Por Beatriz Freire
O carnaval de São Paulo é um dos que mais cresce e ganha espaço no Brasil, é inegável, além disso, não podemos esquecer da festa momesca nas terras cariocas. Para ilustrar tamanho crescimento da festa e a união entre os carnavais, Felipe de Souza, Beatriz Freire e Jéssica Barbosa se reuniram para explanar sobre samba e enredo das 27 escolas que passarão pelo Anhembi e pela Marquês de Sapucaí. Os textos estarão disponíveis às segundas, quartas e sextas, seguindo o resultado do carnaval 2017.
Hoje é dia de falar da maior campeã do festejo, a Portela. A escola, após longo jejum, saiu da fila junto com a Mocidade Independente de busca alçar voos ainda maiores em 2018, com reforços de luxo. Vem com a gente!
“De repente de lá pra cá e dirrepente de cá pra lá”
Portela
“Lá vem Portela, é melhor se segurar.
Coração aberto, quem quiser pode chegar,
Vem irmanar a vida inteira
na campeã das campeãs em Madureira
“Lá vem Portela, é melhor se segurar.
Coração aberto, quem quiser pode chegar,
Vem irmanar a vida inteira
na campeã das campeãs em Madureira
A grande surpresa da Majestade do Samba foi, sem dúvida alguma, a contratação da carnavalesca Rosa Magalhães, que veio de uma passagem pela São Clemente para ocupar a vaga deixada por Paulo Barros nas terras de Oswaldo Cruz e Madureira. O casal Lucinha Nobre e Marlon Lamar é o novo defensor do primeiro pavilhão da escola. Lucinha já havia passado pela escola entre os carnavais de 2010 e 2012, e Marlon faz sua estreia no Grupo Especial do Rio de Janeiro após a passagem com a atual companheira pela Porto da Pedra, na Série A, em 2017.
Na expectativa de alçar voos maiores junto a águia altaneira, a Professora levará à Avenida a história dos imigrantes judeus que ocuparam o Recife holandês no século XVII e que, posteriormente, foram responsáveis pela fundação de Nova Iorque. Do jeito que Rosa sabe e gosta de fazer, o enredo promete seguir a linha histórica que dialoga diretamente com questões muito atuais; no caso, a crise dos refugiados. A Portela contará, inclusive, com a presença de Mohamed Ali Kenawy em seu desfile, refugiado sírio que foi vítima de ataques de xenofobia nas ruas de Copacabana no início do mês de agosto.
O samba:
A disputa de samba na Portela também teve um nível equilibrado, apesar da forte mobilização da torcida desde o princípio. A ideia do presidente Luis Carlos Magalhães foi de evitar qualquer tipo de “samba de escritório” que pudesse abrir vantagem em relação aos outros, uma forma de tentar fazer com que qualquer concorrente tivesse plenas condições de chegar à final e levantar o caneco. No fim das contas, a parceria encabeçada por Samir Trindade foi a grande campeã numa apresentação que avassalou a torcida da azul e branca.
Mais uma vez, Gilsinho é a voz da Portela para o carnaval que está por vir. A gravação do CD foi bem executada, numa primeira passada mais reta da Tabajara do Samba e a segunda com o balanceio dos ritmos nordestinos nas bossas. O ponto alto também se deve ao hino da escola, cantado pelo coro no início da faixa.
A Portela será a segunda escola da segunda-feira a pisar na Marquês de Sapucaí, em busca de sua vigésima terceira estrela.