#Carnaval2023: Unidos de Padre Miguel – Escola mostra que não deve nada a ninguém e se coloca na briga pelo acesso

Por Redação Carnavalize
Conhecida por seus carnavais competitivos na Série Ouro, a Unidos de Padre Miguel apostou, em 2023, em um Nordeste árabe para tentar conquistar a sonhada vaga no Especial. A dupla de carnavalescos Edson Pereira e Wagner Gonçalves assinou o enredo “Baião de mouros”, que buscou apontar elementos que mostram a influência da cultura árabe no Nordeste brasileiro.
Na abertura do cortejo, a impactante cabeça da escola já mostrou a que veio a UPM, uma agremiação competitiva e estruturada. O dourado da entrada contribuiu para a sensação de opulência. A comissão de frente, comandada pelo coreógrafo David Lima, trouxe o intercâmbio cultural entre o Nordeste e as “Arábias”. A indumentária dos integrantes era impecável, nas cores dourada e vermelha. Contudo, na altura do primeiro módulo de julgamento, houve a queda de uma flauta de um dos dançarinos. Erro pontual que não anula o fato de se tratar da melhor comissão da noite, até então.
Na sequência, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Vinicius Antunes e Jéssica Ferreira, representou a descoberta da América pelos turcos. Os trajes da dupla eram de nível de grupo especial. A dança comprovou um trabalho coeso e a sintonia do casal, que misturou os fundamentos do quesito com dança turca, sem deixar de lado o que se espera de uma coreografia de casal.
O desenvolvimento do enredo consistiu em um passeio temático entre as culturas em diálogo, mas sem uma investigação mais profunda dessa relação. O conjunto alegórico apostou na imponência, no luxo, revelando uma escola que investiu bastante na plástica. Outro destaque das alegorias foi o uso das formas e distribuição das composições e destaques, valorizando a volumetria. Por sua vez, as fantasias ostentaram materiais de qualidade, apostando em babados, bordados, sobreposição de tecidos e materiais. O ponto negativo ficou por conta da cromática, que não se desenvolveu tão bem entre os setores e deu uma sensação de monotonia. As indumentárias eram bonitos individualmente, mas deixaram a desejar na fotografia em conjunto.
Boi vermelho da UPM (Foto: Thomas Reis)
O samba-enredo interpretado por Bruno Ribas foi abraçado pela comunidade e cantado com vigor. A bateria do mestre Dinho se provou de extrema competência, ao garantir um desfile animado, em que o samba funcionou e foi valorizado pelas bossas realizadas ao longo do cortejo. 
Detalhe da fantasia dos ritmistas (Foto: Lucas Monteiro)

Exceto por uma “corridinha” no final para cumprir o tempo, a evolução não foi um problema para a escola, que passou correta, compacta e quicando. 
Contando com quesitos muito fortes, a UPM se colocou na briga pelo acesso.

 

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