#Carnaval2022: União da Ilha – Bate e volta? Ilha dispara na briga pelo retorno ao Especial!

 

Por Redação Carnavalize
Após desfiles irregulares no Grupo Especial, a União da Ilha acabou tendo de encarar o sombrio fantasma do rebaixamento ao fim do carnaval de 2020. Como muitas outras escolas, a sensação que prevaleceu foi a de que a passagem pela Série Ouro pode ser uma nova chance da escola se reestruturar. A escolha de enredo da tricolor passou pela reedição de clássicos como Festa Profana (1989) e Fatumbi (1998), mas a escola bateu o martelo em definitivo para falar de Nossa Senhora Aparecida, com o tema “O vendedor de orações”. A agremiação, apesar de ter reforçado seu time para o carnaval de 2022, teve que lidar com o desafio da perda de um de seus carnavalescos, Severo Luzardo, que faleceu pouco mais de um mês antes do desfile.
O gabaritado casal de coreógrafos formado por Priscilla Mota e Rodrigo Negri apresentou uma comissão de frente com o selo de qualidade da dupla. Intitulada “Altar de orações”, a comissão trouxe um elemento alegórico de tamanho médio, que não atrapalhou em nada a fluidez do espetáculo. Dividida em diversos momentos, a performance tem como ponto alto o surgimento de Oxum do centro do elemento, retratando o sincretismo religioso, com seu manto dourado que cobre e abençoa a todos. Destaque para a atuação da atriz Cacau Protásio, que participou do número, interpretando, inclusive, Nossa Senhora Aparecida. Já no que diz respeito ao casal, Marlon Flôres e Danielle Nascimento, profissionais experientes, apostaram em uma apresentação técnica, marcada pela correção.
Comissão de frente da Ilha se destacou na Sapucaí (Foto: Thomas Reis)

Com um conjunto alegórico de nível de Grupo Especial, com boa volumetria, bom acabamento, a escola se destacou plasticamente. Talvez só o abuso de amarelo em uma parte do cortejo tenha prejudicado sua fluidez visual. As fantasias, no geral, acompanham esse nível de acabamento, sendo mais clássicas, se filiando à estética barroca adotada em todo o desfile. O enredo seguiu uma linha tradicional, bastante devoto, e buscou ressaltar o sincretismo. Não se viram problemas de desenvolvimento.
Escola caprichou nas alegorias (Foto: Pedro Umberto)

A Baterilha dos mestres Keko e Marcelo não decepcionou e brindou o público com uma agradável apresentação, de nível também de Especial. Por sua vez, o samba-enredo, brilhantemente defendido por Ito Melodia, não é um primor, mas funcionou bem no cortejo, rendendo bastante. 
Os componentes mostraram garra durante o desfile e defenderam bem o samba da agremiação, o que resultou em uma harmonia satisfatória. Sem problemas no quesito evolução, a Ilha passou tranquila pela avenida.
Com desfile redondo, a escola, forte em praticamente todos os quesitos, deve brigar pelo retorno à elite na próxima terça-feira.


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