Por Redação Carnavalize
Depois de um rebaixamento – que não aconteceu graças à virada de mesa – no último carnaval, o Império Serrano foi o responsável por abrir a temporada de desfiles do Grupo Especial em 2019. Com um pré-carnaval conturbado financeiramente, a escola optou por um enredo autoral do carnavalesco Paulo Menezes sobre a vida, de título “O que é? O que é?”, inspirado na música de Gonzaguinha, que foi escolhida como a letra oficial da Serrinha para este ano.
Logo na abertura, a comissão de frente da bailarina Claudia Motta, que agora retorna à agremiação, representou o surgimento da vida e o renascimento. Muito interpretativa, o grupo se apresentou durante todo o tempo em cima do tripé que não tinha qualquer outra função que não fosse servir de palco. Sem grandes truques, misturando coreografia e encenação, os movimentos do corpo de baile foram precisos e simples, tendo como ponto alto a simulação de um parto.
Pelo primeiro ano juntos, Diogo Jesus e Verônica Lima, atual campeã do Estandarte de Ouro, formaram o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola. Em cima do mesmo tripé que a comissão de frente, logo após a passagem dos bailarinos, os dois subiam no elemento por um elevador hidráulico lateral. Eles representaram a energia que constitui a vida, mas a performance não foi das melhores, já que o pavilhão molhado de Verônica prejudicou a sua condução e a bandeira acabou enrolando por duas vezes. O fato de estarem em cima de um palco também não transmitiu segurança aos dois.
Comissão de frente do Império Serrano se apresentou em cima de um tripé. |
Plasticamente, as alegorias apresentaram alguns problemas de finalização e de concepção e o quinto carro passou com a iluminação apagada pelos julgadores. A volumetria também teve desvios e a utilização de determinados materiais foi equivocada. As fantasias estavam em um nível melhor mas se notou em muitas alas a ausência de costeiros, a exemplo das baianas, falta de chapéus e problemas de execução e finalização. O enredo ficou no campo da abstração e não foi narrado com fluidez na Avenida, prejudicando a leitura.
Alegoria de número dois da escola. |
A Sinfônica do mestre Gilmar, conhecida pela qualidade e pelo naipe de agogôs, não fez grandes bossas e não apresentou momentos de explosão. Silas Leléu e Anderson Paz formaram a dupla de intérpretes que conduziu a música de Gonzaguinha adotada como samba-enredo da escola. Como já era esperado devido ao ritmo acelerado para a letra, a harmonia também não incendiou as arquibancadas, apesar do canto ter se mantido regular. No quesito evolução, houve pequenos clarões ao longo da pista.
A expectativa é que a escola brigue na parte de baixo da tabela pela permanência no Grupo Especial.