Por Redação Carnavalize
Também sob o comando de novo carnavalesco, a Unidos de Bangu levou para a Avenida o enredo “Memórias de um griô: a diáspora africana numa idade nada moderna e muito menos contemporânea”, desenvolvido pelo estreante Bruno Rocha. Novos talentos não estão em falta no grupo durante este carnaval.
Idealizada por Vinicius Rodrigues, a comissão de frente apostou em uma apresentação mais cênica, retratando sofrimento e dor dos escravizados. Houve problemas de sincronia do grupo nos setores 3 e 6 e a passagem do grupo foi considerada apenas regular. O primeiro casal da Bangu, Anderson Abreu e Eliza Xavier, trajou uma fantasia um pouco mais simples que o habitual. A fantasia não tinha qualquer pena ou faisão; a solução adotada para os detalhes e para a saia da porta-bandeira foi a utilização de palha. A apresentação contava com muitos passos marcados, mas o rendimento foi apenas correto.
Os detalhes da fantasia da escola, confeccionada com palha. (Foto: Vitor Melo) |
O enredo afro se mostrou pouco criativo e genérico e não dizia exatamente a que veio. Houve uma inversão da ala de passistas em reação ao roteiro original e notou-se a ausência de um tripé que não desfilou. As fantasias oscilaram entre propostas interessantes e outras nem tanto. O trabalho cromático saiu do verde das savanas e foi esquentando, chegando ao branco no final; foi um ponto positivo da estética. As alegorias trouxeram esculturas muito grandes, mas pouco zeladas, com muitos problemas de concepção e acabamento.
As grandes esculturas das alegorias passaram com falhas no acabamento. (Foto: Vitor Melo) |
A bateria do mestre Léo Capoeira fez uma boa apresentação, sendo o grande destaque da noite, e auxiliou no andamento do samba, que é apenas regular, mas contou com uma excelente condução de Igor Vianna. As bossas com os atabaques foram espetaculares, mas a harmonia também se mostrou oscilante. A evolução não enfrentou problemas.
Apesar das falhas, Bangu fez um desfile seguro e não deve correr maiores riscos na parte inferior da tabela.