Dos anos 1930 a meados dos anos 1960, duas escolas de samba rivalizavam para ser a maior da região da Leopoldina, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Além da grande rivalidade entre si, Aprendizes de Lucas e Unidos do Capela também disputavam de igual para igual com Portela e Mangueira, chegando a alguns vice-campeonatos (a Aprendizes foi vice-campeã em 1950, 1951 e 1960) e a dois títulos (a Unidos do Capela foi campeã em 1950 e 1960).
A ideia de unificá-las, seguindo o exemplo do que acontecera no Morro do Salgueiro, parecia certeza de sucesso. Mas não foi bem assim…
Fundada em 01º de maio de 1966, a Unidos de Lucas acabou nunca se firmando entre as grandes do carnaval, por vários motivos. A rivalidade pré-união acabava sendo motor para as duas escolas crescerem, assim como a violência urbana na localidade da agremiação era forte. A Unidos de Lucas, então, acabou sendo uma daquelas escolas que estão sempre lutando para não enrolar a bandeira, com alguns lampejos de bons momentos.
E alguns desses “bons momentos” foram, na verdade, gigantes. Em 1968, apenas no seu segundo desfile, a escola veio pra avenida com um dos grandes sambas-enredo da história: Sublime Pergaminho. Composto por Carlinhos Madrugada, Zeca Melodia e Nílton Russo para o enredo de Clovis Bornay, o samba tem passagens belíssimas, como a descrição do momento em que é assinada a Lei Áurea. Marcando os 80 anos da abolição formal da escravidão, esse desfile possui uma temática que pode servir de inspiração outros momentos da folia, como na apresentação da Mangueira em 1988 e do Paraíso do Tuiuti em 2018.
Posteriormente, seguiu alternando desfiles nos grupos de acesso, chegando a desfilar na sexta (e última) divisão em 2011. De lá pra cá, a escola voltou a subir na escala de grupos, chegando a desfilar na Série B em 2019, então terceira divisão. Atualmente, integra a LIVRES, liga que reúne escolas insatisfeitas com a organização dos desfiles da Intendente Magalhães.