Por Redação Carnavalize
Serrinha custa, mas vem! Após a permanência na Série Ouro, apesar de um trágico desfile, em 2020, o Império Serrano recebeu investimento de peso em seus sonhos dourados de retornar ao Grupo Especial. A contratação de Leandro Vieira, Patrick Carvalho, Nêgo e Igor Vianna reforçaram a escola para desenvolver o enredo “Mangangá”, uma homenagem ao capoeirista baiano Besouro Mangangá.
A comissão de frente, assinada por Patrick Carvalho, trouxe o homenageado já na cabeça do desfile, representado por Rodrigo Silva. Besouro é o personagem central do número, que conta com um elemento cenográfico rústico e um corpo de dança formado por diversos oguns. O ponto alto da apresentação foi o momento em que um capataz sai do elemento e mata o capoeirista, que ressurge na figura do besouro animal, um drone que sobrevoou o cortejo. Cabe sinalizar que o drone acabou, por algum problema, não voando na apresentação para o segundo módulo de julgadores. O que não tirou, de forma alguma, o brilho de uma comissão de nível de Grupo Especial, marcada pela coreografia vigorosa dos componentes, um traço característico dos trabalhos do coreógrafo. Por sua vez, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Matheus Machado e Verônica Lima, representou Exú de Oxalá. A dupla dançou bem e apostou na encenação, sem deixar de cumprir o seu papel. Pode-se dizer que foi a dose certa de teatralização. Verônica, porta-bandeira experiente, se destacou pelo jeito de segurar o mastro, vez que ela o segura com o punho, não apoiando dorso e palma de mão.
Corpo de baile da Comissão da Serrinha (Foto: Thomas Reis) |
A grife Leandro Vieira foi percebida nos figurinos da Serrinha. Chamaram a atenção a sobreposição de tecidos e a estamparia. As fantasias formaram um tapete belíssimo, integrado com as alegorias. É como se o carnavalesco pintasse o carro alegórico com as fantasias. Sem dúvidas, o que se viu foi um conjunto redondo, simples e bastante honesto. Não há luxo, o que não é a proposta em questão. Ainda vale dizer que as alegorias tinham formas compactas, mas bem sustentadas em acabamento. O enredo, como de costume, foi contado com maestria por Vieira.
Um dos belos carros alegóricos da escola (Foto: Vítor Melo) |
Mestre Vitinho e seus ritmistas “tiraram onda” com uma bateria cheia de balanço. Os figurinos da ala mereceram elogios pela beleza e funcionalidade. O todo musical foi consistente, sendo a escola embalada por um samba valente, que rendeu e fez os componentes quicarem na Sapucaí.
Com uma passagem tranquila, sem perrengues na evolução, e, ao mesmo tempo, vibrante, o Império Serrano se credenciou ao título, sendo difícil perceber onde a agremiação pode sofrer grandes descontos na terça-feira.