Por Redação Carnavalize
Mudando o tom em relação aos seus últimos carnavais, a Acadêmicos de Vigário Geral apostou em um enredo lúdico na Série Ouro de 2023. A agremiação se inspirou no famoso filme “A Fantástica Fábrica de Chocolate” para construir “A Fantástica Fábrica da Alegria”, enredo assinado pelos carnavalescos Marcus do Val, Alexandre Costa e Lino Sales, que buscaram conduzir o público em uma viagem de volta à infância e ao mundo dos brinquedos e brincadeiras.
Na abertura do cortejo, a comissão de frente, comandada por Handerson Big, fez referência ao filme que deu origem ao enredo. A performance do corpo de baile incorporou brincadeiras de criança e trouxe uma ambientação infantil. Brinquedos foram retirados de latões de lixo que exibiam mensagens positivas. Em suma, uma apresentação simples, mas competente e coerente com a proposta.
Na sequência, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Diego Jenkins e Thainá Teixeira, representou a fonte da alegria. Os dois trajaram uma indumentária clássica, nas cores da escola. O escudo da Vigário foi carregado pela porta-bandeira em sua saia. O casal mostrou sintonia e segurança, apresentando uma coreografia bem executada. Tecnicamente sem defeitos.
Primeiro casal nas cores da agremiação (Foto: Thomas Reis) |
De fácil comunicação com o público, o enredo acabou se resumindo, contudo, a uma enumeração de elementos do universo infantil. O desenvolvimento ficou carente de melhor amarração. O conjunto plástico se mostrou irregular. Os carros eram bastante simples, apenas com forração, em formato de “caixotes”. Com relação às fantasias, a aposta foi no colorido e na simplicidade, mas foram percebidas deficiências quanto ao acabamento e à leitura.
O Mestre Luygui e seus ritmistas simplesmente tiraram leite de pedra de um samba considerado abaixo da média e apresentaram um trabalho digno de todos os elogios. A começar pelo andamento de um relógio suíço. Sustentando 142bpm durante todo o desfile. Bossas muito bem executadas, e com destaque para os surdos de terceira, que estavam desenhando a melodia do samba e sem comprometer o andamento da bateria. Caixas e repiques também merecem elogios, fizeram toda a sustentação rítmica que a bateria precisava para que o ritmo não caísse. A bossa que começa na parte final da segunda do samba e vai até o refrão da cabeça, onde uma paradinha jogou pra escola cantar, e os integrantes não decepcionaram. Para além disso, várias “brincadeiras” entre os surdos de primeira e segunda. Simplesmente uma excelente apresentação da Bateria Swing Puro da Vigário Geral.
A bateria da Vigário vestida de Chapolin (Foto: Thomas Reis) |
Evolução foi um quesito em que a escola não enfrentou problemas relevantes. O mesmo vale para a harmonia, que, apesar de não ser das melhores, não comprometeu.
Com uma apresentação limitada, sobretudo no que diz respeito aos quesitos plásticos, a Vigário Geral deve disputar na parte de baixo da tabela.