Por Redação Carnavalize
As arquibancadas da Sapucaí se coloriram de vermelho, branco e… preto (!) pra Estácio de Sá desfilar nas cores do Flamengo, um dos maiores clubes esportivos do Brasil. Trata-se, na verdade, da reedição de um desfile apresentado pela própria escola em 1995, que celebrou a história e conquistas rubro-negras. Com a volta da escola à Série Ouro, o desenvolvimento do carnaval foi assumido pela dupla de carnavalescos formada por Mauro Leite e Wagner Gonçalves.
Na comissão de frente, a coreógrafa Ariadne Lax trouxe um elemento cênico simbolizando um vestiário de futebol, com algumas cabines. A representação dos jogadores não foi tradicional, optando-se por uma pegada street, que foi vista nos passos do corpo de dança, que incorporou, inclusive, o passinho. O ponto alto foi quando um componente se ergueu, pegando o manto do Flamengo, que, depois, é exibido em um drone. O efeito, contudo, não gerou tanta comoção, como se pretendia. No final da apresentação, algumas bolas ainda são chutadas em direção à arquibancada. Com relação ao casal, a veterana porta-bandeira Alcione recebeu um novo par, Feliciano Júnior, para defender as cores da Estácio de Sá na Avenida. A indumentária se destacou pela beleza, em tons de vermelho e alaranjado. A dupla estava bem ensaiada e a exibição foi correta, apesar de algumas entregas de bandeira para o mestre-sala terem sido levemente descuidadas, diante do primeiro módulo de julgamento. Ademais, faltou verticalizar um pouco mais o pavilhão.
A beleza do casal da Estácio (Foto: Thomas Reis) |
O enredo, infelizmente, não contou com um fio condutor, se mostrando sem tanto brilhantismo. O desenvolvimento em fantasias e alegorias foi caracterizado pela ausência de coesão. Os figurinos oscilaram bastante, entre alas superiores e inferiores, dependendo da solução escolhida. Por sua vez, as alegorias tiveram propostas muito diferentes. O primeiro carro era vazado. O segundo mais voluptuoso. E o terceiro cênico, sendo que este último apresentou problemas gravíssimos de acabamento, com ferros expostos.
Detalhes de alegoria da escola (Foto: Vítor Melo) |
A bateria do Mestre Chuvisco, com o tradicional andamento mais pra frente, segurou bem o samba, que foi um destaque do cortejo, na interpretação de Serginho do Porto. Por ter momentos de explosão, nos dois refrões, a harmonia foi bastante favorecida. Em evolução, a Estácio não enfrentou perrengues, passando tranquilamente pela Marquês de Sapucaí.
Com um visual oscilante, mas também com um chão forte, a escola não deve brigar na cabeça e nem correr riscos na terça-feira.