#Carnaval2022: Unidos de Padre Miguel – Belíssima apresentação gabarita UPM na briga pelo título

 

Por Redação Carnavalize
Uma das escolas que mais brigou pelo título da Série Ouro nos últimos anos foi a Unidos de Padre Miguel. Com o retorno do carnavalesco Edson Pereira, responsável por grandes carnavais à frente do boi vermelho, a escola de Padre Miguel se colocou novamente na disputa pela vaga no Grupo Especial. Com o enredo “Iroko, é tempo de xirê”, a agremiação optou por uma abordagem da árvore-orixá, que muito dialoga com o desfile “Ossain”, assinado pelo mesmo carnavalesco, em 2017. 
A comissão de frente de David Lima representou os guardiões do tempo, os quais, durante a performance, se integravam com um gigantesco e belíssimo elemento cenográfico, em forma de árvore sagrada. Ela executava, inclusive, diversos movimentos, encantando o público. Em síntese, uma comissão digna de Grupo Especial, com figurinos e coreografia de primeira categoria. Por sua vez, o experiente casal de mestre-sala e porta-bandeira, Vinicius Antunes e Jéssica Ferreira, mostrou grande sintonia, desde a forma como se olhavam. A indumentária era exuberante, em tons claros. A coreografia limpa, perfeitamente executada, contendo uma variedade de passos e giros alternados. A dupla ocupou todo o espaço da pista, sendo, ainda, significativamente aplaudida. Definitivamente, uma das melhores da Série Ouro e do carnaval carioca.
Parte da apresentação da Comissão de Frente da escola (Foto: Thomas Reis)
Esbanjando requinte, o conjunto visual da UPM impressionou. A escola deu uma aula de figurinos, que eram extremamente ricos em formas, cores, materiais, volumetria. Soluções variadas foram adotadas pelo carnavalesco. O conjunto alegórico, do mesmo modo, não deixou a desejar, se demonstrando coeso, criativo e bem acabado. O enredo, todavia, ficou um pouco abaixo do conjunto plástico, se perdendo enquanto uma narrativa afro que não se aprofunda em determinados conceitos. Assim, termina apelando à tradicional lista de chamada de orixás.
Uma das belas alegorias da UPM (Foto: Vítor Melo)
A bateria de Mestre Dinho sustentou brilhantemente o belíssimo samba-enredo da escola. O reforço de Guto no microfone de Diego Nicolau ressaltou a qualidade da elogiada obra, construída em tom menor, com um refrão explosivo em tom maior. A transição dos últimos versos da segunda parte do samba para o refrão principal foi um verdadeiro show. E os componentes da agremiação abraçaram o seu hino, cantando e dançando com entusiasmo. Ou seja, o que se viu foi uma harmonia robusta.
O único destaque negativo da UPM foi a evolução, vez que a escola acabou, infelizmente, abrindo um clarão bem no meio da pista do Sambódromo. Mesmo assim, com uma apresentação consistente em praticamente todos os quesitos, a agremiação entrou com força na briga pelo título da Série Ouro.

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