Por Redação Carnavalize
A Cubango, agremiação alviverde de Niterói, foi a segunda escola a pisar na Avenida durante a primeira noite de desfiles da Série Ouro, com o enredo “O amor preto cura: Chica Xavier, a mãe baiana do Brasil”. A escolha pela homenagem à atriz e ialorixá baiana aconteceu com a chegada de João Vitor Araújo à agremiação, após a troca de profissionais e reversão de outro enredo que havia sido escolhido anteriormente. Durante o pré-carnaval, a novidade parece ter se relacionado bem com os componentes da agremiação e o público em geral.
Responsável pela comissão de frente, o coreógrafo Fábio Batista trouxe um elemento cenográfico simples, mas bastante funcional, com uma árvore que tinha algumas cenas em seu tronco. A comissão apresentou vários orixás interagindo com Chica, a personagem central. Em síntese, uma abertura agradável e sem erros. Após a porta-bandeira Patrícia Cunha ter assumido a presidência da escola, Aline Flores retornou ao cargo que um dia ocupou para fazer dupla com o mestre-sala Diego Falcão. A apresentação do casal foi marcada pela variedade de movimentos na dança e pelo excelente trabalho de desenho coreográfico. A fantasia não deixou a desejar, era muito bonita. O único “porém” foi que o mestre-sala parecia um pouco mais acelerado do que a porta-bandeira em alguns momentos específicos.
Parte da apresentação da Comissão de Frente (Foto: Vítor Melo) |
As alegorias da agremiação de Niterói foram bastante regulares, formando um bom conjunto, no geral, mas enfrentaram problemas de iluminação. Já o conjunto de fantasias foi o ponto alto do cortejo, caracterizado pelo extremo bom gosto do carnavalesco. O tapete cromático perfeito chamou a atenção na Sapucaí. O enredo foi muito bem contado, passando pelos vários aspectos da vida de Chica Xavier, como sua religiosidade e sua luta antirracista.
A beleza do abre-alas da agremiação (Foto: Vítor Melo) |
O samba-enredo foi entoado com maestria pela potente voz de Pixulé e passou satisfatoriamente, embalando o competente desfile. A bateria Ritmo Folgado, comandada pelo Mestre Demétrius, também se destacou, principalmente pela aposta nas bossas.
No que diz respeito à evolução da escola, não houve motivo para preocupação, sem falhas observáveis. Os componentes, no geral, cantaram o samba, apesar de a harmonia não ter sido impecável.
Com uma apresentação consistente e figurinos de primeira, a Cubango deve brigar no meio da classificação, sem riscos de figurar nas últimas posições.