Por Felipe Tinoco
É indiscutível o cenário instável que se encontra o quesito comissão de frente. No Grupo Especial do Rio de Janeiro, para os desfiles que se aproximam, das 14 escolas de samba que desfilarão no domingo e na segunda-feira, apenas duas agremiações continuarão com seus profissionais do carnaval passado. Em outros setores das instituições, como bateria, carro de som, casal de mestre-sala e porta-bandeira e carnavalesco, há uma rotatividade muito menor para o ano que se inicia.
A volatilidade no quesito, no entanto, não é restrita ao intervalo de 2018 até 2019; há uma mudança constante de profissionais entre as escolas e uma dificuldade acima da média dos demais quesitos de se conseguir a nota 30 pelo corpo de júri – quem dirá a nota 40, sem descarte. Em 2018, apenas a Mocidade Independente fechou os 40 pontos, enquanto em 2017, em 2014 e em 2013, nenhuma agremiação alçou tal feito. Nos últimos sete carnavais, apenas sete trabalhos conseguiram as almejadas quatro notas 10. Ou seja, aproximadamente 8% das comissões de frente apresentadas no grupo de 2012 até 2018 foram classificadas com o maior grau de excelência possível. A tabela abaixo indica quais agremiações, destacadas em laranja, atingiram essa proeza.
Diante desse cenário tão curioso quanto incerto, surge a pergunta: o que aconteceu com o quesito comissão de frente? Ao tentar respondê-la, aprofundaremos as questões que envolvem esse setor das escolas de samba.
As revoluções no quesito
Ainda longe da Era Sambódromo, iniciada em 1984, a Portela inovou em levar para os desfiles do carnaval figuras da escola com fraques e cartolas brindando o público ao início de sua apresentação. Foi na Imperatriz Leopoldinense, porém, em sua mais áurea fase, que o rumo das comissões de frente foi modificado e a perspectiva artística sobre o quesito se expandiu como nunca observado. Capitaneados pelo encontro de sucesso entre a carnavalesca Rosa Magalhães e o coreógrafo Fábio de Mello, a indumentária e os movimentos do grupo à frente da agremiação ampliaram o tom cenográfico para a abertura dos desfiles e transformaram a forma como o quesito era tratado e observado.
A Imperatriz possuía, até 1991, um grupo acostumado a desfilar na frente da escola, mas Rosa teve a ideia de contratar alguém para coordenar os passos da apresentação para o ano seguinte. Com a resposta negativa do grupo, que se demitiu, o instrutor foi chamado e, em pouco tempo de preparo, mudou a estrutura de apresentação de abertura da Imperatriz, conquistando todas as notas 10 daquele carnaval. Ao longo da década de 90, os figurinos da professora, geralmente marcados com os tons de verde, branco e/ou dourado, conglomeravam-se com a simetria, beleza e originalidade da coreografia de Fábio. As máscaras do sassarico do freguês de 1993, os leques inspirados em Catarina de Médici de 1994, as sombrinhas do jegue nordestino de 1995, as capas de teclado em 1997… Os diversos ícones fizeram com que a plástica nas comissões de frente fosse potencializada a outro patamar.
Então, dirigentes e profissionais do carnaval passaram a enxergar a necessidade de investimento em comissão de frente e de valorizar sua apresentação para estar em pé de igualdade com as agremiações que apresentavam a vanguarda do quesito. Os Frankensteins da Mocidade Independente (Claudia Ribeiro, 1996), os dançantes malandros mangueirenses (Carlinhos de Jesus, 1998) e um trabalho de caracterização emocionante e inesquecível do século de samba da Mangueira (Carlinhos de Jesus, 1999) foram destaques desse período, enquanto Fábio de Mello continuava a fazer belíssimas comissões na Imperatriz.
