#Carnaval2023: Lins Imperial – Com enredo forte e necessário, Lins enfrenta contratempos na pista

 

Por Redação Carnavalize
Trazendo mais uma vez Madame Satã à Marquês de Sapucaí, a Lins Imperial apostou em um enredo-manifesto para a Série Ouro de 2023. “Madame Satã – Resistir para Existir”, dos carnavalescos Eduardo Gonçalves e Ray Menezes, não se trata de uma reedição do enredo de 1990, mas de uma nova abordagem, um novo olhar sob Madame Satã, em diálogo com questões políticas e sociais contemporâneas. Comemorando 60 anos de fundação, a verde e rosa decidiu homenagear a icônica personagem da Lapa atendendo ao desejo de sua comunidade, que guarda enorme carinho pelo cortejo da década de 90, o qual manteve a agremiação no Grupo Especial.
Na abertura do desfile deste ano, a comissão de frente, comandada pelo coreógrafo Carlos Bolacha, contou a história do homenageado desde a infância, destacando sua luta e ativismo. O ponto alto foi o momento, ao final da performance, em que se revelava o nome de ativistas da causa trans. A comissão conseguiu se comunicar com o público.
Em seguida, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Jackson Senhorinho e Manoela Cardoso, representou o inferno e fez referência à cidade natal do homenageado. A indumentária suntuosa em vermelho era de extremo bom gosto. A coreografia demonstrou um bom planejamento e execução. O “porém” ficou por conta da dificuldade que o peso da roupa impôs à porta-bandeira. O mestre-sala, por sua vez, estava mais solto.
Quanto ao desenvolvimento do enredo, os carnavalescos construíram uma narrativa bem amarrada, prejudicada, entretanto, pelo problema técnico com um dos carros. O conjunto plástico materializou a aposta em uma escola bastante colorida. O “porém” ficou por conta da transição cromática, que deixou um pouco a desejar. 
Lins Imperial veio colorida para a Sapucaí (Foto: Thomas Reis)

Uma das belas alegorias da escola (Foto: Victor Baetas)
O excelente samba-enredo, que figura entre os melhores de 2023, se provou na avenida, na voz dos competentes intérpretes Lucas Donato e Rafael Tinguinha. Comprometida em extrair o melhor do samba, a bateria do mestre Átila Gomes teve uma apresentação sólida, mantendo seu andamento entre 138 e 141bpm durante todo o desfile. A bossa apresentada aos jurados no Setor 3 muito técnica e bem executada, com destaque para “timbaus” que não deixaram o andamento cair ou acelerar. No entanto, existia um rufar das caixas no retorno ao bis do refrão que não foi bem executado e não foi possível ouvir em nenhuma das vezes em que a mesma bossa foi executada. A afinação mais grave das marcações deram um peso ao samba fortíssimo que a escola tinha. No geral, boa apresentação da Verdadeira Furiosa na Sapucaí.
A evolução se mostrou irregular, com alguns percalços e momentos de paradeira e correria. Em certo momento, a bateria parou para se apresentar e a escola continuou avançando, abrindo clarão. O canto da escola deixou a desejar na vibração.
Considerando os perrengues enfrentados na pista, a Lins Imperial deve disputar uma posição intermediária na classificação. 

Comente o que achou:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja mais

Posts Relacionados

Projeto “Um carnaval para Maria Quitéria” valoriza a folia e conta com ilustrações de carnavalescos renomados

Projeto “Um carnaval para Maria Quitéria” valoriza a folia e conta com ilustrações de carnavalescos renomados

 A Jac Produções lança o projeto "Um carnaval para Maria Quitéria", que desenvolveu um estudo de desfile de escola de samba em homenagem a essa heroína da nossa independência. O

O aroma que vem da Glória: a alegria da MUG ao sabor de um samba inesquecível

O aroma que vem da Glória: a alegria da MUG ao sabor de um samba inesquecível

Arte de Julianna LemosPor Adriano PrexedesSejam bem-vindos de novo! Desta vez, nossa aventura sambística nos levará para outro destino: vamos até o Espírito Santo para conhecer a trajetória de uma

#Colablize: A infraestrutura do carnaval carioca hoje – o que precisa ser feito

#Colablize: A infraestrutura do carnaval carioca hoje – o que precisa ser feito

    Arte de Lucas MonteiroPor Felipe CamargoJá se tornou algo que os amantes do Carnaval carioca debatem e mencionam todos os anos. Com um misto de esperança, medo e reclamação,

A locomotiva azul e rosa: São Paulo nos trilhos do sucesso da Rosas de Ouro

A locomotiva azul e rosa: São Paulo nos trilhos do sucesso da Rosas de Ouro

Arte de Jéssica BarbosaPor Adriano PrexedesAtenção! Vamos embarcar numa viagem carnavalesca pela cidade que nunca para. Relembraremos uma São Paulo que, durante a folia, se vestia de cores vibrantes. De

ROSA X LEANDRO: Quando os carnavalescos ocupam as galerias de arte

ROSA X LEANDRO: Quando os carnavalescos ocupam as galerias de arte

 Arte por Lucas MonteiroTexto: Débora Moraes Rosa Magalhães e Leandro Vieira são os carnavalescos que mais tiveram seus trabalhos exibidos em exposições em instituições de arte. Além de colecionarem esse título,

A Lição da Mancha Verde: uma passagem pela história de persistência da escola e por um de seus desfiles históricos

A Lição da Mancha Verde: uma passagem pela história de persistência da escola e por um de seus desfiles históricos

 Arte de Lucas XavierPor Adriano PrexedesO ano era 2012, considerado por muitos um dos maiores carnavais da história do Sambódromo do Anhembi. A folia, geralmente, é lembrada pelo grande público

VISITE SAL60!

SOBRE NÓS

Somos um projeto multiplataforma que busca valorizar o carnaval e as escolas de samba resgatando sua história e seus grandes personagens. Atuamos não só na internet e nas redes sociais, mas na produção de eventos, exposições e produtos que valorizem nosso maior evento artístico-cultural.

SIGA A GENTE

DESFILE DAS CAMPEÃS

COLUNAS/SÉRIES