Por Redação Carnavalize
Laíla. As cinco letras que formam este nome foram suficientes para dar à Tijuca, escola que teve incontestável crescimento na última década, o que lhe faltava, mesmo depois de três campeonatos conquistados desde 2010. Com o reforço deste renomado profissional, a Tijuca também recebeu Fran Sérgio para integrar a comissão de carnaval que desenvolveu o enredo “Cada macaco no seu galho. Ó, meu pai, me dê o pão que eu não morro de fome”, uma viagem pela história do alimento que está na mesa de quase todos os brasileiros.
Estreante no Grupo Especial, Jardel Lemos assumiu a comissão de frente tijucana em seu primeiro ano pela agremiação. O conjunto apresentou uma coreografia bastante simples, apesar da boa execução, e fez uso de um elemento cenográfico de apoio que girava e jogava pequenos pedaços de algo que tinha como intenção representar o pão e era oferecido ao público. A representação da miséria e do alimento do corpo trouxe uma grande simbologia à apresentação.
Alex Marcelino, que já era mestre-sala da agremiação desde o último carnaval, recebeu Raphaela Caboclo, sua parceira de antigos carnavais, como porta-bandeira para que juntos formassem o primeiro casal da Tijuca. Com uma linda indumentária amarelo ouro, o reencontro transmitiu segurança e a apresentação foi bela e os passos bem executados. O entrosamento dos dois acrescentou brilho ao bailado.
Primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola fez uma excelente apresentação |
O conjunto alegórico se manteve regular e optou pela presença de grupos que atuavam em atos antes cada uma das alegorias. Dentre as desfilantes da noite, as alegorias se mantiveram acima da média, com destaque para o carro do navio negreiro, que impressionou as arquibancadas. O último carro, porém, já foi um contraponto em que a qualidade não era das melhores. As fantasias também deixaram a desejar em dados momentos do desfile, principalmente quando se leva em consideração que a comunidade do Borel tem o costume de vir bem vestida. O enredo, porém, se mostrou confuso e a dose de religiosidade e mesmo da escravidão desviaram qualquer chance de clareza ao longo da passagem da escola pela Avenida.
Quarta alegoria tijuca trazia a partilha do pão por Jesus Cristo. |
A Pura Cadência de mestre Casagrande é sempre um show a parte e foi, inquestionavelmente, o grande trunfo da escola. Wantuir, que está de volta à agremiação depois de dez anos, conduziu brilhantemente o samba que ferveu o chão da escola. A comunidade tijuca é famosa pelo canto forte e desta vez não foi diferente. A evolução não apresentou grandes problemas e foi similar ao trabalho que Laíla exercia na Beija-Flor de Nilópolis e a escola encerrou o desfile com gritos de “é campeã”.
Defendendo quesitos e confirmando o favoritismo, a escola se destacou como a melhor da noite e deve brigar pela mão na taça.