Com o avançar da década de 2000 e da profissionalização do quesito, diversos outros coreógrafos surgiram e se destacaram, e os tripés começaram a dar as caras de forma cada vez mais imponente. Nomes como Carlinhos de Jesus, Ghislaine Cavalcanti e Marcelo Misailidis fizeram trabalhos muito marcantes e as discussões sobre o excesso de espetacularização e glamourização ao quesito já existiam. Não se esperava o que estava por vir, porém, no início da década seguinte.
Paulo Barros, em 2010, já possuía uma história de intervenção de sucesso nas comissões de frente dos carnavais que assinava, com sugestões, recomendações e um alinhamento do que se apresentava na cabeça da escola com sua proposta de carnaval. Mas foi a partir da comissão de frente do festejado “É Segredo!”, talvez a mais famosa da história do carnaval, que o efeito gerado por uma abertura imponente dos desfiles ficou cristalino. Com o público delirando ao ver a mágica da troca de roupas, a Unidos da Tijuca garantiu seu segundo título – o primeiro na Sapucaí – com um desfile repleto de excelentes momentos visuais e um chão impecável.
A comissão de frente não só foi inovadora pelo seu efeito como também pela nova interpretação que deu ao regulamento da Liesa. Paulo considerou que o máximo de 15 componentes na comissão eram 15 componentes aparentes, a cada vez que apareciam. O elenco de bailarinos contava com praticamente o dobro desse número, para que fosse possível realizar a troca de roupas ao longo da passarela. Essa ressignificação das regras foi tomada por outras escolas e profissionais, que começaram a esconder seus componentes dentro dos tripés. Eles, por conseguinte, viraram cabines de troca de elenco e de troca de roupa, guichês de preparação, essencialmente coxias. Por vezes, vimos “tripés” (verdadeiramente elementos cenográficos com proporções de carros alegóricos) com tamanhos exuberantes, que não só escondiam o mestre-sala e porta-bandeira, geralmente atrás das comissões, como também eram confundidos com o carro abre-alas. São exemplos desse exagero desproporcional as apresentações vistas na Inocentes de Belford Roxo em 2013, Unidos da Tijuca em 2014, Grande Rio em 2014, Beija-Flor 2014 e Portela em 2016 e 2017.
Além disso, houve um investimento forte para proporcionar os efeitos de “boom” que se deseja nas comissões de frente, com a contratação de serviços de ilusionismo e de tecnologias avançadas para que isso fosse possível. Hoje, entretanto, o quesito se encontra na transição da fase do exuberante-mágico-delirante, surgida em 2010, para outra que não se sabe qual é – e por isso estar nesse caminho requer cuidado. Há nitidamente um freio nos investimentos e nos acontecimentos megalomaníacos nas comissões na maioria das agremiações, mas as cobranças do júri, da mídia, de alguns torcedores e o posicionamento de alguns artistas e dirigentes ainda caminham para a continuidade da inflamação do quesito.
Comissão da Grande Rio de 2015, responsabilizada a Priscilla Mota e Rodrigo Negri. Foto: Roberto Filho/Getty Images. |
Ainda na histórica comissão da Tijuca de 2010, o impacto sugerido por Paulo Barros não seria possível sem a precisão e a originalidade coreográfica alcançada pelos profissionais contemporâneos de maior sucesso de público e de júri no quesito: Priscilla Mota e Rodrigo Negri. No período de 2010 até 2014, em parceria com o carnavalesco, fizeram outros trabalhos que deram continuidade à troca de roupas, como as cabeças que rolavam no medo de cinema, a mola da sanfona de Gonzagão, os poderes de Thor ao exaltar a Alemanha e os truques da corrida de Ayrton Senna. O casamento de sucesso terminou com a saída de ambos da Unidos da Tijuca após o título de 2014, em que o carnavalesco se direcionou para a Mocidade e o casal, para Grande Rio. Paulo até hoje não conseguiu repetir o sucesso de suas comissões sem Priscilla e Rodrigo. O casal, por sua vez, continuou conquistando o público e os jurados na tricolor caxiense, e alcançando o feito de conseguir ao menos as três notas 10 necessárias para gabaritar o quesito durante o período de 2010 até 2017, um marco incrível de 8 carnavais consecutivos. Em 2018, no entanto, os primeiros solistas do Theatro Municipal, ao receberem um 9,9 e um 9,8 (descartado), deixaram escorrer seu primeiro décimo desses anos, ainda que tenham animado a arquibancada com um de seus trabalhos mais originais em homenagem ao Chacrinha.
