Por Redação Carnavalize
Após apresentar um elogiado cortejo no último carnaval, a Unidos da Tijuca apostou na continuidade da parceria com o carnavalesco Jack Vasconcelos, que assinou este ano o enredo intitulado “É onda que vai… É onda que vem… Serei a Baía de Todos os Santos a se mirar no samba da minha terra”. A escola do Borel levou a cultura, o misticismo, a musicalidade e os encantos da Baía de Todos os Santos, na Bahia, para a Marquês de Sapucaí.
Na abertura do desfile, a comissão de frente, comandada pelo coreógrafo Sérgio Lobato, fez referência à Baía de Todos os Santos. Ela trouxe uma embarcação na qual Iemanjá era elevada e alguns truques aconteciam. O acabamento do elemento cênico era simples. Haviam hastes que viravam ondas do mar, na hora do efeito principal. A comissão também usou o efeito de luzes do Sambódromo, sendo inovadora nesse sentido. A performance levantou o público. Na sequência, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Matheus André e Denadir Garcia, estreou dançando junto e apresentou um bom entrosamento para um início de trabalho. Apesar de simples, a indumentária da dupla era bonita.
Detalhes da indumentária da porta-bandeira (Foto: Vítor Melo/Rio Carnaval) |
A abertura da escola explorou os tons de azul (Foto: Vítor Melo/Rio Carnaval) |
O enredo foi bem contado e consistiu em um passeio clássico e geográfico pela Baía de Todos os Santos. A abertura da escola foi bem bonita, trazendo a quentura da região na estética, sendo que o brilho das primeiras alas chamou a atenção. Infelizmente, os setores seguintes mostraram problemas visuais. A partir do terceiro carro, foram percebidos problemas de acabamento e forração. A última alegoria chegou a passar tombada, com a estrutura danificada. Os figurinos foram irregulares e vale mencionar o trabalho de cor que se destacou pelo uso do azul e começa muito bem, mas chega ao último setor deixando bastante a desejar.
O samba-enredo, interpretado pelos competentes Wantuir e Wic Tavares, infelizmente não rendeu tanto. A Pura Cadência do Mestre Casagrande entrou na Sapucaí e começou o desfile ativando o modo turbo! Com um pedal de 158bpm (!), o público acordou e se teletransportou prontamente para a Bahia. Mas logo após a subida da bateria, os ânimos se acalmaram e o andamento ficou em 146 bpm e depois caiu para 143 bpm. Por conta do ritmo acelerado do início, a sustentação rítmica talvez ficou um pouco comprometida. Destaque para os tamborins e chocalhos com lindos desenhos. As bossas eram bem simples e em cima da melodia, com destaque para a executada na parte final do samba, onde tivemos um swing baiano presente,bem legal de se ouvir. Se considerar o histórico da bateria da Tijuca, essa foi uma apresentação boa, porém é uma bateria que poderia ter rendido mais.
Embora tenha se destacado, como de costume, nos quesitos de chão, a Tijuca deve brigar na parte debaixo em razão dos erros e problemas visuais.