#Carnaval2023: União de Jacarepaguá – Escola reencontra a Sapucaí em apresentação com diversos problemas de evolução

Por Redação Carnavalize
Campeã da Série Prata em 2022, a União de Jacarepaguá retornou à Sapucaí após oito anos desfilando nos grupos da Intendente e foi a agremiação encarregada de abrir a segunda noite de desfiles da Série Ouro. O enredo escolhido, intitulado “Manoel Congo, Mariana Crioula, Heróis da Liberdade no Vale do Café”, homenageou dois personagens envolvidos na maior rebelião de escravizados no Vale do Paraíba, ocorrida em Paty do Alferes no século XIX. A história dos heróis negros Manoel Congo e Mariana Crioula, líderes do movimento, que foi apagada dos livros de História do Brasil, foi resgatada e contada na Sapucaí, a partir da narrativa desenvolvida pelos carnavalescos Lucas Lopes e Rodrigo Meiners.
 
Na abertura do desfile, a comissão de frente, comandada pelos coreógrafos Márcio Vieira e Fabrício Ligiero, representou a trajetória de vida dos homenageados. A apresentação não contou com um momento de grande expressão, não contagiando muito o público. O tripé da comissão teve dificuldades de sair do primeiro módulo e prejudicou o início da apresentação do primeiro casal. Houve problema em outra cabine, mais adiante, em razão do escorregão de integrante do corpo de baile. 
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Rogério Jr. e Natália Monteiro, se apresentou com garra, com destaque para a vibração da porta-bandeira. Apesar de bem executada, a coreografia deixou a desejar pela falta de variedade de movimentos. As indumentárias, nas cores da escola, eram bonitas, embora a saia da porta-bandeira fosse curta.
Com desenvolvimento simples, mas competente, o enredo passeou pela experiência da diáspora africana. As fantasias apostaram em soluções pouco criativas e na utilização das cores da agremiação. O último setor foi o destaque positivo, em função do uso de adereços de mão e da boa volumetria. O conjunto alegórico contou com três carros bastante simples, mas bem forrados, com acabamento satisfatório. 
Ala de baianas chamou a atenção pela sua extensão (Foto: Thomas Reis)

Abre-alas da escola teve problemas para cruzar a Sapucaí (Foto: Thomas Reis)

A Ritmo União do mestre Marquinhos foi um dos pontos altos do cortejo. Destaque para a bossa da “noite de coroação”, bem executada, em cima da melodia e onde a ala de agogôs, executa um desenho muito bonito. Andamento flutuando entre 137 e 139 bpm deram uma boa cadência pro samba valente que a escola cantou durante a passagem. Por conta do tempo, a bateria não entrou no recuo mas isso não foi necessariamente um problema, visto que não é uma obrigatoriedade ele ser utilizado. Uma boa apresentação frente a tantas dificuldades da escola de Jacarepaguá.

A evolução foi o grande calcanhar de Aquiles da escola. Problemas com o abre-alas, como o desacoplamento do avancê, e com o segundo carro geraram buracos e variações do ritmo do cortejo. Infelizmente, a escola estourou o tempo, finalizando sua apresentação com 56 minutos. 
Com uma apresentação digna, mas problemática, a União de Jacarepaguá deve brigar para permanecer no grupo. 

 

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