#Carnaval2019 – Desfile morno marca apresentação da Acadêmicos da Rocinha

Por Redação Carnavalize

Depois de uma colocação ingrata no último ano, a Acadêmicos da Rocinha contratou o carnavalesco Júnior Pernambucano, que está de volta ao carnaval do Rio de Janeiro, para desenvolver o enredo autoral “Bananas para o preconceito”.

A Comissão de Frente do jovem e recém-chegado coreógrafo Léo Calvo trouxe a representação de diversas personalidades ligadas à negritude, com metade de suas vestimentas simbolizando a pelagem de macacos. Toda a abertura da escola abordou a questão dos primatas e a teoria evolucionista de forma confusa, sem um entendimento cristalino. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira foi composto por Vinicius Jesus e Viviane Oliveira, fantasiados de macaco e banana descascada, respectivamente. Muito entrosados, eles evoluíram bem, com destaque para a dança do mestre-sala. 

Terceira alegoria da Acadêmicos da Rocinha
A estética das alegorias mostrou-se bastante irregular e o segundo e o último carro tinham problemas graves de acabamento. A terceira alegoria trouxe fotografias de importantes figuras negras, como Ruth de Souza e Abdias Nascimento. As fantasias também não seguiram um padrão de qualidade e algumas alas tinham pouquíssimos componentes. As vestimentas das baianas, no entanto, estavam carregadas de simbolismo com fotos de crianças negras desaparecidas, ponto positivo da mensagem do enredo que em diversos momentos lembrou de importantes personalidades e condições deste grupo marginalizado socialmente. 
A bateria Ritmo Avassalador do Mestre Júnior foi apenas burocrática, trajada com uma fantasia simples que retratava malandros nas cores da escola, e o experiente intérprete Ciganerey despontou como maior destaque da apresentação da Rocinha. O samba não empolgou os componentes e, passando reto, na harmonia o seu melhor rendimento. Um bom número de componentes aparentou não conhecer a obra. A evolução também se viu prejudicada em muitos momentos e foi possível observar dois grandes buracos ao longo da pista. 
Sem a empolgação esperada pelo enredo representativo e o samba que poderia crescer, a borboleta não deve alçar voos à altura da parte de cima da tabela com a morna apresentação.

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