#Carnaval2022: Inocentes de Belford Roxo – Estética surpreende, mas escola passa morna pela Sapucaí

 

Por Redação Carnavalize
Segunda escola do último dia de desfiles da Série Ouro, a Inocentes de Belford Roxo tinha a responsabilidade de contagiar tanto quanto fez no seu desfile de 2020, quando botou a Sapucaí para dançar ao homenagear a jogadora Marta. Para 2022, sob o comando de Lucas Milato, a escola optou por contar o enredo “A meia-noite dos tambores silenciosos”, sobre a festa pernambucana que ocorre no Pátio do Terço e tem mais de cinco décadas de tradição.
A comissão de frente, coreografada por Juliana Frathane, trouxe o ritual do Pátio do Terço à meia-noite, no qual os ancestrais são louvados. Bem vestido, o corpo de baile apresentou uma dança aguerrida, bem forte, no primeiro momento. Na sequência, de dentro de um elemento alegórico, surgiu uma Oyá. Embaixo, a capa dos bailarinos se transformou em uma saia branca com os dizeres: “Vidas negras importam”. Vários personagens negros da história também foram retratados. O único “porém” da comissão foi o problema de acabamento na decoração do elemento alegórico. No mais, a abertura da escola foi bastante satisfatória. Já o entrosado casal, composto por Douglas Valle e Jaçanã Ribeiro, representou a penumbra da meia-noite, o contraste entre Orum e Aiyê. A indumentária toda preta era bem bonita. Contudo, o LED, no adereço de cabeça, acabou tirando um pouco da beleza da fantasia. Com relação à dança, a dupla optou por uma coreografia simples, mas muito bem executada, com movimentos muito limpos. Eles estavam seguros e tranquilos.
Performance da Comissão da Inocentes (Foto: Thomas Reis)

O enredo da Inocentes, além de interessante, era denso e envolveu um trabalho sofisticado de pesquisa. Ele foi bem contado em fantasias de fácil leitura, acabamento de qualidade e eficiente uso de materiais. O trabalho cromático se destacou, pelo começo no preto e o desdobramento posterior em outras cores, dos orixás, dos santos. As alegorias não trouxeram tantos elementos, mas são bem acabadas e satisfatórias. No geral, o conjunto plástico é regular e competente.
Detalhes de alegoria da escola (Foto: Vítor Melo)
A bateria de Mestre Juninho, por sua vez, fez bonito e apostou em muitas bossas. Apesar do bom samba-enredo, conduzido pelo trio de intérpretes formado por Tem Tem Sampaio, Silas Leléu e Luizinho Andanças, a escola não comprou a obra musical. A harmonia foi um quesito em que a Inocentes poderia ter sido muito melhor. 
Também pecando na evolução, que foi comprometida por um buraco enorme na altura do setor 10 e pelo ritmo instável do desfile, que ficava parado por muito tempo e depois se convertia em correria, a Inocentes deve brigar na meiuca. 

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