#Carnaval2022: Viradouro – Desfile frio distancia escola do sonhado bicampeonato

 

Por Redação Carnavalize
A grande missão de preservar um título chegou para a Viradouro. Após o campeonato do carnaval de 2020, a escola manteve integralmente a equipe para brigar pelo bicampeonato. Muito falada durante todo o pré-carnaval pelo seu samba em forma de carta, a escola levou para a Sapucaí o enredo intitulado “Não há tristeza que possa suportar tanta alegria”, sobre o carnaval de 1919, ocorrido após a gripe espanhola, com traços de comparação ao cenário causado pela pandemia do coronavírus.
Os coreógrafos Alex Neoral e Márcio Jahu apostaram em uma comissão de frente apoiada em um gigantesco elemento alegórico, um pouco “trambolhoso”. Entretanto, o desenrolar da coreografia aconteceu no chão. No primeiro ato, um pierrot protegia um baú enquanto batalhava com a gripe espanhola. Os integrantes do corpo de baile vestiam preto e tinham rostos de caveira. Em um segundo momento, o Pierrot tirava uma chave da caixa, a morte desaparecia e surgiam foliões com uma carta na mão. O globo do tripé, então, ficava branco, prateado. E a chave (drone) sobrevoava, chegando às mãos do rei momo, quando explodiam foguetes e componentes abriam a cartinha com dizeres “Carnaval, te amo”. No geral, a comissão se exibiu de modo correto, em que pese, comparativamente, seja inferior a outras que passaram na mesma noite. Por sua vez, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Julinho Nascimento e Rute Alves, ostentou uma indumentária preta com detalhes prateados. A dupla estava entrosada e dançou bem. Infelizmente, o mestre-sala acabou perdendo o sapato ao final da apresentação diante do primeiro módulo de julgamento, o que deve acarretar, pelo regulamento, a perda de um décimo.
Enorme elemento alegórico da Comissão de Frente (Foto: Thomas Reis)
No que diz respeito ao enredo, chamou a atenção o interessante trabalho de pesquisa de imagem e construção. O desfile passeou por manifestações culturais da elite e populares. O desenvolvimento foi, em suma, satisfatório, bastante criativo. A abertura do cortejo foi ousada, em preto, monocromática. O conjunto de fantasias se mostrou consistente e o de alegorias deixou um pouco a desejar, com soluções visuais pouco inspiradas, principalmente com relação à segunda e à terceira. O quinto setor, do obaluaê, se destacou positivamente, com um carro lindíssimo. O final também, com a alegoria que trouxe a barca de Niterói se dirigindo ao Rio. 
Detalhes de alegoria da Viradouro (Foto: Leonardo Antan)
A bateria do Mestre Ciça passou reta, pelo setor 3, sem repetir com frequência sua tão esperada paradinha. Os ritmistas não se apresentaram para o módulo de jurados, realizando a bossa entre as cabines no meio da avenida. O andamento acelerado dificultava o canto de alguns trechos do samba-enredo e culminou em uma harmonia apenas regular, sem explosão.
A evolução da agremiação não sofreu com grandes perrengues, sendo a passagem tranquila, porém fria, sem muita vibração. 
Alternando entre quesitos bons e outros regulares, a Viradouro deve brigar para voltar no Sábado das Campeãs.

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