#Carnaval2023: Salgueiro – Escola apresenta desfile bonito plasticamente, mas peca em enredo e evolução

Por Redação Carnavalize
Penúltima escola a desfilar no primeiro dia do Grupo Especial, o Salgueiro contou com a estreia do carnavalesco Edson Pereira, que assinou o enredo intitulado “Delírios de um paraíso vermelho”. A agremiação apostou em uma homenagem ao inesquecível carnavalesco Joãosinho Trinta, que fez parte da história salgueirense, além de exaltar a liberdade de expressão.
Na abertura do cortejo, a comissão de frente, comandada pelo coreógrafo Patrick Carvalho, trouxe os mortos, reprimidos, julgados e apodrecidos sendo despertados pelo louco/gênio João. A apresentação contou com um tripé excessivamente grande, se mostrou bastante longa e apostou em alguns truques, sem grandes inovações. Apesar disso, conseguiu levantar o público. Em seguida, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Sidclei Santos e Marcella Alves, ostentou uma bela indumentária e se apresentou com perfeição, cumprindo o que se espera do quesito.
Casal foi ponto alto do cortejo salgueirense (Foto: Vítor Melo/Rio Carnaval)
 
O enredo passeou por diversos universos temáticos, mas sem contar com uma amarração mais precisa. A escola apostou no gigantismo e trouxe uma abertura imponente. Apesar de o conjunto alegórico ser bonito e impactante, os carros não se amarraram bem, comprometendo a narrativa. Os figurinos eram requintados, com assinatura de luxo e boa volumetria. Mas faltou a impressão de um conceito no conjunto plástico como um todo. 
Plástica requintada foi destaque do Salgueiro (Foto: Vítor Melo/Rio Carnaval)
O samba-enredo não funcionou e, apesar de cantado pela comunidade, não conseguiu se comunicar com as arquibancadas. O cortejo foi bastante frio. A Bateria Furiosa dos Mestres Guilherme e Gustavo foi mais uma das baterias que passaram pela Sapucaí com um samba inversamente proporcional à qualidade da bateria e tiveram que tirar leite de pedra e investir na criatividade e na complexidade das bossas. Um risco pois poderia dar muito errado. No entanto, foi justamente o contrário. As bossas supercriativas, com todos os instrumentos conversando entre si, utilização de batidas nos contratempos, primeiras, segundas e terceiras marcando firme e um naipe de tamborins e chocalhos que também deram conta do recado. Por conta da correria da escola no final do desfile, a apresentação no último módulo de jurados pode talvez render algum desconto. Uma excelente apresentação da penúltima bateria da noite!
Prejudicada em evolução pelo seu gigantismo e com falha grave no quesito enredo, o Salgueiro deve brigar por uma posição intermediária.

 

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