CARNAVANÁLISE #17: União da Ilha em busca do tempero perfeito

Por Beatriz Freire
O carnaval de São Paulo, inegavelmente, é um dos que mais cresce e ganha espaço no Brasil. Apesar disso, é impossível ignorar a relevância que a festa momesca tem em terras cariocas. Para ilustrar tamanho crescimento da folia e a união entre os carnavais, Felipe de Souza, Beatriz Freire e Jéssica Barbosa se reuniram para detalhar samba e enredo das 27 escolas que passarão pelo Anhembi e pela Marquês de Sapucaí em 2018. Os textos estarão disponíveis às segundas, quartas e sextas, seguindo o resultado do último carnaval.

“Brasil Bom de Boca”
União da Ilha do Governador
“Vem provar o sabor desse meu carnaval,
eu sou a Ilha, sou o prato principal.
Vou deixar água na boca, 
provocar uma vontade louca”
A União da Ilha, depois do 8º lugar gerado por um desfile bonito e com muitos problemas de evolução, volta com a vontade de vencer em 2018. O enredo a ser desenvolvido pelo carnavalesco Severo Luzardo é intitulado “Brasil Bom de Boca”, que contará a história da culinária brasileira. Conhecido por suas habilidades de reaproveitamento, Severo caminha para o seu segundo carnaval pela escola insulana e promete a irreverência e leveza que têm a cara da agremiação, revelando, também, os saberes e sabores únicos do Brasil, como a amada caipirinha. A dança das cadeiras não afetou a União da Ilha, que manteve quase toda a equipe, exceto pela chegada de Márcio Moura, novo coreógrafo da Comissão de Frente, após a despedida de Carlinhos de Jesus. O cargo de rainha de bateria também vagou, já que Bruna Bruno havia anunciado sua despedida da agremiação, e Gracyanne Barbosa, que já passou por outras escolas no Rio e em São Paulo, assumiu a coroa. 

O samba:


A disputa insulana não foi muito previsível e nem tudo parecia dominado por alguma composição até a final. O resultado consagrou a parceria de Ginho, que é cria da Ilha do Governador e ganhou uma disputa na escola pela segunda vez. Ito, a marcante voz dessa escola que está nos corações dos sambistas, conduziu muito bem a faixa na gravação do CD, bem como Ciça, mas, mesmo assim, a faixa ainda se coloca como uma das mais fracas do ano. A certeza fica pela empolgação da comunidade, que já está cantando bastante o samba, que apesar de um conjunto médio, tem versos pra cima e inteligentes. 
Será que a fome e a vontade de vencer da União da Ilha conseguirão, finalmente, beliscar uma volta ao sábado? Só o tempero do desfile poderá nos dizer. 
A Ilha será a terceira escola a desfilar na segunda-feira de carnaval

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