Por Redação Carnavalize
Abrindo os trabalhos de 2019 depois de uma longa espera que durou até o primeiro dia de março, a Unidos da Ponte levou à Avenida um de seus sambas de maior sucesso, com a reedição do conhecidíssimo samba-enredo “Oferendas”, desenvolvido pela dupla de carnavalescos Rodrigo Marques e Guilherme Diniz. A apresentação iniciou com meia hora de atraso por conta da chuva torrencial que atingiu o Rio de Janeiro e inundou a Marquês de Sapucaí.
O desfile apresentou, como sugere o título, as oferendas do agrado de cada orixá no Candomblé. A comissão de frente, coreografada por Léo Torres e Daniel Ferrão, representava pais e mães de santo que faziam oferendas com os alguidares.
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola de São João de Meriti, Yuri Souza e Camylinha Nascimento, enfrentou a chuva e fez boa apresentação com uma dança que trouxe inspiração africana em sua coreografia, além de uma linda indumentária em tons de azul.
As alegorias passaram completas, bem como as fantasias, que eram leves e de clara leitura, entrosadas com o enredo. Os carnavalescos souberam reaproveitar os materiais, respeitaram as cores correspondentes aos orixás e a escola teve um bom contingente, exceto pela ala de Ogum, que passou pouco antes da bateria com apenas uma fileira de componentes. Ademais, a última alegoria apresentou problemas de acabamento na figura central de Oxalá.
A bateria do Mestre Vitinho veio representando os Ogans e apresentou excelente desempenho apesar das dificuldades ocasionadas pela chuva, com destaque para as empolgantes paradinhas. Cenicamente, em frente aos ritmistas vinha todo o panteão dos orixás com uma belíssima coreografia em roda, tendo um Preto Velho como figura central.
O samba de enredo, conduzido por Lico Monteiro e Tiganá, foi o trunfo da apresentação meritiense; de qualidade incontestável, lançou bases para a comunidade mostrar que estava com a letra na ponta da língua, cantando o orgulho de estar de volta à Série A depois de 12 carnavais fora.
As rosas brancas tradicionalmente oferecidas à Iemanjá foram representadas na terceira alegoria da escola. (Foto: Vitor Melo) |
A evolução da escola apresentou pequenos problemas em frente ao terceiro módulo de jurados. No fim das contas, a Ponte mostrou que pisa forte no terreiro e não deve sofrer momentos de tensão na quarta-feira de cinzas, já que lidou muito bem com a grande responsabilidade de abrir a temporada de desfiles de 2019.