CARNAVANÁLISE #2: Padre Miguel viaja para a Índia em busca do bicampeonato

Por Beatriz Freire

O carnaval de São Paulo é um dos que mais cresce e ganha espaço no Brasil, é inegável, além disso, não podemos esquecer da festa momesca nas terras cariocas. Para ilustrar tamanho crescimento da festa e a união entre os carnavais, Felipe de Souza, Beatriz Freire e Jéssica Barbosa se reuniram para explanar sobre samba e enredo das 27 escolas que passarão pelo Anhembi e pela Marquês de Sapucaí. Os textos estarão disponíveis às segundas, quartas e sextas, seguindo o resultado do carnaval 2017.
Abrindo os trabalhos do festejo carioca, hoje falaremos sobre uma das campeoníssimas, a Mocidade Independente de Padre Miguel. A escolha foi feita por conta da ordem do CD, mas calma, querido portelense, sua hora tá chegando! 
“Namastê – A estrela que brilha em mim saúda a que existe em você”
Mocidade Independente de Padre Miguel
“Bendita seja a Santíssima Trindade,
em Nova Déli ou no céu Tupiniquim.
Ronca na pele do tambor da eternidade
o amor da Mocidade sem início, meio e fim.”
Depois de 21 anos sem um título, Padre Miguel está em festa pelo campeonato de 2017, dividido com a Portela. Em 2018, a escola manterá praticamente todo seu time campeão, encabeçado pelo carnavalesco Alexandre Louzada, e reforçado pelo mestre-sala Marcinho, novo par da porta-bandeira Cris Caldas. O enredo é novamente um CEP e o destino será a Índia que encontra o Brasil, desenvolvido pelo próprio carnavalesco e escrito por Fábio Fabato, jornalista e membro do “Autofagia Independente”.
Com a interdição dos barracões na Cidade do Samba, a Mocidade, assim como as demais agremiações, terá de trabalhar eficientemente para driblar o tempo perdido e o prazo apertado até o início de fevereiro, mas a escola está acostumada com um calendário mais tardio, como já vinha fazendo nos demais anos. Podemos esperar uma solução estética interessante, uma comunidade aguerrida em busca do bi e belas fantasias que foram previamente reveladas nos protótipos.
O samba:
Campeões pelo segundo ano seguido, Altay Veloso, Paulo César Feital e sua turma ofereceram à Estrela Guia de Padre Miguel um dos sambas mais bonitos do ano e da história da agremiação, sem rimas óbvias e com termos muito bem trabalhados e selecionados. A sinopse de Fabato rendeu bons frutos em uma disputa bem equilibrada, com direito a final de alto nível, com três belas obras. A comunidade, no entanto, já havia abraçando a parceria que era atual campeã à época e, com a consolidação da vitória, o samba da verde-e-branca já nasceu aclamado pelo mundo do samba. 
O microfone está sob o comando de Wander Pires, que protagonizou a introdução de quase 1:30 minutos da gravação oficial do CD, o que gerou diversas opiniões acerca da demora para o samba começar, mas este assunto é uma discussão paralela. De forma geral, é uma faixa à altura da beleza de sua letra e melodia, numa ótima condução e opção por uma bateria mais reta que a proposta apresentada pela versão concorrente. As bossas da Não Existe Mais Quente, por enquanto, ainda são segredos guardados para o grande dia do desfile. 
A Mocidade será a sétima e última escola a pisar na Sapucaí no domingo de carnaval, em busca do seu 7º título. 

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