Sem a forte chuva que abateu o Rio de Janeiro na sexta-feira, o segundo dia de desfiles da Série A teve um clima mais seco, com apenas pequenos focos de chuva, que não fizeram volume. Com apenas seis escolas se apresentando, se viu um nível mais alto entre as agremiações que desfilaram na Sapucaí nesse segundo turno do grupo.
Abrindo os cortejos, a Unidos de Bangu fez um desfile com altos e baixos. Apesar de uma boa abertura, a escola pecou num conjunto alegórico irregular, com diversos problemas de acabamento em seus carros. Diferente do que foi visto nas fantasias, que apresentaram mais regularidade. Logo depois, a Renascer de Jacarepaguá fez uma simpática apresentação com o enredo “Dois de fevereiro no Rio Vermelho”, a escola apresentou um conjunto plástico bonito e simples, sem grandes falhas. Embalados por um grande samba, os componentes da alvirrubra brincaram na pista e mantiveram uma boa harmonia. Foi uma grata surpresa da noite.
Pisando forte com toda sua tradição, o Estácio de Sá mostrou porque é uma das grandes escolas da história do carnaval. Com um desfile opulento e acima das concorrentes, a agremiação do São Carlos fez uma apresentação emocionante, que teve como um dos seus pontos altos a sua Comissão de Frente, que resumiu o enredo sobre o Cristo Negro de maneira emocionante. A escola se firmou como franca favorita ao título do grupo.
A pista da Sapucaí permaneceu vermelho e branco com a entrada da Porto da Pedra, que homenageou os oitenta anos de Antônio Pitanga, um dos grandes atores do cinema nacional. Mantendo a cartilha dos seus últimos carnavais, a escola fez um cortejo alegre e leve, com fantasias e alegorias de fácil leitura, que contaram muito bem o enredo. Correta em vários outros quesitos, a evolução foi um dos pontos fracos da alvirrubra, abrindo vários buraco durante a pista.
Na sequência, o Império da Tijuca foi mais uma das escolas que pisou forte na Sapucaí. A escola contou com um excelente conjunto de alegorias para ilustrar a história do Vale do Café. Com bons quesitos, a escola do Morro da Formiga deve brigar pelas primeiras posições com folga. Encerrando a noite, a Acadêmicos do Cubango também fez uma excelente apresentação. O criativo enredo sobre os objetos da fé se materializou de maneira brilhante, num dos melhores conjuntos de fantasias que passaram pela Sapucaí neste dois dias. Outros quesitos como Comissão de Frente e bateria também se destacaram, credenciando a escola de Niterói na briga pelo título. Os únicos senão do desfile foi o inexperiente casal de mestre-sala e porta-bandeira e a terceira alegoria, que apesar de bonita, passou apagada.
Jogo feito, banca forte. Os envelopes agora vão selar os destinos das treze agremiações do grupo na quarta-feira de cinza. Verdade que os dois dias de desfiles do grupo foram bastante desnivelados, o que não apagou, entretanto, o brilho e a garra das comunidades de cada agremiação. Superando as adversidades, as escolas da Série A fizeram grandes apresentações e mostraram toda sua importância para a cultura carioca no momento atual. Evoé!
Saiba mais detalhes de cada apresentação da noite: