#Carnaval2019 – Clarões no chão e excelente bateria marcam passagem de Ramos.

Por Redação Carnavalize
Depois de dois carnavais fora do sábado das campeãs, a Imperatriz Leopoldinense resolveu tentar sair do comodismo e escolheu um enredo que mistura crítica e bom humor. “Me dá um dinheiro aí” é o título do carnaval desenvolvido pelos carnavalescos Mário e Kaká Monteiro, que chegam à escola depois de uma breve parceria com Cahê Rodrigues em 2013. 
A comissão de frente trouxe o personagem Robin Hood e teve como ponto alto um componente em cima de um guindaste que distribuía dinheiro e sobrevoava as arquibancadas. Coreograficamente, o bailado não foi tão desenvolvido e a atenção recaiu inteiramente sobre a surpresa da interação. 
A segunda alegoria da escola representava os navios negreiros.
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Thiaguinho Mendonça e Rafaela Teodoro, estava belamente trajado de uma indumentária clara e com nuances douradas, protegidos por guardiões que traziam em bandeiras letras que formavam o nome da escola. A apresentação dos dois foi segura e não houve problemas relacionados à evolução nem ao desfraldar do pavilhão. 
O conjunto alegórico, por sua vez, era competente e requintado; a proposta geral que surpreendeu positivamente por fugir do convencional, mas teve como pontos negativos a ausência do tripé “Terra Bra$ili$”, que não desfilou, e também a realização do segundo tripé da escola, no qual a solução adotada foi o plotter.  Os carros que traziam a desigualdade social e a bolsa de valores se mostraram irregulares e abaixo dos demais. Notou-se a presença de encenações e coreografias em alguns carros, mas em nenhum momento houve uma grande identificação das arquibancadas. As fantasias, no entanto, foram de muito bom gosto e mostrou o correto uso de materiais como pena de acetato e um bom estudo cromático. 
No quesito evolução, a escola pecou desde que o abre-alas tentou entrar na Avenida e enfrentou dificuldades para fazer a curva, deixando um grande clarão em frente à primeira cabine de jurados; o desacoplamento dos chassis foi resolvido com uma corda, mas a alegoria voltou a apresentar problemas no último módulo. O carro que representava a bolsa de valores também abriu buraco no primeiro módulo de jurados. Com um enredo bem amarrado, apesar de simples, a narrativa mostrou-se competente. 
A última alegoria da escola.
A harmonia da escola foi fria apesar do samba pra cima, mas a bateria de mestre Lolo foi um dos pontos positivos da noite, e fez jus aos elogios e boas notas que recebeu nos últimos anos. 
Prejudicada pelos problemas de evolução, a escola deve figurar entre as posições mais baixas da tabela na quarta-feira de cinzas.

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