Por Redação Carnavalize
Celebrando o próprio centenário, a Portela apostou na emoção ao revisitar a sua história e homenagear ilustres personagens portelenses. A maior campeã do carnaval carioca trouxe o enredo intitulado “O azul que vem do infinito”, desenvolvido pela dupla de carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage, que assinaram o terceiro desfile consecutivo na Águia Altaneira.
Na abertura do cortejo comemorativo, a comissão de frente, comandada pelos coreógrafos Leo Senna e Kelly Siqueira, apresentou os momentos de inspiração de Paulo, Caetano e Rufino à criação da Portela e de seus símbolos, as cores do pavilhão e a Águia. No geral, a performance foi competente e o corpo de baile dançou muito bem no chão. O ponto negativo foi um tripé um pouco “trambolhoso”, que dificultava a visão da apresentação pelo público. Em seguida, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Marlon Lamar e Lucinha Nobre, representou os seus antecessores no quesito. A indumentária dos dois era lindíssima e a coreografia criativa e muito bem executada. Infelizmente, a porta-bandeira acabou perdendo sua peruca no módulo do setor 6 e terminou o cortejo sem a mesma.
A Comissão de Frente foi um ponto positivo do cortejo portelense (Foto: Vítor Melo/Rio Carnaval) |
O desenvolvimento do enredo consistiu basicamente em uma enumeração de desfiles da Portela, com as alas abordando apresentações históricas. A abertura do desfile funcionou bem, trazendo um abre-alas imponente. Contudo, o nível da primeira alegoria não foi acompanhado pelas seguintes. Várias passaram com problemas de acabamento e forração, deixando a desejar quanto à qualidade do esmero e na concepção. Os figurinos eram regulares e não devem comprometer. A aposta foi em um conjunto nostálgico, que explorou principalmente o azul e branco.
Abertura do desfile comemorativo (Foto: Diego Mendes/Rio Carnaval) |
A Tabajara do Samba do Mestre Nilo Sérgio veio no linho e no pano pra homenagear o centenário da Portela. O samba que era um dos menos aclamados da safra, impressionantemente rendeu na avenida e grande parte disso se deve ao canto da escola e ao ritmo da bateria. Com um andamento bem cadenciado, a bateria usou da criatividade para ser mais uma bateria que subiu o Pelô com a bossa do meio de samba com o swing baiano. O naipe de caixas com seu toque característico, no entanto, deixou a desejar com alguns desencontros rítmicos no seu toque. Uma apresentação sem grandes destaques, assim como o desfile da escola.
Abrindo diversos clarões durante o cortejo, a Portela teve uma evolução desastrosa e deve brigar na parte debaixo da classificação.