Os profissionais
Além de Priscilla e Rodrigo, agora na Estação Primeira de Mangueira, o intercâmbio entre carnaval e o Theatro Municipal – que, em primeiro momento, é relacionado a Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues, carnavalescos fundamentais para a história das escolas de samba e da arte brasileira – é visto entre diversos outros nomes que fizeram e fazem comissões de frente. Claudia Motta, Hélio Bejani, Marcelo Misailidis, Renato Vieira e Ana Maria Botafogo são artistas associados ao carnaval e que deixaram sua marca no Municipal. Carlinhos de Jesus, Deborah Colker, Jaime Arôxa e outros nomes reconhecidos da dança brasileira e mundial também passaram e passam pelas agremiações.
Desses, juntos de Priscilla e Rodrigo, Bejani e Misailidis são os coreógrafos mais festejados nos últimos anos. Já com uma bagagem forte no carnaval, ambos conseguiram alçar o impacto desejado por suas apresentações, alinhados a um forte trabalho corporal. Juntam-se aos dois e ao casal segredo os mais jovens Alex Neoral e Patrick Carvalho, e o também casal Jorge Teixeira e Saulo Finelon. Somente os quatro coreógrafos e os dois casais de coreógrafos, cada um a seu estilo, na soma oficial dos últimos sete anos, conseguiram não perder nenhum décimo em pelo menos um de seus trabalhos. Desde quando o modelo de quatro julgadores por quesito com descarte da menor nota foi implementado, no período de 2012 até 2018, nenhum outro profissional que assinou a cabeça das escolas conseguiu sair da avenida arrancando ao menos três notas 10.
Comissão da Paraíso do Tuiuti, responsabilizada a Patrick Carvalho. Foto: Leo Correa/AP |
Além disso, entre os coreógrafos citados, houve oscilações nesse período, com apresentações não tão bem consideradas e com notas não tão boas entre eles. Há, no entanto, a esperança para que no carnaval de 2019 surjam nomes que tentem desbancar essa barreira, assim como Patrick Carvalho despontou para o júri e ganhou notoriedade ao público com a fenomenal comissão de frente do Paraíso do Tuiuti em 2018. A Unidos da Tijuca aposta em uma novidade que vem se destacando na Série A, Jardel Lemos, estreante no Grupo Especial. Assim como ele, será a primeira vez na elite para Leandro Azevedo (União da Ilha), Fábio Batista (Imperatriz Leopoldinense) e Filipe Moreira e Élida Brum (Paraíso do Tuiuti). É, sem dúvidas, o ano com mais novatos desde bons carnavais. Claudia Motta, responsável pelas duas últimas belas comissões de frente da Imperatriz, é outro nome em ascensão e com expectativa de quebrar essa barreira, agora no Império Serrano. Completam o time para 2019 Sérgio Lobato, que fez São Clemente e Portela nos últimos anos e agora assume o Salgueiro após a saída de Hélio Bejani; o experiente coreógrafo Carlinhos de Jesus, que retorna ao carnaval pela Portela, e Junior Scapin, com passagens recentes pela Mangueira e pelo Império, que terá o desafio de abrir o desfile da São Clemente.
A identidade
Dentre as equipes citadas, apenas Misailidis e Jorge e Saulo continuam em suas escolas de 2018, respectivamente Beija-Flor e Mocidade. Questões políticas, viradas de mesa, ascensões e quedas proporcionaram uma dança das cadeiras tão intensa. No entanto, é comum se ver uma variação grande no quesito entre as escolas.
