Por Redação Carnavalize
Propondo uma viagem a Caruaru, em Pernambuco, a Mocidade Independente de Padre Miguel levou para a Sapucaí a arte que vem do barro e os discípulos de Mestre Vitalino. O enredo da agremiação, intitulado “Terra de meu Céu, Estrelas de meu Chão”, foi assinado pelo carnavalesco Marcus Ferreira, que chegou à Estrela Guia de Padre Miguel para este carnaval, após uma parceria de sucesso com Tarcísio Zanon na vermelha e branca de Niterói.
Na abertura do desfile independente, a comissão de frente, comandada pelo coreógrafo Paulo Pinna, representou, no seio de um presépio nordestino, o nascimento de um dos mais importantes discípulos do Deus do Barro: Severino Vitalino, filho de Vitalino Pereira do Santos. A estrela da Mocidade apareceu moldada em barro. Infelizmente, o tripé da comissão teve problemas na segunda cabine, quando os integrantes tombaram e quase derrubaram o símbolo da escola.
Em seguida, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Diogo Jesus e Bruna Santos, veio muito bem vestido e dançando bem, com movimentos limpos. Contudo, na apresentação para os primeiros módulos de julgamento, a porta-bandeira acabou enrolando o pavilhão.
Bela indumentária do primeiro casal (Foto: Eduardo Hollanda/Rio Carnaval) |
O desenvolvimento do enredo se deu com cada setor abordando um dos discípulos de Mestre Vitalino. A escolha dessa variedade de artistas gerou um visual também bastante diverso. Cada setor tinha uma assinatura visual e uma linguagem própria impressa nas alegorias. Ainda que o visual fosse inspirado e competente em termos de concepção, a escola teve problemas de barracão. Foram percebidos problemas de acabamento e de ornamentação em várias alegorias. Os figurinos se mostraram irregulares, no que diz respeito à execução e a utilização de materiais. No geral, o conjunto plástico deixou a desejar na parte de execução.
A Não Existe Mais Quente do Mestre Dudu já começou o desfile mostrando a que veio. Logo na primeira passada do samba. Enquanto as duas primeiras escolas iniciaram seus desfiles somente com foco no ritmo, a bateria já iniciou a apresentação com as bossas do samba que se estendia até a bossa do xote no final do samba, que inclusive foi o destaque da exibição. Tudo a ver com o enredo, e foi muito gostosa de ouvir. Com um samba bom, interpretado por Nino do Milênio, porém com uma apresentação morna, o andamento de 138bpm, poderia ser um pouco mais pra frente pra dar uma animada no desfile que, em termos de ritmo, não acendeu “a chama do braseiro” na Sapucaí.
Detalhes dos figurinos dos ritmistas (Foto: Eduardo Hollanda/Rio Carnaval) |
Com um desfile morno e enfrentando problemas visuais e de pista, a Mocidade deve brigar na parte debaixo da classificação final.