Por Redação Carnavalize
Apostando no retorno do carnavalesco Paulo Barros, a Unidos de Vila Isabel decidiu levar as festas à Marquês de Sapucaí. Terceira escola a desfilar na segunda noite, a azul e branco preparou o enredo intitulado “Nessa festa, eu levo fé!”, que passeou por diversas celebrações, especialmente as de caráter religioso, que mobilizam o povo. O objetivo da agremiação foi apresentar uma temática com apelo popular e fazer de seu cortejo uma grande e animada festa.
Na abertura do desfile, a comissão de frente, comandada pelos coreógrafos Alex Neoral e Márcio Jahú, trouxe uma representação do deus Baco, que se transformava em Momo. Apostando na fórmula dos truques, a apresentação teve uma execução correta e cumpriu o seu papel. Como outras escolas, a Vila também decidiu trazer um imenso tripé, que parecia uma alegoria e se mostrou dispensável. Em seguida, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Marcinho Siqueira e Cristiane Caldas, trocou de roupa na avenida, com intervenção dos guardiões. Apesar de excelente na coreografia, o casal foi ofuscado pela cena à qual foi submetido. O pavilhão ficou de lado diante do show almejado pela proposta do carnavalesco.
Detalhes da comissão da escola (Foto: Vítor Melo) |
O desenvolvimento do enredo consistiu em um passeio apenas temático pelas festas de fé, se tornando genérico. Apesar disso, o visual da escola se mostrou muito competente. O conjunto alegórico trouxe efeitos bem colocados, além de ser bastante coeso. As alegorias passaram bem decoradas e eram volumosas. Os figurinos apresentaram um excelente trabalho de cor e volumetria. Foi um trabalho bastante preciso e inspirado de Paulo Barros, o que não era visto há alguns anos.
O samba-enredo interpretado por Tinga rendeu e foi abraçado pela comunidade. A Swingueira de Noel do Mestre Macaco Branco simplesmente passou impecável e armou um arraiá no meio da Marquês de Sapucaí. Com um andamento um pouco mais pra frente do que o habitual, pra poder dar um levante no samba, que também não era um dos mais aclamados da safra, o resultado foi duplamente perfeito. O samba animou e a bateria sustentou a sua cadência até o final. Destaques para o naipe de caixas e repiques que deram a base pra todos os outros naipes realizarem seu trabalho. Chocalhos e tamborins, perfeitamente desenhados. A bossa do Galope fez todo mundo pular fogueira e a escola terminar sua apresentação de maneira perfeita!
Bateria foi um dos destaques do cortejo da Vila (Foto: Vítor Melo) |
Com um canto forte e uma evolução sem perrengues, a Vila Isabel se credenciou para brigar pelas primeiras colocações.