Com a profissionalização, inflação e glamourização do quesito, os coreógrafos deixaram de ser apenas coreógrafos e ganharam o título de “responsável(eis) pela comissão de frente”. A qualificação é coerente, já que esses profissionais e o quesito não dependem mais apenas dos movimentos de seus bailarinos. O figurino e toda indumentária, os “tripés”, as ilusões, os efeitos, a marcenaria, a mecânica, os ensaios, os imprevistos… tudo deve ser levado em consideração, programado, projetado.
Essa expansão do quesito já apontada provoca a rotatividade grande entre os responsáveis pela comissão de frente, pois é causa da dificuldade em se criar vínculos entre eles e os pavilhões. Dificilmente um nome de comissão de frente é relacionado a alguma agremiação, enquanto em outros quesitos ainda há uma resistência maior dessa relação. Associa-se sem esforço alguns cantores, mestres de bateria e mestres-salas e porta-bandeiras, por exemplo, a determinadas escolas. Por consequência, há uma ausência de identidade fomentada no quesito por essa instabilidade, ainda que os coreógrafos preservem sua forma de trabalhar e sua estilística de apresentações – que não mais são vinculadas às escolas.
O júri e a crítica
A instabilidade e essa ausência de vínculos, entretanto, também estão diretamente relacionadas com a maneira com que o júri se porta diante dos trabalhos apresentados, assim como a glamourização talvez excessiva do quesito também é oriunda, dentre outras causas, da perspectiva dos julgadores e dos resultados da avenida dados em nota.
Em primeiro lugar, as comissões se apresentam em um espetáculo a céu aberto e em tempo real, muitas vezes sem condições de ensaios e de preparação ideais, além de baixos recursos financeiros. Isso tudo torna as apresentações recheadas de riscos e possibilidades de equívocos – que dificilmente deixam de ser considerados pelo júri. O papel picado que não é lançado, a luz que não funciona, o efeito negligenciado pela tecnologia, o tripé que não anda, o bailarino que escorregou na pista… Há uma série de chances de erros para que o julgamento, gerador de culpabilidade excessiva e exageradamente fiscalizador, não se omita em “canetar”.
O júri, além disso, cobra excessivamente o efeito de impacto que a criação da comissão tem que levar em conta, enquanto a simplicidade não é levada em consideração. Não basta apresentar a agremiação e parte de seu enredo se o júri não se sentir impactado – ou não sentir que os espectadores lá presentes foram. Esse argumento, no entanto, é abarrotado de abstração e de ausência de critérios. Em um julgamento de arte, é possível alinhar a objetividade e a subjetividade na percepção sobre os trabalhos vistos no início de cada desfile. O júri, no entanto, prende-se imensamente a pessoalidades e uma metodologia não bem definida para descontar pontos das agremiações.
No Manual do Julgador, há uma subdivisão do quesito entre concepção e realização. No primeiro item, é indicado que se leve em consideração “a concepção da comissão de frente e sua capacidade de impactar positivamente o público” e “a indumentária”. Ou seja, na concepção o avaliador deve observar as qualidades da coreografia idealizada e dos trajes da apresentação. No segundo item, é indicado que se leve em consideração “o cumprimento da função de saudar o público e apresentar a Escola” e “a coordenação, o sincronismo e a criatividade de sua exibição, podendo evoluir da maneira que desejar”. Ou seja, na realização o avaliador deve observar se os passos e movimentos da comissão foram bem executados e se eles cumpriram o básico: iniciar a apresentação da agremiação à plateia.
Note que frases como “podendo evoluir da maneira que desejar” e “capacidade de impactar positivamente” geram controvérsias em uma simples tentativa de compreensão das regras direcionadas aos julgadores. É notável que se dê um grau de liberdade a eles, mas será possível realizar apresentações à altura do esperado com recomendações tão genéricas e frágeis? Os julgadores podem se basear – ou não – sob diversas justificativas, que se tornam válidas e até mesmo coerentes diante de tal cenário.
