Por Redação Carnavalize
Segunda a escola a desfilar neste domingo, a Viradouro foi muito comentada durante o pré-carnaval, largando na disputa já dotada de favoritismo. Com o enredo “Viradouro de alma lavada”, a alvirrubra contou com a assinatura dos carnavalescos Marcus Ferreira e Tarcísio Zanon para contar a história das Ganhadeiras de Itapuã na Avenida.
Alex Neoral foi o responsável pelo comando da comissão de frente. O grupo era inteiramente formado por mulheres e apresentou um trabalho interessante e muito bem coreografado; representando as lavadeiras, tiveram um bom momento de dança no chão da Avenida e posteriormente subiram no elemento cenográfico, onde se revelava um enorme aquário com uma sereia Oxum. A comissão fez uma boa apresentação em frente ao primeiro módulo de jurados, mas enfrentou problemas no setor 6 com a roupa de uma das suas integrantes. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Julinho e Rute, mostraram a cumplicidade de sempre. Julinho, um dos melhores mestre-salas do grupo, fez uma excelente apresentação; Rute, por sua vez, executou giros mais leves. Apesar dos bons momentos, houve erro de sincronismo em um dado momento que a porta-bandeira parou antes do mestre-sala.
Primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola, Julinho e Rute. (Foto: Vitor Melo) |
Esteticamente, a escola fez uma excelente abertura. As alegorias eram altas, exuberantes, tinham boa volumetria e abusaram das cores metálicas. Todos possuíam muito zelo em sua realização. O último carro passou apagado, piscando levemente em frente ao primeiro módulo de jurados e assim seguiu por mais um trecho até acender mais adiante. Aliás, as duas últimas alegorias eram mais simples que o restante do conjunto, mas a diferença não chegou a ser gritante. O conjunto de fantasias foi bem trabalhado e as primeiras alas abriram o desfile com de forma espetacular. O enredo fez uma bela homenagem às ganhadeiras e foi bem desenhado, apesar de pouco aprofundado.
Alegoria de apresentação das ganhadeiras. (Foto: Felipe de Souza) |
Um dos grandes destaques da passagem da escola foi a bateria do mestre Ciça, que extasiou a Avenida com uma bossa de timbal tocada por duas mulheres que vinham montadas em um tripé, no meio dos ritmistas, e arrancou aplausos das arquibancadas. Contudo, vale frisar que o andamento do samba passou aceleradíssimo. O samba rendeu muito bem e harmonia teve um excelente rendimento. O único problema de evolução ficou por conta de um buraco aberto em frente ao setor 6, sem quaisquer outros imprevistos.
Driblando a ingrata posição de desfiles, a escola fez um excelente desfile e se credencia à briga pelas primeiras posições.