Por Redação Carnavalize
Após reeditar o seu enredo de 1984 no último carnaval, a Em Cima da Hora decidiu contar a história de Esperança Garcia em seu segundo desfile consecutivo na Série Ouro. Assinado pelos carnavalescos Marco Antonio Falleiros e Carlos Eduardo, o enredo “Esperança, Presente!” homenageou a primeira advogada do Brasil, a mulher que, em 1770, escreveu um documento endereçado ao governador da Capitania do Piauí denunciando as violências que ela e outras pessoas negras sofriam na condição de escravizadas.
Na abertura do desfile da escola de Cavalcanti, a comissão de frente, comandada pelo coreógrafo Leandro Azevedo, contou a trajetória da homenageada, que é a personagem central da performance, sintetizando o enredo. Apesar de simples, a apresentação cumpriu bem o seu papel. Na sequência, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Johny Matos e Jack Gomes, entregou uma dança bastante convencional, marcada pela correção.
O enredo não foi tão bem desenvolvido, com algumas imprecisões e lacunas históricas. A ala de ciganos, ao final do desfile, não estava prevista no roteiro e pode comprometer. O conjunto plástico foi bastante inferior em comparação com outras escolas. As fantasias eram demasiadamente simples e sem trabalho mais elaborado. O segundo carro alegórico da escola apresentou problemas de acabamento.
Abre-alas da Em Cima da Hora (Foto: Thomas Reis) |
Detalhes de outra alegoria da agremiação (Foto: Lucas Monteiro) |
O dolente samba-enredo, interpretado por Igor Pitta, não contribuiu para a animação do cortejo, não favorecendo o canto e a dança dos componentes e a interação com o público da Sapucaí. A bateria do mestre Léo Capoeira passou de maneira correta, sem enfrentar contratempos.
Com um desfile tranquilo, apesar de pouco vibrante, a evolução não parece representar um grande problema para a agremiação na apuração.
Com uma apresentação que não empolgou e bastante abaixo da média na parte plástica, a Em Cima da Hora deve brigar na parte debaixo da classificação.