Por Beatriz Freire
O carnaval de São Paulo, inegavelmente, é um dos que mais cresce e ganha espaço no Brasil. Apesar disso, é impossível ignorar a relevância que a festa momesca tem em terras cariocas. Para ilustrar tamanho crescimento da folia e a união entre os carnavais, Felipe de Souza, Beatriz Freire e Jéssica Barbosa se reuniram para detalhar samba e enredo das 27 escolas que passarão pelo Anhembi e pela Marquês de Sapucaí em 2018. Os textos estarão disponíveis às segundas, quartas e sextas, seguindo o resultado do último carnaval.
“Monstro é aquele que não sabe amar. Os filhos abandonados da pátria que os pariu”
Beija-Flor de Nilópolis
“Ó, Pátria Amada, por onde andarás?
Seus filhos já não aguentam mais
Você que não soube cuidar, você que negou o amor
Vem aprender na Beija-Flor”
“Ó, Pátria Amada, por onde andarás?
Seus filhos já não aguentam mais
Você que não soube cuidar, você que negou o amor
Vem aprender na Beija-Flor”
Depois da viagem ao Ceará para contar a história de Iracema, a tribo Beija-Flor embarca numa crítica social com o enredo “Monstro é aquele que não sabe amar: os filhos abandonados da Pátria que os pariu”, ideia de Marcelo Misailidis, que hoje comanda a Comissão de Frente da escola. O enredo faz um link com os 200 anos do livro Frankenstein, de autoria da britânica Mary Shelley. O carnaval de 2017, com as ideias de grupos cênicos e ausência de um padrão de fantasias e alas, beliscou um morno 6º lugar, que mesmo assim valeu pela inovação, ainda que sem completo êxito.
De página virada, a maravilhosa e soberana de Nilópolis conta com a volta de Cid Carvalho, mais um protagonista do vai-e-vem que ocorreu no pós-carnaval. A grande expectativa ficará, mais uma vez, pela dúvida de como será a estética do desfile e se podemos ousar pensar em uma aproximação que pelo menos tangencie o conceito de Ratos e Urubus, magnífico carnaval de 1989, assinado por Joãosinho Trinta.
O samba:
A disputa nilopolitana sempre conta com nomes de peso e dificilmente não rende um bom samba, sempre pronto para a voz incomparável de Neguinho da Beija-Flor (o que fica explícito por Laíla como condição de escolha desde o início da disputa) e para a comunidade, que abraça e berra os hinos que vão para a Avenida. A parceria de Claudio Russo mobilizou uma grande torcida mas acabou eliminado antes da final, que consagrou a parceria de Di Menor e seus companheiros como a grande campeã. A gravação do CD beneficiou bastante o samba, que é denso e tem uma mensagem forte, sendo uma das melhores gravações e emocionando a muitos.
A Beija-Flor encerra o carnaval, sendo a 6ª escola a desfilar na segunda-feira.