#Carnaval2022: Em Cima da Hora – Escola abre Série Ouro com desfile digno e animado

 

Por Redação Carnavalize
Primeira escola a desfilar oficialmente na Marquês de Sapucaí depois de dois anos, a Em Cima da Hora retornou à segunda divisão da folia carioca, vaga que desocupou em 2015, ano de seu descenso. Certeira na escolha de um tema que ela mesma apresentou anteriormente, em 1984, a escola de Cavalcanti optou por atualizar as cenas de uma viagem de trem de Japeri até a Central do Brasil, com o enredo “33 – Destino D. Pedro II”, desenvolvido pelo carnavalesco Marco Antônio Falleiros, recém-chegado à agremiação.
Na abertura do desfile, o grupo da comissão de frente, comandada pelo estreante Carlos Fontinelle, trouxe personagens típicos das estações de trem, citados pelo samba-enredo, representando a diversidade de tipos sociais que por ali transitam. Sem grandes surpresas, a apresentação da comissão se destacou pela irreverência, pela leveza e pela correção. Na sequência, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Jack Gomes e Johny Matos, optou por uma dança mais segura. No geral, não tiveram problemas com relação aos movimentos, exceto por algum desencontro ou outro entre os dois. Ainda cabe ressaltar que o espaço da pista foi pouco explorado na coreografia. Em síntese, o casal passou bem vestido e sem contratempos, apostando na simplicidade.


Apresentação do casal da Em Cima da Hora (Foto: Thomas Reis)

O conjunto alegórico apresentado pela agremiação foi bastante regular, sendo que o último carro teve um acabamento um pouco destoante, inferior aos demais. Com relação às fantasias, o carnavalesco escolheu privilegiar as cores da escola, azul e branco, na primeira parte do cortejo. A Em Cima da Hora passou bastante digna, apesar de simples. 
Abre-alas da escola apresentou dificuldades para andar (Foto: Vítor Melo)

O grande trunfo parece ter sido colocar novamente nas línguas dos foliões uma faixa clássica do gênero samba-enredo, imortalizado em grandes gravações musicais, a exemplo de Dudu Nobre e Jovelina Pérola Negra. A premiada obra ganhou a voz de Ciganerey e demonstrou um rendimento satisfatório. Destaque para a excelente bateria de Mestre Wando, que não economizou nas paradinhas e sacudiu o público. 
A evolução foi o ponto fraco, sendo que o primeiro carro apresentou dificuldades para percorrer a pista, abrindo um buraco considerável diante da segunda cabine de jurados. Já a harmonia não sofreu grandes deslizes, se mostrando bastante regular. A escola estava animada. 
Com uma apresentação digna e honesta, porém simples, a Em Cima da Hora não deve disputar o rebaixamento.

Comente o que achou:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja mais

Posts Relacionados

Projeto “Um carnaval para Maria Quitéria” valoriza a folia e conta com ilustrações de carnavalescos renomados

Projeto “Um carnaval para Maria Quitéria” valoriza a folia e conta com ilustrações de carnavalescos renomados

 A Jac Produções lança o projeto "Um carnaval para Maria Quitéria", que desenvolveu um estudo de desfile de escola de samba em homenagem a essa heroína da nossa independência. O

O aroma que vem da Glória: a alegria da MUG ao sabor de um samba inesquecível

O aroma que vem da Glória: a alegria da MUG ao sabor de um samba inesquecível

Arte de Julianna LemosPor Adriano PrexedesSejam bem-vindos de novo! Desta vez, nossa aventura sambística nos levará para outro destino: vamos até o Espírito Santo para conhecer a trajetória de uma

#Colablize: A infraestrutura do carnaval carioca hoje – o que precisa ser feito

#Colablize: A infraestrutura do carnaval carioca hoje – o que precisa ser feito

    Arte de Lucas MonteiroPor Felipe CamargoJá se tornou algo que os amantes do Carnaval carioca debatem e mencionam todos os anos. Com um misto de esperança, medo e reclamação,

A locomotiva azul e rosa: São Paulo nos trilhos do sucesso da Rosas de Ouro

A locomotiva azul e rosa: São Paulo nos trilhos do sucesso da Rosas de Ouro

Arte de Jéssica BarbosaPor Adriano PrexedesAtenção! Vamos embarcar numa viagem carnavalesca pela cidade que nunca para. Relembraremos uma São Paulo que, durante a folia, se vestia de cores vibrantes. De

ROSA X LEANDRO: Quando os carnavalescos ocupam as galerias de arte

ROSA X LEANDRO: Quando os carnavalescos ocupam as galerias de arte

 Arte por Lucas MonteiroTexto: Débora Moraes Rosa Magalhães e Leandro Vieira são os carnavalescos que mais tiveram seus trabalhos exibidos em exposições em instituições de arte. Além de colecionarem esse título,

A Lição da Mancha Verde: uma passagem pela história de persistência da escola e por um de seus desfiles históricos

A Lição da Mancha Verde: uma passagem pela história de persistência da escola e por um de seus desfiles históricos

 Arte de Lucas XavierPor Adriano PrexedesO ano era 2012, considerado por muitos um dos maiores carnavais da história do Sambódromo do Anhembi. A folia, geralmente, é lembrada pelo grande público

VISITE SAL60!

SOBRE NÓS

Somos um projeto multiplataforma que busca valorizar o carnaval e as escolas de samba resgatando sua história e seus grandes personagens. Atuamos não só na internet e nas redes sociais, mas na produção de eventos, exposições e produtos que valorizem nosso maior evento artístico-cultural.

SIGA A GENTE

DESFILE DAS CAMPEÃS

COLUNAS/SÉRIES