#Carnaval2022: Acadêmicos do Sossego – Escola encanta plasticamente, mas peca nos quesitos de chão

Por Redação Carnavalize
Sob a direção de novo carnavalesco, o talentoso André Rodrigues, a Sossego encerrou a primeira noite de desfiles da Série Ouro, com o enredo “Visões Xamânicas”, uma ficção com doses de realidade sobre uma profecia indígena acerca da exaustão do meio ambiente, em um pedido de socorro. Esse parece, aliás, o maior trabalho de exercício da criatividade dentre os carnavalescos do grupo para a construção do enredo, já que não trabalha apenas com o factual, mas se desafia a criar um fundo e personagens próprios da história.
A comissão de frente de Jardel Lemos, intitulada “O ritmo da viagem transcendental”, trouxe um ritual indígena. Contou com um elemento alegórico, que, esteticamente, deixou a desejar. Os componentes, todavia, estavam bem vestidos, nas cores roxo e preto, que marcaram a abertura mais escura da agremiação. No geral, a comissão passou correta, apesar de não empolgar, até por não ser de fácil leitura. Por sua vez, o recém-chegado casal, formado por Fabrício Pires e Giovanna Justo, optou por uma apresentação mais simples e tradicional, com muitos giros da porta-bandeira, que deu uma leve, uma pequena, titubeada ao entrar no primeiro módulo.
Parte da apresentação do casal da Sossego (Foto: Thomas Reis)
O enredo denso, que abarca um aspecto delirante, foi bem desenvolvido pelo carnavalesco, sendo traduzido em um trabalho plástico amarrado, coeso e criativo. O início do cortejo impactou pela paleta de cores. A perfeita transição cromática da primeira alegoria para o setor seguinte foi um destaque positivo. O conjunto alegórico é bem rico e variado em formatos, cores e materiais. As fantasias são corretas, muito limpas, arrojadas, mas não deixam a desejar em acabamento e soluções criativas.
Detalhes de alegoria da escola, que desfilou já com o dia claro (Foto: Vítor Melo)

A bateria regida pela batuta do Mestre Laion se apresentou de maneira satisfatória, sustentando bem o samba-enredo, interpretado por Nino do Milênio. Apesar de não comprometer, o samba não empolgou, não contribuindo para a harmonia da escola, que foi apenas mediana, considerando a irregularidade do canto durante o cortejo. 
Longe de explodir, a Sossego fez uma apresentação morna, sem grandes transtornos, em termos de evolução, mas também sem a vibração necessária. Em síntese, uma passagem correta, requintada plasticamente, que deve render uma posição intermediária para a escola de Niterói. 

 

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