Embora poucas notas 10 corram por aí, o júri se mantém estável. Paulo César Morato é o mais experiente julgador ainda em atuação no quesito e é conhecido por justificativas com expressões complexas e um alto rigor artístico. O carnavalesco Paulo Barros já criticou os escritos do julgador, quando ele usou as palavras “orgânico” e “híbrido” ao fazer sua apreciação à comissão da Portela de 2017. Acompanham Morato há quatro carnavais Marcus Nery Magalhães e João Wlamir, que retornou para a avaliação de comissões de frente em 2015 após um período afastado.
Vale ressaltar, também, que a crítica especializada do carnaval frequentemente entra em conflito com suas escolhas de “melhor comissão de frente” do ano, e também com as próprias notas do júri. O recente projeto de Patrick Carvalho em Tuiuti é uma magnífica exceção. Dificilmente o Estandarte de Ouro, por exemplo, premia trabalhos que conquistaram fortemente o júri, já que seus membros, assim como ocorre em outras premiações, possuem diferente perspectiva e diferente filosofia acerca do quesito.
E agora, José, o que esperar?
O cenário instável apresentado não deve ser motivo de negatividade diante do quesito. Em um ideal de carnaval que preze a essência das agremiações, as suas capacidades em contar e exaltar histórias e personagens relevantes e em se portar como instituições de resistência, capazes de promover a liberdade da vida, as comissões devem servir a tal propósito, independentemente de ilusionismos ou não. Os grandes efeitos precisam estar alinhados com a realidade das agremiações, com a proposta das escolas e com a valorização dos valores essenciais das escolas de… samba!
Nesse sentido, é possível que as comissões continuem arrebatando corações e compartilhem a atenção do público com o recado das agremiações e o canto das comunidades – como foi que aconteceu com o último trabalho de Patrick Carvalho (Paraíso do Tuiuti, 2018), mais uma vez citado. O talentoso jovem conseguiu unir criatividade, originalidade, emoção e adequação ao criar uma apresentação com um pequeno elemento cenográfico e aparentemente sem efeitos megalomaníacos. O semelhante ocorre recorrentemente na Série A. As escolas do grupo coordenado pela Lierj não podiam fazer uso de elementos cenográficos com rodas, e com isso seus coreógrafos foram estimulados a virar e revirar as possibilidades. Isso valorizou não só o ballet e os pés no chão, como também a imaginação para o uso de outros adereços. Em algumas apresentações, inclusive, objetos semelhantes aos conhecidos tripés foram usados, mas sem rodas e carregados pelos bailarinos de forma inusitada. São exemplos o ônibus da Caprichosos de Pilares (Hélio Bejani, 2015), o picadeiro circense da Porto da Pedra (Patrick Carvalho, 2016) e a máquina do tempo da Viradouro (Márcio Moura, 2018).
Comissão de frente do Império da Tijuca no carnaval de 2013, dirigida por Junior Scapin |
Não há culpa para o exagero que alcançou as comissões de frente – e que parece ter diminuído, como demonstra as ausências de carros gigantescos e a simplicidade que alguns coreógrafos resolveram começar ou retornar a defender. Há, no entanto, responsáveis e causas para que essa problemática e a instabilidade venham à tona. No meio de um sistema de avaliação em que cada décimo é primordial às agremiações, os dirigentes e os coreógrafos do carnaval se pressionam e cobram para corresponder às expectativas do júri, que possuí padrões de análise mal definidos por eles e pela Liga.
Assim como todo esse contexto é responsável pela intranquilidade do quesito, essas figuras são fundamentais para que seja possível que ele se estabilize e que haja consenso entre o todo. Não há como se vislumbrar uma conjuntura com tais ganhos sem um diálogo aberto, franco e consciente com dirigentes, artistas e o júri. Dessa forma, será possível alcançar uma compreensão do que se deseja para o futuro das comissões de frente.