães, o quanto esperamos voltar a ser criança com a Vira:



4 – Império da Tijuca – O último dos profetas

Resumão:
Depois de uma tentativa mal sucedida num enredo diferente do que vinha apresentando nos últimos anos, a Império da Tijuca volta a temática que a consagrou recentemente mas com uma pegada diferente. Depois de cantar Oxum – com belíssimos samba e desfile, a aposta agora é na história do santo católico São João Batista, chamado de o Último dos Profetas.



O que esperamos:
Um enredo bem na pegada Dez Mandamentos Tour, mas que não vai faltar aquela macumbinha da boa. Vai ter muito “Xangô é rei”, bastante sincretismo e nosso querido tambor! Depois de tantos orixás, é uma proposta nova contar a história de um símbolo cristão. Se der certo, teremos enredos de santos até 2155. 

De 1 a 3 Laílas, o quanto esperamos que a Império faça todo mundo girar no terreiro:



5 – Curicica – “O importante é ser feliz e mais nada”

Resumão:
Depois de uma apresentação agradável em 2016, a Curicica vem seguindo no grupo da parte de baixo da tabela, que busca a estabilidade na Série A. Para o ano que vem, aposta na estreia de uma dupla de irmãos carnavalescos que vem apostando num enredo com um que de “flashback”.




O que esperamos:
O tema propõe uma celebração de diversos ícones pop da cultura dos anos 80 e 90, com direito a Xuxa, Chacrinha, Mamonas Assassinas. A ideia é válida e tem tudo pra conquistar o público, mas a sinopse deixa a desejar. O texto um tanto rocambolesco amarra de forma frágeis as referências culturais, faltando um fio condutor melhor demarcado, explicitado.

De 1 a 3 selos orgânicos o quanto achamos o enredo da Curi reciclado:




6 – Estácio de Sá – É! O moleque desceu o São Carlos, pegou um sonho e partiu com a Estácio!

Resumão:
Depois de fazer sua brincadeira no Especial, a agremiação volta a Série A trazendo a terceira biografia da noite. Entrará em cena agora, a história do grande cantor e compositor Gonzaguinha. O músico cresceu no Morro de São Carlos, onde fica a comunidade da escola. Uma acertada e justa homenagem. 


O que esperamos:
A dupla responsável pelo desfile já deu expediente na vermelho e branco esse ano, e é composta pelo experiente Chico Spinoza, campeão com o leão em 92, e o novato Tarcísio Zanon. A sinopse é poética e apresenta bem o tema, a única dificuldade do enredo é transformar uma obra dura e engajada na luta política como é a do compositor filho do Rei do Baião em carnaval. Esperamos que a escola lá de São Carlos se dê bem e consiga realizar um ótimo desfile, assim como o fez no Especial esse ano.

De 1 a 3 Rosas Deus Magalhães, o quanto gostamos:



7 – Santa Cruz – Vou levar somente o que couber no bolso e no coração… uma viagem de sabedoria além da imaginação

Resumão:
Depois de ganhar o troféu Ortobom este ano, com um enredo e um desfile literalmente reciclados. (diz mata, eu digo sono). A escola da zona oeste volta com um outro que de “já vimos esse filme”. Depois da ecologia, a literatura infantil passará na Santa Cruz, mas sem nenhuma novidade ou proposta narrativa diferente. Em uma posição de peso, encerrando o primeiro dia de desfiles, a escola que não tem uma torcida frequente na Sapucaí torce para que não pegue uma arquibancada vazia e gelada.

O que esperamos:
Com a chegada de um carnavalesco da comissão da Beija-Flor, a escola não podia ter herdado um enredo com desenvolvimento mais parecido com a agremiação de Nilópolis. A narrativa sobre literatura começará lááááá na África, berço da sabedoria, encantos e Magia. Segue querendo dar conta de uma história que quatro setores parecem poucos pra resolver. E termina louvando os autores brasileiros da temática. Embora propiciasse bons sambas (mesmo que lembrassem outros já vistos), não é isso que mostra essa safra que pintou por aí… 


De 1 a 3 Quinhos, o que achamos desse “Histórias sem fim” sem grife: 


  




Com a benção de Rosa Magalhães e a força dos orixás de Laíla, vamos ficando por aqui. Lembrando que nossa missão é sempre trazer mais humor pro mundo carnavalesco, mas respeitando as escolas. Semana que vem voltamos pra segunda parte das escolas da Série A. Saravá, axé, amém, salamaleico.


Confira a parte 2 com as escolas de sábado, clicando aqui.
Bye bye, menino

  







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