Por Redação Carnavalize
Prestes a se tornar uma escola centenária em 2023, a Portela escolheu um enredo “afro” para o carnaval de 2022, cinquenta anos após Ilu Ayê, carnaval de 1972, último carnaval referenciado na temática negra. Novamente comandada pelo casal Márcia e Renato Lage, a azul e branca foi galgando pouco a pouco posições de favoritismo durante o pré-carnaval com o enredo “Igi osé Baobá”.
Para tentar superar seu histórico problema de comissão de frente, os coreógrafos Leo Senna e Kelly Siqueira apostaram em um ritual tribal africano. O corpo de dança trouxe uma boa coreografia, aguerrida. Infelizmente, um dos integrantes da comissão acabou tropeçando diante do primeiro módulo de julgamento. A abertura da escola contou ainda com um elemento alegórico singelo, representando o baobá, bem decorado e bastante funcional. Por sua vez, o casal formado por Marlon Lamar e Lucinha Nobre veio com uma indumentária em tons terrosos, na parte de baixo, e azulada, em cima. Bem vestida, a dupla exibiu uma coreografia sincronizada, caracterizada pelos movimentos limpos. Marlon e Lucinha se mostraram bem entrosados, afastando quaisquer comentários negativos que tenham circulado sobre eles ensaio técnico, mostrando que as críticas não se sustentavam, e não tiveram problemas.
Comissão de Frente da azul e branco (Foto: Lucas Monteiro) |
Apesar do enredo genérico e repetitivo em relação ao que já se viu em outros carnavais na Sapucaí, a Portela apresentou um espetáculo estético, da comissão de frente ao último carro. O conjunto visual é muito competente, tanto em termos de escolha cromática quanto do uso primoroso de materiais de alto custo. As fantasias seguem esse padrão elevado e têm fácil leitura, apesar da narrativa não se provar completamente. A terceira alegoria trouxe um belo trabalho artesanal, apesar de algumas avarias, como é o caso do globo do terceiro carro, que estava com problema de encaixe. Cabe ressaltar ainda o mal gosto de colocar a cabeça de negros escravizados sobre um navio tumbeiro, no quarto carro. Apesar disso, o júri deve avaliar a agremiação com bons olhos.
Uma das belas alegorias da Portela (Foto: Maria Rita) |
A Tabajara do Samba, sob regência do Mestre Nilo Sérgio, deu um show ao longo do cortejo, sustentando muito bem o samba-enredo, defendido com primor pelo excelente carro de som. Em termos musicais, a Portela arrebatou, também com uma das melhores harmonias da festa há alguns anos.
Com a evolução invejável, a agremiação mostrou porque é, há alguns anos, uma escola referência nos quesitos de chão, que credenciam a Portela para brigar na cabeça na próxima terça-feira.
2 respostas
Discordo em todos os sentidos. Foi um desfile fraco e sem o poder de chão que a Portela sempre teve. O samba não conquistou o público e até a escola tava receosa na Sapucaí com esse samba, o que mais vi foram dezenas de componentes de boca fechada (inclusive até mesmo destaques), harmonia de centavos. A evolução também teve erros como a escola ficando travada por 7 minutos, o que pode refletir nas notas de evolução se o pix do Dudu Paes não cair direitinho. Até a bateria da Portela tava aquém da Portela. Esse desfile não tem cara de desfile das campeãs, mas com a quantidade de coisa ruim que vimos na primeira noite vai entrar nas campeãs por falta de concorrência mesmo e beneficiada por ter sido sorteada pra segunda noite.
Vc é um despeitado e invejoso