Depois da primeira parte da nossa análise
Bem, o fato é que em 2016 tivemos a melhor segunda-feira da folia deste século e ano que vem tem a responsabilidade de manter esse nível lá em cima, então pega a sandália de prata e vem ver o que a Sapucaí nos reserva.
1ª: “Nzara Ndembu – Glória ao Senhor Tempo” – União da Ilha
Depois de fazer desfiles retornando a sua marca da leveza e alegria, a sempre queridona União da Ilha vai continuar num resgate de si mesma para 2017. Mas o investimento será em uma outra característica perdida na escola insulana: a temática africana. Fugindo da obviedade de orixás, animais, savanas, palha… A escola vem com uma proposta babado de levar pra avenida outra vertente das religiões africanas: o candomblé bantu. Então nada de Yemanjá, Oxum, Xangô… A macumba será diferente, mas com a garantia de desfilaço de sempre.
De carnavalesco novo, a agremiação tá apostando suas fichas no rei da reciclagem, Severo Luzardo, que fará sua estreia no especial. Esse sabe transformar colete velho de fantasia em forração de carro alegórico e dá um nó na falta de orçamento. Só esperamos que a Ilha não figure de novo nos piores sambas do ano e aproveite a temática pra fazer um sambão pra se acabar.
Milton, o que achamos do enredo da Ilha?
2ª: “Onisuáquimalipanse” – São Clemente
Com o poder de Rosa Deusa Magalhães, a São Clemente vem enfim se firmando como uma escola de especial. Depois de um desfile meia boca este ano com alguns erros, a preto e amarelo promete correr atrás do prejuízo e enfim garantir sua vaga nas campeãs que não rolou em 2015 por puro vacilo do júri.
A aula já começa com o título irreverente. A professora contará a história cheia de falcatruas da construção do Palácio de Versailles. Apesar de prometer muitas perucas, vestidos pomposos e cara de Imperatriz nos anos 90, o enredo promete trazer um ar de “já vi esse filme” através da crítica política. Assim, como na Ilha, a gente torce para que esse enredaço gere um samba a altura.
Com a palavra a própria Rosa dando nosso selo:
3ª: “As Mil e uma Noites de uma ‘Mocidade’ prá lá de Marrakesh” – Mocidade
Depois de dois desfiles que tem tudo pra fazer a segunda começar pra cima, vai rolar aquela já famosa hora do lanche. Com um dos poucos enredos patrocinados do ano será que vai ser patrocinado mesmo ou vai ter calote? Beijo Correia da Inocentes, a Mocidade vem pra avenida mais uma vez sair da crise – não a do país, a dela mesma que já tá quase maior que o jejum da Portela. Com um dos enredos mais fraquinhos 🙁 do ano, a sinopse da escola parece uma grande salada misturada que não chega a lugar nenhum. Parece que juntaram Arábia, Aladin, tapete voador, novela da Glória Perez e acharam que ia dar alguma coisa.
Depois do já icônico Perlingeiro no ferro deste ano, a gente espera que a falta de fantasias não seja tendência em enredos árabes since Em Cimona 2015. Mas como o carnaval é uma caixinha de surpresas, a safra de sambas da estrela parece que não está decepcionando. Vamos conferir na hora, pois se tem um título que a Mocidade conquistou nos últimos anos foi a de que promete mas não cumpre.
Me diz aí, Paulete, se o mundo fosse acabar qual a nota pro enredo:
4ª: “Música na Alma, Inspiração de uma Nação“ – Unidos da Tijuca
Quando todo mundo pensou que a escola do Borel iria vir com o milésimo enredo CEP batidão seguido, a Atlas da Tijuca surpreendeu e trouxe um desenvolvimento bacanérrimo para o desfile sobre os EUA. A escola que vem se mantendo no topo mesmo com a saída de Paulo Barros, vai falar da influência negra na formação da música estadunidense a partir de um encontro entre o músico brasileira Pixinguinha e o americano Louis Armstrong.
O enredo promete ter muito Michael Jackson pra fazer inveja ao antigo carnavalesco do Borel. A sinopse é super histórica e fica até devendo um pouco, mas esperamos que seja mero detalhe. Resta saber se o Tio Sam vai ser acabar na batucada da Tijuca.
O que achamos?
5ª: “Foi um rio que passou na minha vida e meu coração se deixou levar” – Portela
Nos últimos anos a águia vem batendo na trave na disputa do caneco. No carnaval desse ano, a escola provou na avenida que a contratação ousada de Paulo Barros deu mais que certo, juntando a estética inovadora do carnavalesco sem perder a elegância e força dos desfiles portelenses nos últimos carnavais.
A boa sinopse faz um passeio interessante pelos rios do mundo até chegar no rio de amor portelense. Paulete está inspiradíssimo e acertou no enredo que junta duas coisas que azul e branca mais gosta de falar: Rio e dela mesma. Os 40 em samba pelo trigésimo ano seguido parecem estar garantindo, será que dessa vez vai? #AmémCissaGuimarães
6ª: “Só com a ajuda do santo” – Mangueira
Todo mundo quer saber se o desfile deste ano foi apenas um golpe de sorte ou se a Manga volta pro grupo das campeãs pra ficar. Mas se depender do talento do carnavalesco Leandro Vieira, tá tudo tranquilo e favorável. Falando no enredo, ele promete abordar de maneira diferente a questão da religiosidade mostrando o jeitinho bem brasileiro que nós tratamos a santidade. Não mexe comigo, baby.
Já que com a Manga não se brinca:
E a gente termina por aqui a análise dos enredos pra 2017 do grupo especial do Rio de Janeiro. Se esse ano tivemos desfiles incríveis, o ano que vem tem tudo pra manter o alto nível. Vamos esperar. Mas fique ligado no Carnavalize que nas próximas terças nossas análises continuam com o que as escolas da Série A carioca e do Grupo Especial paulistano vão levar pra avenida. Saravá!
Confira a parte 1 com os enredos das escolas de domingo, clicando aqui.
Por Léo Antan e Vitor Melo.
Confira a parte 1 com os enredos das escolas de domingo, clicando aqui.
Por Léo Antan e Vitor Melo.
Uma resposta
hahaha