#Carnaval2019 – Mesmo com o chão de Caxias, quem nunca fez um desfile mediano?

Por Redação Carnavalize
Mais uma beneficiada pela virada de mesa após a última quarta-feira de cinzas, a Grande Rio foi a terceira escola a desfilar neste domingo. O casal Renato e Márcia Lage seguiu responsável pelo carnaval da agremiação, desta vez com o enredo “Quem nunca? Que atire a primeira pedra…” para contar sobre os jeitinhos da sociedade e, por que não?, legitimar no discurso a própria atitude que conseguiu reverter o rebaixamento e garantir sua permanência no Grupo Especial por mais um ano.
De cara nova, o quesito comissão de frente esteve sob o comando dos renomados coreógrafos Hélio e Beth Bejani. Na encenação do grupo, Moisés esquecia os dez mandamentos e retornava para interagir com likes e emojis nas redes sociais. A apresentação tentou adotar a vertente humorística e cênica de interação com o público. Apesar de ter sido executada corretamente e ter dado funcionalidade ao efeito que se pretendia dos emojis com os drones, foi um conjunto despretensioso e sem grandes momentos já que o conceito se mostrou frágil. 
Pelo primeiro ano juntos, Daniel Werneck e Taciana Couto foram os defensores do pavilhão tricolor. Fantasiados de rei e rainha do jogo de xadrez, a apresentação foi irregular, apesar da bela indumentária, e o nervosismo dos dois transmitiu insegurança no bailado. 
A segunda alegoria da escola representou as imprudências no trânsito.
Esteticamente, as alegorias surpreenderam negativamente do ponto de vista conceitual e por várias vezes mostraram o mesmo formato de caixotes que se diferiam com as esculturas na aparência final. O trabalho de cor do casal Lage também decepcionou e a segunda, terceira e quinta alegorias apresentaram pequenos problemas de acabamento. As fantasias não ficaram comprometidas no todo, mas foi notório a ausência de chapéus em muitas das alas. 
O enredo não mostrou um fio condutor que conseguisse realizar uma boa conexão entre os setores e o discurso central da temática se esvaiu ao longo da passagem da escola, que não teve uma delimitação de início, meio e fim. 
Um dos destaques do desfile foi a Invocada, que contou com a estreia de mestre Fafá.
A Invocada também teve estreante: mestre Fafá assume pela primeira vez o cargo de comando dos ritmistas caxienses. Como “fiscais da natureza”, os ritmistas foram os protagonistas da apresentação caxiense, que deixou Evandro Malandro muito à vontade no comando do microfone. O estreante do Grupo Especial, aliás, merece aplausos pela excelente condução do samba que, apesar de não ser uma obra de qualidade, rasgou a escola e botou a comunidade da Grande Rio para cantar a plenos pulmões por toda a pista. No quesito evolução, pequenos clarões foram abertos ao longo da Sapucaí, mas a escola terminou a apresentação dentro do tempo regulamentar. 
Com altos e baixos, a tricolor deixou a desejar pela falta de desenvolvimento teórico, mas mostrou que tem comunidade forte em um bom desempenho do chão da escola.

Comente o que achou:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja mais

Posts Relacionados

Projeto “Um carnaval para Maria Quitéria” valoriza a folia e conta com ilustrações de carnavalescos renomados

Projeto “Um carnaval para Maria Quitéria” valoriza a folia e conta com ilustrações de carnavalescos renomados

 A Jac Produções lança o projeto "Um carnaval para Maria Quitéria", que desenvolveu um estudo de desfile de escola de samba em homenagem a essa heroína da nossa independência. O

O aroma que vem da Glória: a alegria da MUG ao sabor de um samba inesquecível

O aroma que vem da Glória: a alegria da MUG ao sabor de um samba inesquecível

Arte de Julianna LemosPor Adriano PrexedesSejam bem-vindos de novo! Desta vez, nossa aventura sambística nos levará para outro destino: vamos até o Espírito Santo para conhecer a trajetória de uma

#Colablize: A infraestrutura do carnaval carioca hoje – o que precisa ser feito

#Colablize: A infraestrutura do carnaval carioca hoje – o que precisa ser feito

    Arte de Lucas MonteiroPor Felipe CamargoJá se tornou algo que os amantes do Carnaval carioca debatem e mencionam todos os anos. Com um misto de esperança, medo e reclamação,

A locomotiva azul e rosa: São Paulo nos trilhos do sucesso da Rosas de Ouro

A locomotiva azul e rosa: São Paulo nos trilhos do sucesso da Rosas de Ouro

Arte de Jéssica BarbosaPor Adriano PrexedesAtenção! Vamos embarcar numa viagem carnavalesca pela cidade que nunca para. Relembraremos uma São Paulo que, durante a folia, se vestia de cores vibrantes. De

ROSA X LEANDRO: Quando os carnavalescos ocupam as galerias de arte

ROSA X LEANDRO: Quando os carnavalescos ocupam as galerias de arte

 Arte por Lucas MonteiroTexto: Débora Moraes Rosa Magalhães e Leandro Vieira são os carnavalescos que mais tiveram seus trabalhos exibidos em exposições em instituições de arte. Além de colecionarem esse título,

A Lição da Mancha Verde: uma passagem pela história de persistência da escola e por um de seus desfiles históricos

A Lição da Mancha Verde: uma passagem pela história de persistência da escola e por um de seus desfiles históricos

 Arte de Lucas XavierPor Adriano PrexedesO ano era 2012, considerado por muitos um dos maiores carnavais da história do Sambódromo do Anhembi. A folia, geralmente, é lembrada pelo grande público

VISITE SAL60!

SOBRE NÓS

Somos um projeto multiplataforma que busca valorizar o carnaval e as escolas de samba resgatando sua história e seus grandes personagens. Atuamos não só na internet e nas redes sociais, mas na produção de eventos, exposições e produtos que valorizem nosso maior evento artístico-cultural.

SIGA A GENTE

DESFILE DAS CAMPEÃS

COLUNAS/SÉRIES