#Carnaval2020 – Salgueiro: resistindo ao sorrir, escola se põe na disputa

Por Redação Carnavalize
Não há pré-temporada que resista às expectativas do desfile salgueirense. Com o enredo “O rei negro do picadeiro”, o Salgueiro esteve mais “quietinho” que o habitual em seus preparativos para o grande dia, mas não houve quem não estivesse curioso para ver o que Alex de Souza, em seu terceiro carnaval pela escola, preparara para este carnaval.
A comissão de frente foi assinada pelo veterano Sérgio Lobato. Na apresentação, o grupo contou com um enorme tripé como palco, vazado dos dois lados e ricamente decorado com itens que compuseram belamente a cena. No ato, o menino Benjamim sonha e, ao acordar, se vê palhaço, voltando do sonho coroado como rei. A coreografia emocionou muito o público e foi uma das melhores comissões que passaram pela Avenida nos dois dias, ao lado de Mangueira e Grande Rio. Experientes e premiados, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Sidclei e Marcella, mostraram que tantos bons resultados não são o suficiente para detê-los. Em uma notável crescente a cada ano, os dois sabem exatamente como agradar os jurados sem perder o calor da dança; o amor pelo pavilhão é notório. Até aqui, os dois despontam no topo dos melhores casais que passaram pela pista.
O belíssimo tripé da comissão de frente salgueirense, que apresentou uma das melhores passagens pela Avenida. (Foto: Felipe de Souza)
Alex de Souza mostrou um interessante trabalho, impulsionado desde o início por uma bela abertura. A aposta do carnavalesco foi em uma estética de circo hollywoodiano, marcado temporalmente na virada do século XIX para o século XX, inspirado na belle époque. Em entrevista ao Podcast do Carnavalize, ele afirmou que era uma aposta consciente de que o retratado na Avenida poderia fugir à realidade circense brasileira à época de Benjamim, mas apresentou poética e estética muito interessantes. Apesar de formatos pouco inovadores, as alegorias do Salgueiro se mostraram bem acabadas; a paleta de cores investiu no vermelho e branco da agremiação. O enredo passou pelas atuações do Benjamim em outras áreas, como o teatro e a música; no fim das contas, falou-se muito dos elementos circenses e pouco de Benjamim. O conjunto de fantasias teve momentos de altos e baixos. Algumas alas tiveram momentos criativos menos interessantes, mas não prejudicaram a leitura nem a ainda opulência.
Os ricos detalhes da alegoria que trouxe ciganos. (Foto: Vitor Melo)
A bateria Furiosa fez uma apresentação correta; a atuação de Emerson e Quinho deixou a desejar, talvez prejudicados pelo som da Sapucaí. A harmonia da escola foi um dos destaques, mas a evolução ficou comprometida por alguns buracos abertos ao longo da pista.
Embora exista a possibilidade da escola ser prejudicada em evolução, com uma bela mensagem o Salgueiro se credencia pela volta no sábado das campeãs.

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