Por Redação Carnavalize
Por ocasião do centenário da Portela em 2023, a União da Ilha do Governador decidiu homenagear sua madrinha e promover um encontro de águias na Sapucaí. O enredo intitulado “O encontro das Águias no Templo de Momo”, desenvolvido pelo carnavalesco Cahê Rodrigues, resgatou a própria história da agremiação insulana, além de celebrar os 100 anos da madrinha e os laços que envolvem as duas tradicionais escolas.
Na abertura do desfile, a comissão de frente, comandada pelo coreógrafo Márcio Moura, relembrou os antigos carnavais e celebrou a união entre madrinha e afilhada. O ponto alto da apresentação ficou por conta da presença de Tia Surica no tripé juntamente aos escudos da Ilha e da Portela. Apesar de simples, a comissão contagiou o público e gerou o efeito esperado, apelando à nostalgia e à emoção.
Comissão empolgou e emocionou na Sapucaí (Foto: Beatriz Freire) |
Na sequência, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Thiaguinho Mendonça e Amanda Poblete, dançou extremamente bem trajando uma das indumentárias mais bonitas que passaram, nas cores insulanas, com destaque para o bico de águia na cabeça da fantasia. A coreografia foi bem planejada e executada, apostando fundamentalmente no tradicional.
De fácil comunicação, o enredo focado no laço que conecta as duas escolas se traduziu plasticamente em um cortejo colorido. As cores das agremiações celebradas foram bastante exploradas e o trabalho cromático ressaltou o encontro da Ilha com a Portela. O conjunto alegórico se mostrou satisfatório, com boa leitura e bom acabamento. Apesar do excesso de informação contido nas alegorias, não houve prejuízo em termos narrativos e estéticos. Uma parte do abre-alas acabou, infelizmente, se apagando no meio da avenida. As fantasias bastante coloridas apostaram no lúdico e no tipicamente carnavalesco. O conjunto de figurinos intercalou alas com melhores soluções com outras menos interessantes. Vale frisar que uma ala passou sem chapéu e deve sofrer a penalização correspondente.
Detalhes de fantasia da escola (Foto: Vítor Melo) |
O samba-enredo, interpretado por Igor Vianna, por sua característica de ser mais pra cima propiciou um cortejo leve e brincante, como pede uma escola como a Ilha. A bateria do mestre Marcelo Santos apostou em várias bossas, que foram muito bem executadas e favoreceram o canto e a vibração dos integrantes da escola.
Com uma apresentação leve e consistente na maioria dos quesitos, a Ilha deve brigar na parte de cima da classificação.